Festejo Junino: Boi-Bumbá Aroeira promete espetáculo inédito, após 23 anos sem atividades
O sorriso estampado no rosto da galera é prova de que o Boi-Bumbá Aroeira voltou com entusiasmo para disputar no 36º Festejo Junino de Marabá. Os batuques frenéticos dos tocadores, os passos ousados dos dançarinos e a voz expressiva do coordenador da agremiação, Antônio Sebastião de Souza, chamam a atenção de quem os ouve e os vê. Ele, que é conhecido como “Naldo do Santa Rosa”, conta que mesmo após 23 anos sem atividades, o grupo não perdeu o entusiasmo, nem o dom de cativar o público e garante elementos inéditos este ano.
“Agora estamos de volta com 85 integrantes e a gente pretende levar uma das melhores ‘fazendas’ que existem. Garanto ser algo que nunca aconteceu em Marabá. Onde vai aparecer muita coisa que o povo nunca presenciou e vai ver esse ano na Arena, se Deus quiser”, promete.
Quem está com os nervos à flor da pele para se apresentar é a Letícia Scarlet, 27 anos. Ela será destaque pela primeira vez. A autônoma conta que participava do Boi Aroeira até o ano 2000, quando o grupo encerrou as atividades por falta de recursos financeiros. Mas agora, de volta aos ensaios, ela afirma que vai fazer bonito no Festejo.
“A expectativa está forte. Estou nervosa porque é o primeiro ano que estou como destaque, mas está fluindo tudo bem por aqui e estou muito confiante. O público que nos aguarde”, expressa.
Porém, o mais importante em relação a esse retorno, segundo Letícia, é mudar o caminho de vida de muitos jovens e adolescentes envolvidos em atividades ilícitas, como drogas e furtos, por exemplo. “Nós temos muitos que estavam meio perdidos na vida, mas aqui a gente tenta motivar e vê que aqui eles se encontram. Eles gostam bastante de participar”, complementa.
O orgulho em estar de volta também toma conta de Tanilson Barbosa, 28 anos, tocador de zabumba. Ele não vê a hora de entrar na Arena para relembrar memórias passadas do Boi-bumbá Aroeira.
“Enquanto o grupo ficou parado, eu e vários amigos tocamos em outros bois pela cidade. Quando o seu Naldo falou que iria retornar, ele me perguntou se eu gostaria de voltar e eu aceitei sem pensar duas vezes e os outros também vieram. E, hoje, estamos aqui para trazer a alegria do nosso Boi Aroeira. Nós vamos levar para o pessoal relembrar as memórias de alguns anos atrás. Muitos nos perguntam quando vai se apresentar e torcem pela gente. Eu fico surpreso e muito feliz”, aborda o tocador.
História
O atual Boi-bumbá Aroeira chamava-se ‘Pingo de Gente’, e pertencia ao Projeto ECOM (Espaço de Convivência de Crianças e Adolescentes da Prefeitura). Assim que o projeto acabou, em 1996, seu Naldo tomou a frente e o batizou como Boi-bumbá Aroeira no ano seguinte, 1997. O grupo atuou até o ano 2000, quando encerrou as atividades, por falta de recursos financeiros. Este ano, o Boi Aroeira irá se apresentar nas eliminatórias.
Texto: Sávio Calvo
Fotos: Sara Lopes