Covid-19: Descuido de protocolos e uso de máscara colaboram com disseminação do vírus
Desde que a vacina da covid em Marabá chegou a idade mínima de 12 anos, a população voltou a respirar mais aliviada em relação a contaminação pelo coronavírus. Mas junto com a boa notícia surge uma nova preocupação, a falsa sensação do fim da pandemia tem deixado uma parcela da população desleixada em relação aos cuidados com as medidas de segurança, principalmente quanto ao uso de máscaras.
Pelas ruas, é comum ver pessoas sem o uso do equipamento de proteção, desrespeitando as regras, já que as medidas de segurança continuam valendo como forma de prevenção contra a covid-19, principalmente para pessoas que ainda não tomaram a vacina. Para o comércio, por exemplo, um dos primeiros setores atingidos com as restrições da pandemia, todas as medidas ainda são válidas. Mas alguns comerciantes já sentem dificuldades em exigir de certos clientes a obediência aos protocolos.
“Uma porcentagem ainda está obedecendo as medidas de segurança, mas uma parcela não utiliza mais a máscara e se a gente for falar corre o risco de perder o cliente, ele vai embora, constrangido. Mas aqui a gente ainda cobra bastante a obediência das regras da prefeitura”, comenta Marcos Rocha, gerente de loja.
Na loja do Rosinaldo Jorge Souza, na Velha Marabá, os protocolos também têm sido mantidos.
“Continuamos usando máscaras, álcool em gel nas mãos. Mesmo vacinados temos de continuar se protegendo né, para evitar essa doença. Então a gente orienta o cliente, só entra de máscara e com uso de álcool”, destaca o comerciante que assim como os demais sofreu com os reflexos da pandemia.
Francisca dos Santos, vendedora ambulante de salada de frutas, não trabalha sem a proteção e até se acostumou com o equipamento de segurança.
“Uns usam, outros não. Eu continuo usando, trabalhando. Minha opinião é que devemos usar até dizer que acabou. A máscara previne muitas coisas. Você está falando, mexendo a comida, não cai nada lá dentro”, destaca sobre outra vantagem, a higiene.
Por outro lado, quem vai ao comércio para as compras deve ficar atento às medidas, é o que faz Rosangela Oliveira.
“Acho importante porque nem todos se vacinaram. Então ainda têm as pessoas que correm o risco de pegar a doença. Tem gente que nem pegou ainda, pode há qualquer momento pegar e a família toda padecer pela pessoa que está doente. Acho que todo mundo deve se cuidar até pelo menos todas as pessoas estarem vacinadas. Sempre uso máscara, minha filha pequena ainda não vacinou”, pontua a dona de casa.
O casal de idosos, Maria José Medeiros, 78 anos e Agostinho Ferreira, 85 anos, não gostam da máscara, mas a utilizam sempre que saem de casa por respeito e obediência às regras.
“ Eu uso porque a gente obedece às leis. Eu acho que prevenir é bom, respeitar também é bom”, afirma Maria José.
“Toda vez que saio eu uso. Ontem mesmo voltei em casa para buscar a máscara porque tinha esquecido. Uso por causa do vírus, com certeza a máscara é importante”, enfatiza o aposentado.
Maria José Medeiros, 78 anos e Agostinho Ferreira, 85 anos
ACIM avalia o comércio e orienta obediência as recomendações sanitárias
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim), João Tatagiba, é defensor do cumprimento das medidas de segurança contra a covid, por um motivo simples, quanto menos gente infectado, maior a probabilidade de manter o comércio de portas abertas. Tatagiba observa que os comerciantes contribuíram com a prefeitura no combate ao vírus, numa ação conjunta entre poder público e setor privado, o que vem possibilitando a reação positiva do comércio para aqueles que conseguiram atravessar o período difícil da pandemia. Por isso, para manter o comércio funcionando nesse momento favorável à região, as orientações são as mesmas.
“O auge da pandemia já passou, nós vimos que o último paciente do regional recebeu alta , mas isso não quer dizer que a pandemia acabou. Ainda temos no Brasil, média de 500 mortes por dia. É de bom tom termos os mesmos cuidados, se não tomarmos esses cuidados podemos alongar a finalização das ações desse vírus. Então a recomendação pra todo o comércio é que continuem usando máscara, álcool, não podemos mais viver essa situação ano que vem. Finalmente a pandemia arrefeceu mas devemos continuar fazendo a nossa parte. A pandemia não passou ainda” ressalta o presidente da Acim.
presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim), João Tatagiba
Em relação ao comércio, João Tatagiba, diz que levando em conta a sazonalidade da região é natural que haja uma reação do comércio em Marabá no segundo semestre do ano, que é quando o verão acontece trazendo dinamismo. Apesar dos efeitos da pandemia, com fechamentos de alguns negócios na cidade, ele acredita que os demais estão conseguindo receber a onda positiva.
“Outro fator que devemos levar em conta é que a economia do país vem crescendo. E a nossa região tem uma economia pujante, temos uma base econômica está sendo diversificada em vários vetores, e isso acaba ajudando. Estamos no lugar certo, no momento certo e com a possibilidade de crescimento”, analisa Tatagiba.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Paulo Sérgio