Defesa Civil: Brigada registra 19 ocorrências de queimadas esse mês
O período de estiagem, marcado pela escassez de chuvas, altas temperaturas e vegetação seca, é propício para a propagação de queimadas, principalmente entre os meses de julho e outubro, na nossa região. Em Marabá, as queimadas e focos de incêndio são combatidas pela Defesa Civil Municipal, mas a partir de 2019 o trabalho foi intensificado por meio da Brigada de Combate a Incêndios do órgão.
A equipe da brigada é formada por duas equipes, totalizando 24 agentes. Entre eles está Adriana Dias, que participa pelo segundo ano. “Nós chegamos ao local, analisamos a cena e acionamos os outros órgãos de segurança. Nós, de imediato, utilizamos as bolsas costais, abafadores, rastelos e, dependendo da situação do fogo, se for de média ou grande proporção, acionamos o caminhão pipa, já entramos com as mangueiras e o processo de resfriamento”, explica brigadista.
Os brigadistas, além do novo modelo de uniforme, utilizam mochila flexível costal com capacidade de armazenar 20 litros de água, esguicho, abafador, pá, enxada, rastelo, foice, mangueira e material de proteção.
Nos casos onde ocorrem incêndios de maiores proporções, o caminhão pipa com capacidade para armazenar 20 mil litros de água, cedido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), é acionado. Entre as causas de incêndios registradas estão a queima de lixo domiciliar em quintais e a queima de resíduos vegetais em terrenos baldios. O trabalho é realizado em parceria com outros órgãos como Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, Polícia Militar, Ministério Público do Estado, Exército e Semma.
A parceria com a Secretaria de Meio Ambiente se dá pelo reconhecimento e autuação dos infratores gerando um processo administrativo que é encaminhado ao Ministério Público, que é transformado em uma Ação Civil Pública. Em Marabá, os infratores podem ser enquadrados na Lei Municipal 16.885 que dispões sobre a Política Municipal de Meio Ambiente de 2002, além da Lei Federal 9.605 que trata de crimes ambientais, como as queimadas.
Na zona rural, a multa para quem ateia fogo é a partir de mil reais por hectare. Na zona urbana, a multa é a partir de 1.500 reais podendo chegar a 50 milhões. “Nós temos recomendado que as pessoas, na zona urbana, não ateiem fogo no lixo doméstico e na zona rural que utilizem processos mecanizados no preparo das áreas para agricultura e que não utilizem o fogo”, aconselha o titular da SEMMA, Rubens Sampaio.
Em 2019, foram atendidas 278 ocorrências de queimadas no município. Em 2020, o número saltou para 504. Neste ano, desde o dia 1º de julho houve 19 ocorrências.
O secretário de Meio Ambiente ainda alerta para que a população, de forma alguma, ateie fogo em lixo por causa dos efeitos e prejuízos que a fumaça pode causar à saúde pública. “Na zona rural causa a diminuição da biodiversidade do solo, das florestas e animais que são mortos por causa do fogo. Na zona urbana, a fumaça causa prejuízos à saúde da pessoa idosa e das crianças chegando a lotar os postos de saúde e hospitais. Além disso, a fumaça pode causar fechamento de aeroporto”.
A SEMMA orienta as pessoas que realizarem capina em um terreno que deixem o resíduo sofrer decomposição. Em algumas situações, o Serviço de Saneamento Ambiental (SSAM) pode ser acionado para retirar o resíduo. Também é recomendado que o proprietário destine esse resíduo para um local adequado. No aterro sanitário municipal há um espaço para esse depósito.
O brigadista Renilson Mendes atua há três anos no combate aos incêndios e deixa uma orientação às pessoas. “O nosso trabalho é preservar o meio ambiente e garantir uma saúde melhor para a nossa população. A mensagem que a gente deixa para a população de Marabá é evitar atear fogo. Às vezes as pessoas buscam uma maneira fácil de dar um destino ao lixo, mas acabam se prejudicando porque é um crime, a pessoa vai pagar multa e responder por aquilo”.
Serviço
As ações da brigada acontecem por meio de rondas com duas caminhonetes em escala, assim como por demanda por meio do número (94) 99291364. O número funciona de segunda a domingo, das 8h às 18h. Além disso, denúncias de queimadas podem ser realizadas pela Linha Verde: 3312-3350.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Sérgio Barros