Assistência Social: Cipiar acolhe idosos em situação de vulnerabilidade social
O Centro Integrado de Atenção à Pessoa Idosa (Cipiar), inaugurado em maio de 2018, surgiu a partir da necessidade da Secretaria Municipal de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac) ter um espaço de acolhimento com profissionais qualificados para atender idosos em situação de vulnerabilidade. Na época havia três idosos abrigados no prédio da secretaria.
Atualmente, 20 idosos são acolhidos no centro. A maioria não tem referência familiar. Alguns chegam ao Cipiar através do Conselho Municipal da Pessoa Idosa ou de Centros de Referência de Assistência Social que detectam quando os idosos encontram-se em situação de vulnerabilidade ou estão sofrendo algum tipo de violência. Logo, eles são identificados e acolhidos.
O trabalho é realizado em parceria com o Ministério Público. A partir do momento em que os idosos recebem acolhimento, o MP é notificado e passa a acompanhar cada situação.
A equipe do Cipiar conta com 50 servidores entre agentes de serviços gerais, cozinheiras, assistente social, cuidadores, pedagogo, psicólogo, técnicos de enfermagem, enfermeira, educador físico e assistentes administrativos. Os servidores atuam em sistema de escala.
Os idosos que residem no Cipiar recebem atendimento 24 horas. Há um profissional de saúde para atendê-los no período diurno e outro para atendê-los no período noturno. Os idosos realizam exames periódicos e fisioterapia que ajudam principalmente os que têm dificuldade de locomoção.
Erineldo Lira trabalha há dois anos como cuidador no Cipiar. Ele explica que o trabalho é como se estivesse cuidando de um ente querido.
“A gente dá banho e alimentação, criamos motivos para eles sorrirem, procuramos passatempo para eles assistirem na televisão, levamos para passeios, compras e atividades na piscina. Então, a gente convive com eles vinte quatro horas. São vinte quatro horas de cuidado. É uma realização pessoal porque o fato de a gente se doar faz muito bem”, destaca o cuidador.
Durante o período crítico da pandemia, os idosos ficaram confinados, o que afetou significativamente as atividades realizadas com eles. Com o retorno gradual à normalidade, os idosos voltaram a ter atividades fora do centro.
“Os nossos idosos estão voltando às atividades externas como passeios, churrascos, idas à pizzaria e restaurantes também. Estamos seguindo o protocolo para levá-los às atividades externas. Todos já foram vacinados, estão imunizados e estamos agora aguardando a quarta dose que é muito importante para os servidores também. É requisito para a lotação no Cipiar que os servidores estejam imunizados”, pontua a coordenadora do Cipiar, Adriana Silveira.
No dia a dia, os idosos realizam caminhadas e têm à disposição sala de vídeo, espaço para atividades lúdicas e recreativas e cultos ecumênicos. Três vezes por semana, realizam exercícios com educadores físicos, um deles cedido pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel) aproveitando, por exemplo, a piscina disponível no espaço.
A coordenadora revela que as expectativas para o novo prédio do Cipiar estão boas, facilitando principalmente a acessibilidade dos idosos que já visitam a obra e estão aguardando a inauguração.
“Na realidade aqui é a família deles. Eles se sentem acolhidos, se sentem amados porque a maioria não tem esse vínculo familiar. Devido ao nosso histórico de Serra Pelada, a maioria dos idosos acolhidos são homens e perderam toda essa questão dos vínculos familiares e aqui eles encontram. Eles têm nos servidores também como uma família, a extensão da família deles. Nós somos uma grande família de 70 pessoas”, reitera.
Antônio Valdecir, 58 anos, ainda não é idoso, mas foi uma das primeiras pessoas acolhidas pelo Cipiar. Ele conta sua própria experiência vivendo no centro.
“Bom. Maravilhoso. Tudo o que pintar eu danço. Aqui tudo o que tiver que fazer a gente faz. Não são pessoas de estarem gritando com a gente, não. Tudo é maravilhoso. Só vejo todo mundo em paz e eu em paz também. É uma família. Aqui é pai, mãe e irmão. Não existe defeito, não”, ressalta.
O Cipiar está aberto a parcerias com universidades e organizações religiosas para estágios supervisionados e momentos de visitas seguindo todos os protocolos.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio
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