Cidadania: Dia Nacional da Pessoa com Deficiência traz conscientização sobre direitos
A 1ª Caminhada do Dia Nacional da Pessoa com Deficiência aconteceu nesta quinta-feira, 21, na Marabá Pioneira, com participação de cerca de 100 pessoas com deficiências intelectuais, auditivas, de visão e pessoas com transtorno do espectro autista. O evento foi organizado pelo Núcleo de Atendimento Especializado ao Aluno com Transtorno do Espectro Autista (Naetea) e contou com apoio do Centro de Atendimento Especializado a Pessoa Surda (Caes) e Centro de Apoio Pedagógico para o Deficiente Visual (CAP).
Ângela Borges, coordenadora do Naetea, explica que a caminhada remete à garantia de direitos.
“Existe uma lei que garante direitos a essas pessoas, então nós pensamos em fazer um dia diferente. Uma caminhada, em que pudéssemos levar essas pessoas e que essa representatividade trouxesse mais luz a essa questão de direitos da pessoa com deficiência. Uma conscientização para a população e de políticas públicas afirmativas para que as leis que já existem sejam realmente efetivadas”, fundamenta.
A coordenadora do Caes, Michele Matoso, afirma que é uma satisfação participar desse evento tão importante para a comunidade surda.
“Sabemos que isso traz valorização e conscientização, que existe uma comunidade na sociedade de Marabá que precisa ser vista, valorizada, precisa ter oportunidade. E o Caes, como centro especializado na área da surdez, sente-se honrado e valorizado por participar desse momento tão importante”.
Uma das mães participantes é a dona de casa Nislã Almeida, que tem dois filhos autistas e reforça que a inclusão é um dos pontos trabalhados nesses encontros.
“É importante para nós, não só as mães, mas para todas as pessoas com deficiência, porque é inclusão para eles e para a gente em busca de mais recursos. Em Marabá, o recurso ainda é muito escasso para nossas crianças, o estudo, as terapias. Então a gente hoje está nessa luta. O meu sentimento é de muita alegria, porque estão todos aqui reunidos para que o município, o Governo Federal, olhe pela gente. Para que olhem paras nossas crianças”.
A filha de Nislã, a estudante Rebeca Almeida, 10 anos, comenta que a caminhada traz mais visibilidade para pessoas com deficiência.
“É bom porque demonstra mais o autismo. São tantas pessoas, sabe, e as pessoas não notam muito a gente. Ainda tem muito preconceito. Nós somos pessoas normais, só com algumas deficiências. Estou feliz por estar aqui hoje”.
A dona de casa Cícera Carvalho perdeu a visão há cinco anos por conta de uma trombose venosa no cérebro e 3 Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) e hoje é aluna do CAP, onde aprende Braile.
“Essa caminhada para nós é muito importante porque é, para mim, uma oportunidade para dar a notícia para a cidade do que nós somos e o que podemos ser mais na frente. O CAP nos dá essa vitalidade de vida, é um renovo porque a gente se sente muito depressivo dentro de uma casa que não tem o que fazer e lá é uma escola onde nós aprendemos muito. Temos Educação Física, nós trabalhamos com Braile, é uma família, eu me sinto na minha família. Quero agradecer a todas as autoridades dessa cidade que nos apoiam e quero convidar todas as pessoas que tiverem deficiência visual a procurar o CAP”, finaliza.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Paulo Sérgio