CCZ: Dezembro Verde conscientiza sobre adoção responsável e combate ao abandono e maus-tratos de animais
No mês de dezembro em todo o país é defendida a causa de proteção aos animais. O Dezembro Verde alerta a população sobre o abandono de pets e incentiva as pessoas para a guarda responsável dos bichinhos.
Flavio Ferreira, coordenador do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), pontua que o abandono de cães e gatos são os mais comuns, mas animais de grande porte também sofrem com o descaso de alguns seres humanos, é o caso de cavalos resgatados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), em canteiros de rua e rodovias da cidade.
“O Dezembro Verde é um mês destinado a essa conscientização, para as pessoas não abonarem seus animais, nem os tirar de seus habitats naturais, isso não é correto, é o caso dos animais silvestres, tipo, aves, tartarugas, macacos. Pra domesticar esses animais vai ter muito sofrimento, eles vão sentir falta da natureza. Sobre os cães, as pessoas abandonam tanto os sadios, quanto os enfermos. Pensam que os animais são objetos, isso é uma forma de crime, porque é um animal indefeso. Ele não consegue alimento com facilidade, não consegue curar a si próprio”, esclarece.
Abandonar ou maltratar animais é crime previsto pela Lei Federal nº 9.605/1998. Vale lembrar que uma nova legislação, a Lei Federal nº 14.064/20, sancionada em setembro de 2021, aumentou a pena de detenção que era de até um ano para até cinco anos para quem cometer este crime. Além disso, o rito processual passa à vara criminal, não mais ao juizado especial.
Por outro lado, Flávio enfatiza que o papel do CCZ é o combate e o controle das zoonoses, que consiste nas doenças transmissíveis aos seres humanos por meio de animais. Só este ano, até novembro, foram retirados 267 cães das ruas, mas quando são levados ao CCZ, o destino deles nem sempre são novos lares.
“O CCZ faz o serviço de captura pra reduzir acidentes, doenças e os maus-tratos desses animais. A gente traz para o CCZ fazemos os exames de leishmaniose e o animal dando negativo vai pra adoção. O animal adotado aqui no CCZ, ou pelas Ongs, já são castrados. Não somos canil e gatil público, somos um lugar onde há enfermidades e pra entrar um animal sadio é mais complicado”, explica o veterinário.
Vale ressaltar que o CCZ não é o órgão responsável por apurar denúncias, para este fim existem a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), que em 2021 apurou mais de 240 denúncias do tipo, e as próprias Polícia Civil e Militar. Ainda assim, o centro mantém um canil e um gatil de adoção, que é para onde são levados cães e gatos sadios capturados nas ruas. Lá ainda tem um espaço reservado para os equinos, por exemplo.
“A atribuição da Semma é na parte administrativa. Crime de maus-tratos é previsto na lei de crimes ambientais que prevê detenção (PC e PM) e multa (Semma). Os processos administrativos são encaminhados ao Ministério Público”, explica Paulo Chaves, coordenador de fiscalização da Semma.
Um dos canais de denúncias pelo município é o Linha Verde (94) 3312-3350 (Whatsapp)
Exemplo de adoções que duram anos, ato de amor
A cadela Saori entrou na família de Carol de Souza, logo no início do casamento, já fazem sete anos e virou parte da família. Nesta terça-feira (07), a demonstração de amor foi registrada no CCZ, quando a cadela foi levada para cuidados no CCZ, lá é disponibilizado teste de leishmaniose, vacina contra raiva e castração.
“Ela é uma grande companhia para nós, principalmente para o meu esposo, é um xodó dele, ultimamente é o que tem dado mais atenção, porque tive neném recente. Se eu tivesse como definir, seria isso, companhia”, afirma.
Yuri de Almeida também levou os pets, Gigante, de 10 meses, e Minnie, de 5 anos, para vacinar no CCZ. Segundo ele, os bichinhos têm uma história de amor com toda a família.
“Pegamos para dar de presente à minha avó e nos apegamos. O gigante dorme comigo, nem tenho como explicar o que ele representa pra mim. É amor, é mais que um animal”, reforça o chefe de cozinha.
Para adotar um animal no CCZ, basta procurar o centro para a escolha do animal e daí a pessoa assina o termo de adoção onde a pessoa se responsabiliza a cuidar do animal, vacinar, vermifugar e dar direito a castração sem entrar no processo de agendamento. “É uma forma de estimular a pessoa a adotar com responsabilidade”, Flávio, gerente do CCZ.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Paulo Sérgio