Seaspac: Coordenaria de Políticas para as Mulheres lança cartilha sobre igualdade de gênero que será aplicada em primeira escola da rede de ensino
Nesta sexta-feira, 12, na Escola Municipal São Francisco, no bairro Infraero, junto ao lançamento do projeto “Construindo caminhos de igualdade entre meninos e meninas”, cujo objetivo principal é discutir o tema em sala de aula com os alunos, foi realizada uma grande ação social no bairro com muitos servicos para a população. A iniciativa é da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres ligada à Secretaria Municipal de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac).
A cartilha traz no conteúdo um gibi cuja história se passa na turma Elis Regina da Escola Chiquinha Gonzaga. Apresenta cenas do cotidiano escolar em que a professora debate com os alunos temas como igualdade de gênero, violência contra mulher, trazendo grandes nomes femininos da cultura e da política.
O material foi desenvolvido por uma equipe da coordenadoria, composta pedagoga, advogada, psicóloga e assistente social, que buscou os melhores fundamentos e métodos para que a cartilha fosse de fácil compreensão e utilização por professores e alunos.
A cartilha foi pensada durante o período crítico da pandemia, quando os indicadores de violência contra a mulher cresceram e os órgãos públicos se viram limitados pelas circunstâncias de restrições impostas pelos cuidados com o contágio da covid-19.
“Foi quando a equipe começou a discutir um projeto de intervenção que trabalhasse a questão da violência doméstica e violência de gênero para que a gente pudesse intervir no cotidiano das famílias, promovendo essa cultura de paz e mostrando dentro das famílias que a questão do respeito deve existir…”, pontua a coordenadora de políticas públicas para as mulheres, Julia Rosa.
Trabalhar essas questões em um ambiente onde os alunos passam parte do dia é importante para fomentar reflexões sobre os temas abordados.
Jaciara Lima, pedagoga que fez parte da elaboração da cartilha, explica que, além das atividades, a cartilha têm um roteiro que segue uma sequência didática sobre os temas abordados no material, como empoderamento feminino e igualdade de gênero.
“A cartilha foi pensada em formato de gibi porque é um gênero mais atrativo e mais compreensível para esse público de alunos de 6° ao 9° ano. A partir da cartilha é que foi pensado o projeto pedagógico que são as atividades em si que vão ser trabalhadas na sala de aula”, explica.
A aplicação da cartilha na Escola São Francisco foi uma recomendação do Ministério Público por estar em um bairro com indicadores de violência doméstica.
Na escola, houve um planejamento prévio junto aos professores para implementação do projeto. A cartilha será aplicada no plano pedagógico durante este semestre para turmas do 6° e 7° anos, turnos manhã e tarde.
“Os componentes curriculares que irão fazer parte desse projeto são basicamente História, Religião e Artes. Essa cartilha será trabalhada de forma interdisciplinar na rotina escolar dos alunos”, explica a diretora da escola Vanusa Barros.
Karine Feitosa, 12 anos, aluna do 7° ano da escola São Francisco, já está ansiosa para ver a abordagem da cartilha em sala de aula.
“Nós venhamos a aprender as leis para a mulher se defender contra a violência doméstica. E essa lei, que elas possam aprender a se defender mais. Esse projeto tem também a igualdade entre todas as mulheres já que certos homens tentam diminuir as mulheres…tipo no trabalho, em todas as atividades que elas tem..”, revela.
Quem acompanha de perto a realidade da violência contra a mulher é a promotora Paula Gama, da 3ª Promotoria de Violência Doméstica. Ela participou do lançamento.
“É muito importante o poder público se fazer presente em todas as comunidades especialmente as mais carentes que não tem acesso a todos os serviços públicos. Então, essa ação da Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres é muito importante porque a escola é o local em que é possível desconstruir essa questão de gênero. É o caminho para que a gente possa mudar a mentalidade que existe hoje, de que meninos e meninas são diferentes”, avalia a promotora.
Nadjalúcia Oliveira, secretária titular da Seaspac, ressalta que o projeto está dentro do Plano Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres e compartilha que há a pretensão de expandir a execução da cartilha para seis escolas, no ano que vem.
AÇÃO SOCIAL
A dona de casa Heleni Silva moradora no bairro Infraero aproveitou para fazer uma consulta médica e aprovou a ação social e o lançamento da cartilha.
“O bom é que aprendendo cedo não vai existir o preconceito que existe atualmente. E aí para o futuro todo mundo igual já é uma lição de vida para sempre, para vida realmente”, avalia.
A aposentada Nair Soares também fez
Texto: Ronaldo Palheta