Covid-19: Uso de capacetes elmos reduz em até 33% tempo de permanência no HMM
“A evolução é boa, o diagnóstico apresenta melhora significativa em questão de 3 a 4 minutos, após o uso do Elmo. O paciente que tem um prognóstico de ficar 14 a 15 dias no hospital está reduzindo o tempo para 10 a 9 dias”, enfermeira Mauricia Ramalho, coordenadora do setor covid no HMM
Há duas semanas o Hospital Municipal de Marabá (HMM) conta com dez capacetes respiradores tipo Elmo, no tratamento de pacientes infectados pelo Sars-CoV-2 (coronavírus). Estudos mostram que o equipamento pode reduzir em até 60% a necessidade de internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), melhorando o desconforto respiratório do paciente. Cerca de 30 pacientes já utilizaram o Elmo na Unidade de Cuidados Especiais (UCE) do HMM.
A enfermeira, Mauricia Ramalho, coordenadora do setor covid no HMM, observa que a aceitação dos pacientes tem sido positiva e que o tempo de permanência dos pacientes que utilizaram o aparelho no Hospital tem sido reduzido em até 33%.
“O paciente não fica tão ansioso, porque não há aquela máscara no rosto, então temos uma aceitação maior do equipamento. A evolução é boa, o diagnóstico apresenta melhora significativa em questão de 3 a 4 minutos, após o uso do Elmo. O paciente que tem um prognóstico de ficar 14 a 15 dias no hospital está reduzindo o tempo para 10 a 9 dias”, enfatiza a enfermeira.
Josileia Melo, fisioterapeuta intensivista destaca que o Elmo é mais um mecanismo de respiração artificial não invasivo dentro da fisioterapia. Oferece um percentual de oxigênio (O2) com pressão positiva, de 21% a 100%, melhorando a capacidade pulmonar do paciente.
“Ele é posicionado em toda a cabeça do paciente e é fixado no pescoço em uma base que veda a passagem de ar, e vai oferecer um ar medicinal juntamente com o oxigênio. Oferecendo maior conforto, segurança, diminuindo a frequência respiratória, que é a característica da covid, a alta frequência respiratória, o cansaço e o esforço respiratório”, esclarece a fisioterapeuta.
Christian Ribeiro, médico da UCE Covid, pontua que atualmente o HMM é o único hospital da região a utilizar o capacete Elmo no tratamento da doença. Ele completa que o equipamento geralmente é indicado ao paciente, com quadro clínico respiratório de leve a moderado, e saturação (quantidade de oxigênio que está sendo transportada na circulação sanguínea) menor que 92%.
“Ele é importante porque melhora a saturação do paciente evitando que ele evolua para uma via aérea definitiva, que seria no caso a intubação, de que todos têm medo. Nós estamos tendo grandes benefícios com esse capacete e assim estamos reduzindo também os dias de internação do paciente aqui no HMM” reforça o médico.
Vale ressaltar que desde o ano passado, o HMM vem avançando em tecnologias no tratamento da covid. Em maio de 2020, o hospital recebeu seis máscaras de mergulho adaptadas para a realização de ventilação não invasiva, doadas pela Organização Não-Governamental (ONG) Expedicionários da Saúde (EDS). No caso dos capacetes respiradores Elmo, a doação foi feita pelo o Instituto Amazônia Tec e movimento União BR, a partir de uma emenda impositiva do deputado federal Eduardo Costa.
Outras vantagens do Elmo
O capacete respirador pode ser esterilizado e reutilizado, dependendo do uso e da manutenção, a reutilização pode ser feita de 5 a 8 vezes, além de aumentar a segurança dos profissionais de saúde, já que, por ser vedado, não permite a proliferação de partículas do vírus.
O capacete tipo Elmo foi desenvolvido por uma universidade do Estado do Ceará, no ano passado, período da onda da covid-19, com o objetivo de tratar pacientes com insuficiência respiratória. Por ser um mecanismo de respiração artificial não invasivo, pode reduzir em 60%, de acordo com a comprovação dos testes, a necessidade de internação em UTI e a intubação de pacientes com o coronavírus.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento e Jordão Nunes