Defesa Civil: Plano de Contingência prevê ações para inverno amazônico
Durante o período chuvoso nas regiões dos Rios Tocantins e Itacaiúnas, o nível da água tende a subir, causando alagamentos. Em Marabá, nessas áreas que podem alagar moram 6.480 famílias, dados coletados e monitorados pela Defesa Civil de Marabá, que realizou, ainda no ano passado, o Plano de Contingência e de Ação para o período em que as cheias afetam várias áreas habitadas em Marabá.
“Em 2022, tivemos um banco de dados bem elaborado, de porta a porta, para conhecer a vivência das pessoas que moram nas áreas alagadas do Rio Tocantins e Itacaiúnas. Com esse levantamento, conhecemos praticamente todas as pessoas que moram na área alagada, via satélite, bem como toda a vida social delas, como por exemplo quantas pessoas são PcD, quantas estão estudando, bem como as séries, ou seja, temos um levantamento completo da vida social dessas famílias. Agora nós estamos fazendo outro levantamento para saber se o morador pessoa permanece naquele local ou se ele mudou de endereço, ou seja, teremos um panorama geral das pessoas que vivem nessas regiões”, explica o Diretor da Defesa Civil de Marabá, Marcos Andrade.
Segundo ele, com os levantamentos, percebeu-se que as áreas mais alagadas concentram-se nas margens do Rio Itacaiúnas, por conta de novos bairros instalados, como Carajás 1, 2, 3, Taboquinha, além de áreas de ocupação irregular no bairro Amapá, o que fez o número de famílias atingidas pela cheia do Rio Itacaiúnas ser maior que as do Rio Tocantins. “Atualmente, nós temos 36 localidades que são atingidas pelos rios, tanto na Marabá Pioneira, Cidade Nova Nova Marabá e São Félix”, reitera Marcos.
Há 16 locais reservados para a construção de abrigos, além de mais nove em fase de conclusão, caso haja necessidade de deslocamento de mais famílias. Dessa forma, a Defesa Civil pretende alcançar 24 locais de abrigo em Marabá.
“Nós já tivemos, por exemplo, em 2022 e 2023, 21 pontos de abrigos. Mas não são apenas lugares onde as famílias ficam. Nesses locais, sempre temos parcerias com várias secretarias para assegurar o saneamento, a saúde, o transporte escolar para os estudantes etc.”, complementa Marcos.
De acordo com o chefe de Gabinete da Prefeitura, Walmor Costa, os planos de contingência e de ação preparados pela Defesa Civil sempre estão integrados à Defesa Civil Nacional, a qual monitora o nível dos rios, desde as nascentes, e mantém a Defesa Civil de Marabá sempre informada, principalmente no inverno amazônico.
“Por exemplo, se a Defesa Civil de Brasília nos repassar que o rio vai encher, nós naturalmente iremos nos preparar para organizar os locais e abrigo, construir alojamentos e ver a estrutura de apoio para a quantidade de famílias que vão ser desabrigadas. Em 2020, fizemos um relatório que nos permite saber, de acordo com a subida dos rios, a quantidade de pessoas que serão desabrigadas. Dessa forma, estamos sempre em alerta para agir conforme o monitoramento integrado entre as Defesas Civis”, explana.
As ações da Defesa Civil têm parceria com a Defesa Civil do Estado, Exército Brasileiro e toda a Prefeitura. “A gente movimenta muito a Secretaria de Assistência Social, Secretaria de Saúde, Secretaria de Educação, Secretaria de Agricultura e a Secretaria de Obras. É um governo que fica cuidando mesmo, cuidando das pessoas, cuidando de gente”, finaliza Walmor.
Texto: Sávio Calvo
Fotos: Sara Lopes