Saúde: CAPS retoma atividades com as famílias de usuários do centro
Nesta quarta-feira (27), a tarde foi de encontro com as famílias dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial de Marabá (CAPS). O Dia da Família é um momento reservado pelo centro para cuidar dos familiares dos usuários, considerados, no tratamento, os maiores parceiros do CAPS. É um dia de conversa, de dinâmicas, de trocas das experiências e vivências em casa. O evento já faz parte da programação anual do CAPS. Este foi o primeiro encontro realizado desde a pandemia e a ideia é mantê-los a cada dois meses, por enquanto.
“Nesse dia, nós chamamos a família para ela também ser cuidada. Trazer e dividir conosco, as experiências que ela tem em casa, nesse cuidado com nosso usuário de saúde mental. É um cuidado que é coletivo, tanto da equipe do CAPS, quanto da família e da rede que compõe esse território. A gente precisa caminhar juntos para que o nosso usuário de saúde mental consiga ter a dignidade e autonomia que a gente sempre preza todos os dias em nossos atendimentos”, enfatiza a assistente social, Karla Cibele Pina Pompeu.
A assistente social reforça que os cuidados com a saúde mental vão além da medicação, tendo haver com dignidade e a garantia de direitos, por isso, o cuidado com a família também faz parte do tratamento aos usuários.
“É um momento que vai trazer angústias, tristezas, as dificuldades que elas têm. Trocar experiências que elas têm. O que é difícil para uma família pode não ser para a outra. E apresentação de boas práticas: o que eu fiz para meu familiar para ele estar bem hoje. Porque não é uma via única, é uma via de mão dupla. O CAPS precisa do paciente, o paciente precisa do CAPS e os dois precisam da família. O encontro é para que ela também se perceba como parte do cuidado, é o pilar”, destaca Karla.
Elizabeth Souza, de 69 anos, frequenta o CAPS desde 2017. A dona de casa buscou ajuda para vencer o que ela descreve como doença da alma. No Centro, ela recebe atendimento com psicólogo, psiquiatra, terapeuta, dentre outros, e faz parte do grupo do barbante, o artesanato tem contribuído para maior qualidade de vida. No dia da família é um dia feliz para Elizabeth. Desta vez, o filho mais velho foi que a acompanhou no encontro.
“Cheguei no CAPS numa situação bastante precária, com a alma despedaçada, com os profissionais que existem aqui dentro, hoje eu sou outra pessoa. Ter o meu filho aqui hoje é muito importante pra mim, é um orgulho ele vir fazer parte da minha vida”, comenta.
Para o filho de Elizabeth, Adriany Rangel Souza, também foi emocionante ter contato mais de perto com o CAPS. “Pra ela é de grande valia. Ela se sente muito bem quando vem aqui. Eu quero conhecer um pouco, fazer parte do tratamento dela, porque quando ela chega lá em casa, chega mais leve”, comenta o vigilante.
Morgana Lobo, gerente do CAPS, explica que o centro segue com os atendimentos normalmente por lá. São mais de mil usuários ativos que recebem atendimentos diários como psicoterapia, consultas, grupos de jardinagem, redução de danos, dentre outros.
“São usuários que participam dos grupos, das consultas, das atividades diárias do serviço. O CAPS é porta aberta, não precisa de encaminhamento para se dirigir ao centro. Atendemos adultos, pessoas com problemas com álcool e drogas, nos casos severos e persistentes. Fazemos um prontuário e em seguida nos inserimos no serviço. A presença da família é importante na construção dos processos terapêuticos do usuário”, explica a gerente.
O atendimento no CAPS é realizado 24 horas por dia, tanto feriados, quanto finais de semana. O acolhimento é dado a qualquer pessoa que procure o serviço. Após o atendimento, é verificado o caso do paciente, valendo ressaltar que no Centro são atendidos, diretamente, os casos graves, severos e persistentes.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento