Educação: Alunos do CMRio participam de primeiro campeonato de robótica
Um “robô antissombras”. Assim a jovem Ana Beatriz, 12 anos, descreve sua invenção para o 1º Campeonato de Robótica da escola CMRio. “Ele tem um led e se você coloca a mão na frente dele ou alguma outra sombra, ele anda 30cm pra trás, depois volta. Ele funciona com programação do computador e anda a base de uma pilha conectada que pode ser retirado para carregamento ou abastecimento da bateria”, explica a aluna do 5º ano.
Ela ressalta que não tinha experiência alguma com robótica, até começar as aulas no laboratório neste ano. “Não tinha experiência, aprendi tudo esse ano. Foi bom porque aprendi programação, a montar, desmontar, muito acesso a essa área. E posso construir algo depois, em casa mesmo, com outros materiais, com sucata, por exemplo”, anima-se.
O projeto é uma iniciativa do laboratório de robótica da escola que começou a funcionar este ano. Os alunos têm duas aulas por semana, sempre no contraturno escolar. “O objetivo é desenvolver o espírito investigativo, colaborativo e experimental de desenvolver essas atividades que ajudem no processo de ensino e aprendizagem”, explica diretora do ensino fundamental da escola, Valguilene Ferreira Gomes.
Os alunos escolhem no início do ano letivo qual projeto da escola irão participar. “Temos laboratório de ciência, meio ambiente, música, clube de português, matemática, rodas de leitura na biblioteca. No início o aluno escolhe e se inscreve. Temos também os clubes de esporte, handebol, basquete, jiu-jitsu e o de robótica é um dos campeões”, explana.
“É uma competição com dificuldades de acordo com o nível do aluno, uma competição específica para 6º, 7º, 8º e 9º ano. Os graus de dificuldade serão avaliados de acordo com a turma e os vencedores receberão um tablet”, explica a diretora Valguilene.
Pedro Paulo, 14 anos, é outro aluno participante do projeto Robótica. Ele construiu uma roda gigante. “Uma versão em miniatura inspirada na vida real que se mexe por um motor chamado motor DC, alimentado por um velocímetro com um potenciômetro que vai para a roda e consequentemente controla velocidade”, destaca.
Ele ressalta que se interessou pelo grupo de robótica e não se arrepende. “Primeira vez que fiz, não tinha experiência, foi muito bacana, é bom ter experiências novas. Éramos um grupo de 4 pessoas, com um bom trabalho em equipe e demoramos de 3 semanas a um mês para executar o projeto”, discorre.
O evento experimental, de terça (21), deve se repetir a cada semestre. Os 105 projetos inscritos passaram por uma preliminar, na qual foram escolhidos 45 projetos do campeonato.
Guilherme da Silva, de 15 anos, fez dupla com o Guilherme Souza, de 13 anos. Os dois construíram um mini barco elétrico a motor. “A gente usou uma base que criamos para boiar, com isso fez um barco elétrico com motores e a gangorra, com as instalações para que não acontecesse problemas de ter aquela repetição de ligar o motor e ele sair girando, com a chave para controlar o uso da energia”, explica Guilherme Silva.
O adolescente conta que tinha experiência com parte eletrônica e foi um processo mais tranquilo. “Fizemos em um tempo recorde. É emocionante participar de uma competição e espero que dê tudo certo”, ressalta.
Segundo a diretora Valguilene, todos os alunos que participaram do projeto apresentaram melhora no desempenho do 1º para o 2º bimestre nas disciplinas de matemática e ciência. “Todos os alunos tiveram uma melhoria efetiva. Percebemos maior desenvoltura das habilidades com relação ao raciocínio lógico matemático, sequenciação, tendo em vista que isso é trabalhado também no laboratório de robótica”, conclui.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Aline Nascimento