Cidade Carinho: Acolhimento Pop oferece proteção social a pessoas em situação de rua e em trânsito
Um dos serviços disponibilizados pela rede de assistência social de Marabá é o Acolhimento Pop, que existe desde 2017 e é voltado para pessoas em situação de rua ou em trânsito, entre 18 e 59 anos.
Quando a pessoa ingressa no serviço, recebe um kit de higiene pessoal com escova de dente, sabonete, xampu, creme dental, toalha de banho e roupa.
A estadia é de no máximo trinta dias. Além disso, a pessoa recebe cinco refeições diárias e a equipe do Acolhimento encaminha a pessoa para atendimentos de saúde e serviços de benefícios sociais junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), quando o caso requer.
Para as pessoas em trânsito, o serviço busca conseguir a passagem de ônibus para retorno ao lugar de origem ou seguir para outro destino.
Segundo Maria Zenilde Teixeira, coordenadora do Acolhimento Pop, as pessoas que chegam ao serviço são encaminhadas pelos Centros de Referência da Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Hospital Municipal e demanda espontânea, quando a pessoa já sabe que existe o serviço e procura o acolhimento. Há também caso encaminhados pelo Ministério Público.
“É muito importante para o município ter esse serviço porque as pessoas não ficam na rua. Tem uns que estão na rua, mas não são moradores de rua, têm família. Outros não querem dar trabalho, aí eles ficam pela rua mas a noite eles voltam para a residência. Aí é importante para as pessoas não ficarem na mendicância na rua. É muito importante esse serviço”, ressalta a coordenadora.
Munidos das informações que as pessoas acolhidas prestam ao chegar no serviço, quando preenchem um formulário, a equipe do Acolhimento busca então mais informações sobre essas pessoas. Entre elas, o motivo de terem vindo para a cidade caso estejam em trânsito, se têm familiares, se precisam emitir algum documento. Muitas delas vêm ao município em busca de emprego.
Nos casos em que houve uma quebra do vínculo familiar, a equipe faz o encaminhamento para o Creas.
“Encaminhamos para o CREAS para fazer essa aproximação da família, que às vezes é um conflito familiar e eles saem de casa, aí ficam na rua. Aí quando tem família a gente encaminha para o serviço para fazer essa aproximação”, explica a coordenadora.
A equipe do Acolhimento Pop é formada por profissionais de psicologia, assistência social, e conta com auxiliar social e monitores. Além deles, há toda uma equipe responsável pela infraestrutura e serviços oferecidos no local.
A assistente social Sandra Severo explica que, na busca ativa, quando o serviço recebe a informação de uma pessoa que chegou na cidade e que não tem como se manter ou seguir viagem, ou em situação de rua, a equipe se desloca para averiguar e colher as informações necessárias para ajudar a pessoa. Para ela, seu trabalho é satisfatório.
“É gratificante ver quando a gente consegue um resultado, alcançar aquele resultado de ajudar o usuário que necessita do nosso trabalho. Quando a gente vê que a gente consegue na questão de documento, na questão de encaminhar para a família, de ver que ele ficou feliz, na questão de dar uma passagem e ver que tudo deu certo é muito gratificante”, destaca a assistente social.
Atualmente, o Acolhimento Pop está com quatro acolhidos. Entre eles, Marco Antônio Mota, de 49 anos.
Ele chegou ao Acolhimento encaminhado pelo Hospital Municipal. Sem parentes e com alguns problemas de saúde, logo a equipe o ajudou a dar entrada no benefício social. Só está aguardando o resultado. Marco Antônio compartilha seu dia a dia no serviço e um pouco de sua história.
“O atendimento é todo especial, não falta nada. Eu cuidava do jardim, aí chegou a chuva. Às vezes peço para a coordenadora caminhar. Tratam todo mundo bem. Aqui eu mudei demais, muito, muito mesmo. Eu cheguei aqui sem caminhar, eles me deram todo conforto. Hoje estou caminhando alegre, pulando, sorrindo. Cheguei quietinho, não falava nada, mas hoje estou contando a história aqui”, comenta.
Outro acolhido, que chegou recentemente ao serviço, é João Mello, músico de 48 anos. Por causa da música rodou o Brasil e acabou parando em Marabá. Por causa de alguns contratempos procurou o Acolhimento Pop e dentro de pouco tempo seguirá para Brasília.
“Eu gosto né, assisto televisão, tem meu teclado, contrabaixo ali, às vezes chego ali e toco. Fico aqui na areazinha, assisto televisão, me senti mais feliz com o jogo do Brasil com Neymar. Não tenho o que dizer. É a primeira vez que venho para esse lado de cá, não conheço nada. As pessoas aqui me abraçaram”, explica João Mello.
O Serviço do Acolhimento Pop é de alta complexidade e funciona 24h, de segunda a sexta-feira.
Para mais informações, procure a Secretaria Municipal de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac), localizada na Rua Ubá, Quadra 04, Lote 02, Agrópplis do Incra, Bairro Amapá
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio