EDUCAÇÃO: ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA GANHA PATROCÍNIO DO BASA PARA CONSTRUÇÃO DE BIODIGESTOR
O Biodigestor vai produzir biogás a partir dos dejetos de animais e também na criação de aves (para a produção de ovos e carne) e de peixe da espécie tambaqui.
Com a presença de autoridades municipais e a comunidade, a Escola Família Agrícola (EFA) de Marabá acaba de realizar um seminário de lançamento do projeto Produção e Educação Agroecológica. O evento foi realizado no dia 21 deste mês, com a participação de várias autoridades, entre as quais o vice-prefeito Toni Cunha, o secretário adjunto de Educação, Orlando Morais, e a diretora de Ensino do Campo da SEMED, Lorena Bogea.
Desenvolvido por alunos, professores e gestores da Escola Família Agrícola “Professor Jean Hébette”, a iniciativa trabalha a associação da agroecologia à educação do campo, com atividades em sala de aula, de cultivo da terra e criação de animais. O evento aconteceu na sede da entidade, localizada no Km 23 da Rodovia Transamazônica (BR-230), sentido Itupiranga.
“A ideia do projeto é a crença de que é possível produzir alimentos e conhecimentos agroecológicos, em duas vertentes, na produção e na educação. Enquanto escola, nós desenvolvemos atividades educativas e promovemos associação com o processo produtivo”, esclarece Damião dos Santos, presidente do Instituto de Promoção Ecológica e Social (IPÊS) e coordenador do Proefa, ONG responsável por apresentar o projeto em setembro de 2017, no âmbito do edital de patrocínio 2018 do Banco da Amazônia. “Foi aprovado um contrato entre o IPÊS e o Banco da Amazônia para esse projeto, no valor de R$18 mil”, afirmou ele.
A verba será usada na construção de um biodigestor, que vai produzir biogás a partir dos dejetos de animais, e também na criação de aves (para a produção de ovos e carne) e de peixe da espécie tambaqui. “O projeto é de grande impacto na comunidade, porque a gente trabalha uma ideia da unidade produtiva e educativa. Então, esses espaços que nós visitamos serão laboratórios de aprendizagem para os alunos”, reiterou Damião. O prazo de execução do convênio começou no último mês de maio e termina em dezembro deste ano.
Diretor da EFA há dois anos, Idelmar Silva dos Santos destaca a importância do momento. “É uma forma de divulgação do trabalho da escola, principalmente na captação de recursos, que é uma das nossas maiores dificuldades, pois precisamos alavancar a produção da instituição”, disse.
Com mais de 100 estudantes matriculados, vindos dos municípios de Novo Repartimento, Itupiranga, São João do Araguaia, Eldorado do Carajás e Bom Jesus do Tocantins, além de Marabá, e de cerca de 30 assentamentos, a instituição incentiva a aprendizagem de uma forma diferenciada e também o compartilhamento da informação.
“A ideia é que eles levem o conhecimento para a comunidade, para difundir a produção agroecológica e desenvolver a produtividade, a soberania alimentar da propriedade, que é nosso maior foco”, completou Idelmar.
O vice-prefeito Toni Cunha também celebrou a iniciativa da Escola Família Agrícola, que na visão dele deveriam se espalhar pelo Estado. “A EFA mostra que é possível praticar uma agricultura de subsistência, de qualidade, misturada com a educação, fixando o homem ao campo, para aquela família que tem vocação rural possa ocupar os espaços e ter oportunidade e preparo para se manter e até comercializar produtos. A região de Marabá tem 86 assentamentos e sudeste do Pará possui 513 ao todo, mas muito pouco se produz nestes locais e há pouco incentivo do governo federal”, lamenta Toni Cunha.
Segundo o secretário adjunto de Educação, Orlando Morais, a Pedagogia da Alternância, aplicada ao projeto em questão, permite que os alunos vivenciem os ensinamentos na prática, o que os incentiva a estudar mais ainda. “Os estudantes têm aqui um amplo espaço para criar, inventar e contribuir. A escola e a equipe gestora estão de parabéns pelo brilhante trabalho que vem sendo realizado”, elogiou Morais.