Cidade: Amor ao próximo, cuidados com a saúde e idosos, ressignificar as prioridades são alguns dos ensinamentos de 2021
O ano de 2021 está terminando e o momento é de analisar os 365 dias que se findam para tirar aprendizados, a fim de recomeçar um novo tempo, cheio de esperanças e expectativas de dias melhores. Ao menos é assim que os marabaenses têm se comportado diante da passagem anual. Adultos e crianças, bem como líderes religiosos e profissionais de saúde avaliam 2021 como um ano difícil, por conta da pandemia, mas elencam ensinamentos trazidos para a vida.
Na visão da comerciária Tatiane de Souza, uma das maiores lições deixadas pelo ano é o amor ao próximo e à vida. “Os ensinamentos que esse ano trouxe no meu pensar é ter amor ao próximo e que a vida da gente é um sopro, que devemos aproveitar mais a família, os amigos, filhos. E que 2022 seja melhor que 2021. Que venha muitas coisas boas”, enfatiza.
Felipe Sampaio destaca a importância dos cuidados com a saúde. “Os ensinamentos foram os melhores, se preocupar mais com a higienização das mãos, em virtude dessa questão dessa pandemia. Se preocupar mais com os nossos entes queridos, com as pessoas mais de idade, que são mais frágeis. Espero que em 2022 possamos nos vermos livres dessa onda de isolamento, pois é ruim para quem depende do comércio e para quem precisa se locomover pelas ruas”, ressalta.
Na opinião da vendedora Fabiana da Silva, 2021 segue ensinando sobre os cuidados com a vida. “O que deu pra aprender é que devemos ter mais cuidado com a nossa saúde. Que possamos nos conscientizar e nos prevenir contra a covid-19. Espero que em 2022 haja melhorias, que a gente possa passar tudo isso, que possa normalizar, até para o comércio, que foi bastante afetado. Que essa situação da covid seja amenizada para vivermos mais tranquilos”, observa.
Em passagem por Marabá, o lavrador Adonido Nogueira, 74 anos, avalia 2021 com ênfase em coisas positivas. “Eu sirvo a um Deus fiel que dá vida em abundância, que tem suprido as nossas necessidades. Foi um ano bom de chuva e está finalizando o ano de 2021 de forma gratificante. Em 2022 queremos que seja um ano feliz para todos”, disse.
2021 aos olhos de profissional de saúde
Como descrito por Tatiana Carvalho, médica intensivista em Marabá, o ano foi cheio de ensinamentos em todos os aspectos da vida.
“Esse ano turbulento que vivemos me ensinou a ressignificar muita coisa. Não só sobre os nossos valores, mas também sobre as prioridades da nossa vida. Ter leveza na nossa rotina diária, encontrar equilíbrio e harmonia em nosso trabalho, em nossa casa. Comemorar pequenas vitórias, pois, definitivamente, não temos controle de nada nessa vida. Encontrei na minha família o amor necessário, que me fez suportar os dias mais difíceis. Aprendi também que os amigos verdadeiros são poucos, mas que valem ouro, aprendi que o egoísmo é devastador. Minha admiração por muitos colegas da área da saúde só cresceu. Que garra. E praticar a empatia ficou sem dúvidas muito mais fácil. Não julgar, se colocar no lugar do outro. Cada um trava sua batalha, cada um sabe da sua dor. Que 2022 seja um ano de muita luz para todos nós”, declarou.
2021 aos olhos de educadores
Na rede municipal de ensino, segundo o relato de quem esteve diretamente à frente das equipes em campo, os gestores, os dias letivos foram de muitos desafios e vitórias. “Talvez o principal ensinamento tenha sido aprender a conviver com o diferente, aquilo que é novo, porque ele trouxe desafios, dificuldades, o refazer de todo um trabalho para que a gente pudesse atingir os nossos objetivos. Para 2022 a palavra é esperança”, diz Helenilson Araújo, gestor da escola Ida Valmont.
Do ponto de vista da gestora municipal do colégio CMRio, Walguilene da Paz, o ano foi diferenciado de muitos do qual já viveu, principalmente no ensinamento de ter empatia. “Nos trouxe mensagens negativas sobre a pandemia, pois pessoas perderam suas vidas. Mas nos ensinou a refletir, a dar valor essencial à vida para que fosse aprimorado em nossas vidas. De pensar sobre, a me pôr no lugar do outro, particularmente me ensinou a ouvir mais as pessoas, profissionalmente falando. A vida passa rápido e precisamos nos apegar aos aspectos positivos da vida e vivenciá-los. Espero um ano de 2022 mais leve, mais suave, que essa pandemia possa passar e as pessoas possam vivenciar momentos felizes”, almeja a gestora.
2021 sob os olhares de crianças e adolescentes
Vinicius Saymon Feitosa, 14 anos, estudante do 9º ano no colégio militar CMRio, aprendeu que nas dificuldades é possível encontrar possibilidades para vencer os desafios. “Através dessas dificuldades, eu, particularmente, aprendi muito a questão de se reinventar, adaptar às dificuldades para superá-las. Foi um ano que, realmente, tivemos muitas dificuldades na aprendizagem, mas com a união entre escola e família foi possível vencer as dificuldades. Essa parceria entre família e escola foi fundamental. Em 2022 espero melhoras”, analisa.
Com apenas 12 anos, Calebe Rosa, estudante da Escola Municipal Ida Valmont, aponta as dificuldades que teve de enfrentar em 2021, sobretudo nos estudos e revela o que tirou de proveito desta fase que se encerra. “Teve esse negócio do corona e foi difícil porque não dá pra ficar próximo das pessoas. Não poder abraçar, não poder ficar perto. Melhorou quando voltamos pra escola porque deu pra ver os amigos. Esse ano trouxe união, porque a gente tem de cuidar do próximo e ao mesmo tempo cuidar de você mesmo. Todo mundo tem de se ajudar pra gente ganhar essa. Em 2022, desejo muita saúde e que isso acabe pra que a gente consiga se abraçar”, comentou.
Para as meninas Esther Fozza, do 1º ano, e Dádiva Melissa Pereira, do 4º da escola Ida Valmont, voltar a estudar presencialmente foi maravilhoso e detalham momentos significativos desse ano. “Esse ano foi muito bom porque a gente estudou. Eu não gosto de estudar em casa. Eu pude ver meus colegas. A gente pôde brincar. Tem crianças que nem sabe os números como pode estudar em casa?! Minha mãe fez o meu aniversário de 7 anos e convidou as pessoas. Em 2022 quero aprender a ler, é o meu sonho, quero estudar muito”, pontua Esther, de 7 anos.
“Eu gosto de estudar na escola porque a gente aprende mais. Quando chegou esse coronavírus fiquei muito triste sem poder estudar, sem poder sair, sem poder conversar com os amigos, sem viajar. Usar máscara, álcool em gel, lavar as mãos, lavar bem as frutas, é isso que o ano me mostrou. Em 2022 quero que acabe essa doença que é muito preocupante”, disse Dádiva, de 9 anos.
2021 aos olhos da fé
O pastor José de Arimatéia Silva, da Igreja Assembléia de Deus Ministério Marabá, destaca que para o ser humano, o sofrimento deve ser encarado como oportunidade de aprendizagens.
“É natural do ser humano negar o sofrimento, mas o sofrimento ensina e, muitas vezes, mais do que as vitórias. O primeiro ensinamento que coloco como relevante é o valor da vida. A vida como um todo, no sentido concreto, se mostrou muito valiosa para nós, quer seja cristão ou não. Apenas uma vida perdida é capaz de nos fazer repensar sobre valores, tempo, prioridades. Então, quando descobrimos o valor da vida, descobrimos o que é realmente importante, e o que é urgente. Muitas coisas são urgentes, mas nem sempre são importantes, como, por exemplo, nossa família. A vida em família se tornou mais valiosa para nós. Para 2022, espero fé. A fé é acreditar que apesar da morte Jesus traz a vida. Precisamos entender que o único caminho a ser seguido é o da fé verdadeira, enraizada nas verdades de Deus”, comenta o pastor.
O líder religioso da igreja Católica, Dom Vital Corberllini, observa que o ano de 2021 se assimilou ao de 2020, mas chama atenção para os avanços contra a pandemia. Para ele, tanto a chegada da vacina, quanto às adaptações necessárias, a exemplo do uso da tecnologia para encontros e eventos on-line contribuíram para o enfrentamento dos tempos difíceis. Ele dividiu em três os ensinamentos:
“Graças a Deus com a vacina pudemos melhorar mais, nos encontrar mais, fez com que os números baixassem, seja de morte ou de casos, mesmo que ainda continue um pouco forte na nossa região. Fez com que todos nós voltássemos mais a Deus. Os nossos templos estavam vazios e, ultimamente, o 2021 e as vacinas fizeram com que as atividades fossem retomadas e não somente a nível eclesial, mas também social. A esperança de que a gente possa melhorar de vida, com o uso de máscara e álcool em gel, porque aprendemos muitas coisas sobre isso. O atendimento ao povo, sobretudo aos pobres, sensibilidade da própria igreja e do poder público aos mais necessitados. Em 2022, espero que possamos trabalhar unidos. É um ano de eleições para que possamos escolher pessoas que nos ajudem. Como igreja esperamos que possamos participar sempre mais da vida da comunidade, viver bem conforme o plano de Deus”, conclui.
Em meios às reflexões e ensinamentos, expectativas e sonhos, desejamos a todos um 2022 de muita saúde, paz, prosperidade a todos.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Paulo Sérgio