Carnaval 2024: Blocos animam a folia na maior festa popular do país
Fevereiro chegou e com ele os blocos carnavalescos de Marabá que, há anos, mantém a tradição, animando a cidade e levando alegria aos bairros e ruas de todos os núcleos da cidade. Em 2024 não será diferente, os blocos Jegue Elétrico, Gaiola das Loucas, Carro de Mão e Vai Quem Quer já se organizaram para trazer animação de milhares de foliões na maior festa popular do país.
Gaiola das Loucas
Tradição do carnaval marabaense, o Bloco Gaiola das Loucas preparou uma atração toda especial para a terça-feira, 13, último dia de carnaval. Com mais de 70 mil foliões no ano passado, a expectativa é que mais de 100 mil pessoas participem da festa, esse ano, segundo o coordenador do grupo Raimundo Neto.
O Gaiola das Loucas já tem 38 anos de existência e começou com um grupo de cinco amigos solteiros que se vestiam de mulher para passar o carnaval em Marabá. Com o tempo, o grupo se juntou a uma charanga e depois à Sociedade Esportiva Amapaense, que deu mais corpo ao grupo.
No início, eram conhecidos como Bloco das Piranhas, o nome Gaiola das Loucas veio da inspiração do famoso filme de 1996.
Esse ano, o arrastão será menor e começará às 14h, no início da Avenida Tocantins, subindo até chegar ao palco montado próximo à Praça do Novo Horizonte. “Percebemos que o carnaval foi se atualizando e as pessoas tendem a se concentrar mais no palco, por isso teremos muita festa no palco e um percurso menor esse ano. Mas com a animação de sempre”, explica Raimundo Neto.
No palco, as atrações ficam por conta de Dj Ronny Boy, Tom Baiano, Dj Luan Hi-Fi, Banda Marretada, Ruanna Ly e diretamente de Salvador na Bahia a Banda Cafuné.
Carro de Mão
Foi na rua Silvino Santis, no Bairro Santa Rosa, na Marabá Pioneira, que há 37 anos, um grupo de sete amigos iniciou o bloco carnavalesco “Carro de mão”, que até hoje percorre as ruas do bairro, levando animação e alegria durante o período de carnaval.
E o que era uma reunião de amigos, atrai atualmente mais de três mil foliões, seguindo a tradição de início, com o carro sendo empurrado pelos foliões. As marchinhas são autorais e, após o arrastão, a festa começa, com previsão de iniciar às 16h e vai até às 22h.
“Nós fizemos até uma marchinha contando a própria história do Carro de Mão. Nós éramos sete amigos. Saindo daqui. Foi fundado aqui nesse mesmo local. A gente começou aos poucos. E, hoje, está um grande bloco. É um bloco de arrastão mesmo. Tradicional. Daqueles bem antigos. Não vai carro de som, nem nada. Só mesmo o trio do Carro de Mão”, explica o fundador do bloco Amilton Bezerra Pedrosa.
No último domingo (04), o bloco fez o lançamento oficial do abadá, junto ao bloco Fogo no Rabo. “A gente sempre faz junto, celebrando o bairro Santa Rosa”, explica.
Parado desde a pandemia, o bloco celebra o retorno esse ano e convida todos a participarem. “Estamos muito animados porque faz três anos, que não fazemos a festa, então venham todos participarem”, convida Amilton.
O bloco terá concentração a partir do meio-dia, na Rua Silvino Santis, 2465, e percorrerá as ruas do bairro por 7 km até a Colônia Z-30, onde o trio permanece tocando para animar os foliões.
Jegue Elétrico
Há 23 anos, a comunidade do Km 7 também tem o seu bloco representado no carnaval marabaense. O Jegue Elétrico surgiu da ideia de levar às ruas um jumento acompanhado de um som. Mas, desde 1995, já aconteciam as primeiras movimentações carnavalescas feitas pelos moradores do bairro. Darcival Antônio de Moraes, um dos fundadores do Bloco Jegue Elétrico, explica que tudo era uma brincadeira de rua, que caiu no gosto da população, e já é tradição no bairro.
“A gente foi se aprimorando e depois surgiu a Liga Carnavalesca de Marabá e foi só crescendo. A gente gosta do que faz e vem, ano após ano, levando essa alegria pra comunidade daqui. O carnaval é cultura, é animação, é uma festa popular e estaremos por aqui, encerrando as festas do carnaval marabaense para comunidade da Nova Marabá. A gente não faz a brincadeira só, então todos são importantes. Sempre criando alguma coisa”, comenta,.
Conforme Darcival Moraes, o nome surgiu porque no carnaval na Bahia, famoso no mundo inteiro, há o trio elétrico, mas devido a condição financeira reduzida, tiveram a ideia de criar o Jegue Elétrico, como uma sátira. Animado, ele mostra as fotos batidas em outros carnavais e destaca que os foliões fantasiados, são a alegria do carnaval. Atualmente, são três jegues, ao estilo boneco de Olinda, que participam da festa. “Hoje, temos também a nossa caipirinha que chamamos de Mijo do Jegue”, conta.
A expectativa é que cerca de 5 mil pessoas participem da festa, que começará às 14h com concentração na Rua C do KM7 e saída do arrastão às 16h, percorrendo 2 km até ao palco principal montado ao lado da Praça da Juventude. No palco, a festa ficará por conta de Dj Juninho Pop, Dj Souza Designer, Ailton Pagodão e Banda Capital do Axé
Vai Quem Quer
Entre os tradicionais e mais antigos da cidade, o bloco “Vai quem quer” surgiu em 1983 e reúne milhares de foliões pelas ruas da Nova Marabá. Esse ano, devido às questões pessoas e algumas mudanças, o bloco fará um percurso reduzido, mas com a animação e tradição de sempre.
Antônio Carlos Saraiva, o “Tampinha”, é um dos fundadores do bloco que começou com uma brincadeira entre dez amigos. Ele conta que, ao longo dos 41 anos de existência, apesar do crescimento da agremiação, procurou manter a tradição carnavalesca”. As coisas mudaram ao longo dos anos, mas nunca deixamos de fazer nossa festa. Esse ano, decidimos fazer para manter essa tradição e devido aos pedidos”, comenta um dos fundadores.
E se depender da nova geração, a tradição deve continuar por mais alguns anos. A Barbara Heloisa é uma das novas coordenadoras do bloco e comenta que a agremiação está se reerguendo após a pandemia e, que apesar do percurso menor, a alegria será triplicada. “Esse ano, digamos que é uma experiência nova e que vai ampliar muito os rumos, não só do Vai Quem Quer como bloco carnavalesco, mas também dos blocos na cidade de Marabá, que a gente hoje trabalha com uma nova modalidade de festas e de consumo, e isso também tem acontecido dentro dos blocos. Pós-pandemia ficou tudo mais complicado. Mas a gente não perde a energia”, garante.
Outra coordenadora, Ana Maria Dias Saraiva, 19 anos, explica que a festa vai concentrar apenas na Folha 28, saindo da rotatória próxima à Fundação Casa da Cultura e seguindo até ao ponto da Feira da Folha 28, onde estará montado o palco. “A gente vai começar nosso esquenta com a presença da bateria do Águia de Marabá. Depois a gente vai subir pra nossa festa, que vai acontecer lá na feira da Folha 28, onde costumava ficar a feira de domingo, que acabou se mudando depois e convidamos todos”, comenta.
O Bloco sairá na segunda, 12, com o Esquenta começando às 14h. A festa começará às 17h com a presença de Dj Wilker, Bilú Oliveira, Braulio Show e Andrey e Dj Juninho Pop.
Confira a programação completa
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Sara Lopes / Nathália Costa / Divulgação