Saúde: CAPS leva terapias e oferece orientação psicológica em evento no Partage Shopping
O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS III Castanheira) está com uma programação especial no Shopping Partage, alusiva ao Dia Mundial da Saúde Mental, lembrado no dia 10 de outubro. Até esta terça-feira (25), quem visitar o 3º piso do complexo comercial poderá conhecer sobre os trabalhos desenvolvidos pelo CAPS, em prol da saúde da mente e ainda pode ser beneficiado com atendimento e orientação psicológica gratuitamente. A programação é aberta a partir das 13h e dura cerca de 4 horas.
Morgana Lobo, coordenadora do CAPS, observa que a iniciativa foi da equipe de profissionais do centro, que busca expandir informações sobre os serviços prestados pelo CAPS. “Está sendo promovido pelas psicólogas como uma maneira de divulgar o funcionamento do serviço. Viemos nesta segunda-feira e estaremos nesta terça-feira também. Trouxemos os artesanatos, o nosso grupo coral, o grupo de carimbó, todos vão se apresentar aqui no shopping. Então convidamos a população para conhecer um pouco sobre o serviço”, enfatiza a coordenadora.
Importante destacar que diagnósticos de depressão, ansiedade, pensamentos suicidas, dentre outras doenças psicossomáticas são casos tratados pelo centro. “Aqui tem como falar sobre o serviço, sobre o fluxograma do serviço, sobre alguns serviços que nós ofertamos como o atendimento individual, atendimento em grupo, os grupos de artesanato, orientação psicológica. E tudo isso faz parte do CAPS, que atende pessoas com transtornos mentais graves, severos e persistentes”, descreve a psicóloga Ingrid Brito Rodrigues.
O CAPS funciona com uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos, terapeutas ocupacionais, médicos, enfermeiros, dentre outros. Durante o evento, o resultado das terapias trabalhadas com os pacientes têm chamado a atenção. São peças artesanais, desenhos e movimentos corporais (dança) sob a supervisão de uma educadora física. Tudo isso para que o usuário possa se sentir acolhido e aos poucos possa voltar às atividades normais.
“É importante que as pessoas saibam sobre isso. Maior viabilidade do serviço. Pra que eles saibam que a saúde mental não é só o CAPS, mas que o sujeito tem de estar circulando no serviço. Como na unidade básica de saúde, escola, hospitais”, observa a psicóloga.
Na programação desta terça-feira, 25, está previsto a apresentação do grupo de carimbó, que é uma das terapias desenvolvidas pelo centro e uma das mais preferidas da menina Britney Pereira do Carmo, 15 anos. A adolescente começou a frequentar o centro desde os 12 anos, quando passou a desenvolver pensamentos suicidas, após crises de ansiedade e tristeza pela separação dos pais e luto pela morte de um tio.
“E várias outras coisas, né?! Mas graças a Deus eu tô bem melhor. Uma melhora significativa há dois anos. Cheguei aqui numa situação muito complicada. No começo sempre é difícil, nunca é fácil, porque a gente não aceita medicação, não aceita ser taxado aqui fora de doida, de ela não tem mais vida, então foi muito difícil. Até eu começar a aceitar a medicação, foi quando tudo melhorou”, relata a adolescente sobre o tratamento.
Com a melhora, Britney revela que já está pensando em voltar para a escola. Apesar da pouca idade, a menina está conseguindo resgatar a autoestima, confiança, paciência, controlar a ansiedade e deixa palavras de otimismo e encorajamento para quem ainda não buscou ajuda.
“Quando eu comecei a entender que o CAPS tá aqui pra ajudar, pra te levantar quando tu cair, eles tão aqui direto, dispostos e é 24 horas, não importa a hora, eles estão ali pra te ajudar, tudo melhorou. E isso é ótimo. Eu tenho os pulsos todo marcados. Depois começaram a conversar comigo porque havia pessoas que tinham nojo até de pegar no meu braço, não queriam falar comigo. O CAPS me ensinou muito e me ajudou a lidar com isso”, revela a adolescente.
Os irmãos Gleisson Teixeira, 33 anos, e Milena Teixeira, 23 anos, também frequentam o CAPS, três vezes por semana, e as técnicas já melhoram muito a qualidade de vida dos jovens. Ele começou a frequentar o local depois de um surto psicótico. Já ela, atentou contra a própria vida. Mas depois do CAPS, os irmãos começaram a retomar as vidas, no entanto, sem pressa, como orienta o próprio centro.
“No CAPS, a gente é livre, não é obrigado, a gente vai de livre e espontânea vontade e é muito bom as tarefas que tem lá. A gente sempre tá com a mente ocupada. Não tem tempo pra pensar besteira. A gente faz pintura, desenhos, vários tipos de coisas. Arte, dança, brinca. Eu senti melhora, melhora mesmo”, ressalta Gleisson.
“Eu vim com a ajuda da minha irmã, que já conhecia o CAPS. Ela sabia que tinha a ajuda não só da medicação, mas também das terapias. Do modo como eles acolhem a gente também, conta muito. O atendimento e a forma com que mostram a preocupação com a gente. Eu já faço o tratamento no total há cinco anos. Mas o mais benéfico faz dois anos. Se não fosse pelo CAPS, eu já não estaria aqui. A minha família inteira é grata. Eu tinha dificuldade de falar com as pessoas, era bastante tímida e uma das coisas que me ajudaram foi enfrentar os desafios. Por exemplo, voltei a estudar”, afirma sorridente Milena.
O CAPS III está localizado na Folha 31, Nova Marabá, próximo à Fundação Casa da Cultura e funciona durante toda semana com atendimento 24 horas.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento