Saúde: Dia Nacional de Combate ao Fumo é marcado por conscientização sobre os riscos do tabaco
Uma ação com palestras, distribuição de informativos e orientações médicas na Unidade Básica de Saúde (UBS) Enfermeira Zezinha, na Folha 23, marcou o Dia Nacional de Combate ao Fumo, nesta segunda (29).
O evento, que faz parte de uma programação especial desenvolvida pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), serviu para oficializar a retomada do programa de Combate ao Tabagismo na Rede Municipal de Saúde.
Além da UBS Enfermeira Zezinha, ao menos outras sete unidades estão com uma equipe preparada para atender e orientar a pessoa que deseja parar de fumar. O Dia D de combate ao fumo objetiva sensibilizar e mobilizar a população quanto aos danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco.
“Estamos ativando o programa em Marabá com a chegada da medicação enviada pelo Ministério da Saúde e Sespa. Vamos entregar adesivos e gomas de mascar nas unidades onde estão os enfermeiros, médicos e odontólogos, treinados recentemente na capacitação que ofertamos, no mês passado”, esclarece Helane Moreira, da coordenação do programa na SMS.
As UBS’s que já retomaram os atendimentos são: Laranjeiras, Emerson Caselli, Demósthenes de Azevedo, João Batista Bezerra, Enfermeira Zezinha, Hiroshi Matsuda, Amadeu Vivacqua e Carlos Barreto. Cada unidade de saúde vai marcar um dia específico para fazer as triagens em relação ao Teste de Fagerstrom, exame que mede o grau de dependência à nicotina, etapa necessária para o início do tratamento que é gratuito.
Para participar do programa de combate ao fumo, os interessados devem procurar as unidades de saúde para realização do cadastro. Após essa etapa, é dado início a um tratamento intensivo de quatro semanas, com encontros mensais. Os pacientes são divididos em grupos de acordo com o grau de dependência.
Na UBS Enfermeira Zezinha, onde os cadastros serão realizados até o dia 06 para a inclusão nos grupos iniciais, foi feita uma lista prévia com contatos de pacientes que desejam deixar o vício. A partir deles é que será possível a retomada do programa neste primeiro momento, como explica o enfermeiro João Noronha, da coordenação do programa na UBS.
“Dia 08 será feita uma avaliação das pessoas cadastradas, são em média 10 a 15 pacientes. Depois faremos uma roda de conversa com eles e, posteriormente, passaremos um ano acompanhando-os. Além dessa roda de conversa, os pacientes recebem atendimento com o psicólogo, nutricionista e clínico geral. Vale ressaltar que a avaliação é feita individualmente para saber se o paciente vai precisar do uso de medicação ou não, para deixar de fumar”, enfatiza.
na UBS Enfermeira Zezinha
Isaac Prado Ramo, médico de referência do programa, observa a importância dessas ações no combate ao vício do Tabaco, especialmente, porque o serviço é disponibilizado nas unidades de saúde, onde o acesso da população é fácil. Segundo ele, dentro da Estratégia da Saúde Família, o programa é utilizado com todo aparato de recursos de prevenção e promoção da saúde.
“O Tabagismo é a principal causa de mortes evitáveis no mundo todo. Ele está relacionado a diversas doenças crônicas. Piora os prognósticos em relação a riscos cardiovasculares, AVC, infarto e diversas outras doenças. E é um fator de risco prevenível. Então, é de suma importância. Aliás, nós temos uma abordagem chamada de abordagem breve, nós usamos com aquelas pessoas que não querem deixar de fumar. Então, se a população tem alguém que fume e não queira parar, basta trazer essa pessoa na unidade que nós conseguimos fazer uma abordagem de cinco minutinhos, coisa bem rápida, para orientá-la, insistindo mesmo. Porque muitas vezes ele não quer deixar de fumar por falta de informação”, destaca o médico.
A decisão de deixar o vício
A primeira experiência de Cleiton da Silva, 35 anos, com o tabaco, aconteceu aos 11 anos. Desde então já são 24 anos de dependência do fumo. O agricultor usa o cigarro artesanal, enrolado a mão, o dia inteiro, e os problemas de saúde começaram a surgir. Mas diante de tentativas frustradas em parar de fumar, agora reconheceu precisar de ajuda profissional para se libertar do vício.
“Eu vim assistir a palestra porque não dou conta de parar de fumar não. Minha pressão tá alta. Então eu vim atrás de ajuda. Fumar é uma coisa que não é boa pra a saúde. A gente fica cansado, não pode nem caminhar muito. Mas agora tenho de largar de vez, vou começar a tomar remédio pra pressão”, comenta o agricultor.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o tabagismo como a dependência da droga nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco, seja cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo, cigarro de palha, fumo de rolo ou narguilé. Após ser absorvida, a nicotina atinge o cérebro entre 7 e 19 segundos, liberando substâncias químicas para a corrente sanguínea que levam a uma sensação de prazer e bem-estar. Essa sensação faz com que os fumantes usem o cigarro várias vezes ao dia. Por sentir prazer, o fumante busca o cigarro em situações de estresse, para “relaxar”.
“A pessoa que deseja parar de fumar deve procurar uma Unidade Básica de Saúde em qualquer dia, pois nossos médicos e enfermeiros estão orientados a fazer acompanhamento desse paciente”, esclareceu Helane Moreira.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento