EDUCAÇÃO: PROFESSORA DA REDE MUNICIPAL DE MARABÁ É DESTAQUE EM PRÊMIO DO MEC
Luciane Ribeiro, da Escola Doralice Vieira, já havia conquistado o concorrido “Prêmio Professor Nota 10”, em 2012
Dedicada e se reinventando a cada ano, a professora Luciane Fernandes Ribeiro, da Escola Municipal Doralice de Andrade Vieira, teve projeto classificado como “Destaque” na fase estadual do Prêmio “Professores do Brasil”, promovido pelo Ministério da Educação (MEC). O projeto desenvolvido com seus alunos – “Retratos do cotidiano escolar” é um dos 4.040 inscritos em todo o País.
Criado em 2005, o prêmio é voltado a professores de escolas públicas que contribuem para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem desenvolvidos nas salas de aula.
Luciane é professora das disciplinas de Língua Portuguesa e Artes e em 2012 conquistou um dos mais importantes prêmios da educação do País, o “Professor Nota 10”, da Fundação Victor Civita. Ela atua na rede municipal de educação há 18 anos e é bastante querida por alunos e colegas professores por todas as escolas por onde passa.
Segundo a educadora, a ideia do “Retratos do Cotidiano Escolar” surgiu a partir de sua percepção do gosto dos alunos do 8° e 9° ano pela fotografia e, passeando por suas redes sociais e observando suas incontáveis “selfies” no recreio, imaginou que poderia incluir algo tão presente na vida deles para trabalhar o conteúdo de Artes, bem como torná-la mais significativa e próxima da realidade. “Então, uni a fotografia e o ambiente escolar, com o objetivo de fazer com que eles compreendessem melhor o espaço onde estudam, ampliando o conhecimento que se tem de escola, conceito muitas vezes limitado. Ou seja, foi uma forma de fazê-los compreender o meio e sensibilizá-los, também, sobre as experiências vividas no espaço da escola”, conta a professora.
Como resultado deste trabalho, segundo Luciane Ribeiro, foi possível fomentar contribuições para uma aprendizagem significativa, propondo uma reflexão acerca do ambiente, conhecer melhor e ampliar o olhar que se tem. “Como em uma crônica – gênero que convida o leitor a enxergar algo por meio de um olhar tão pessoal – assim cada fotografia tirada pelo aluno é um convite a apreciar o que há por trás de olhos tão atentos e sensíveis”, avalia.
O projeto também foi um desafio para que os alunos compreendessem que a escola não é apenas a estrutura física nem só arquitetura, mas um ambiente de emoções, lembranças e experiências. Os conteúdos foram escolhidos para que auxiliassem na aprendizagem do que foi proposto a eles.
Luciane lembra que a escola em que desenvolveu o projeto está localizada em um bairro de invasão (Vale do Itacaiunas), ou seja, não houve planejamento para sua ocupação e atende crianças, adolescentes e jovens – a maioria das classes C e D – que vivem em situação de vulnerabilidade. “Mesmo dentro de tal contexto, a escola é ampla e bem conservada, as salas de aula têm ar condicionado, contamos com sala de leitura e laboratório de informática. A maioria dos alunos gosta muito de frequentar as aulas, pois a escola proporciona um ambiente agradável a eles”, relata a educadora.
Durante várias aulas, os alunos estudaram sobre fotografia, além de participarem de oficina com um profissional da área, convidado pela professora Luciane.
Na fase prática, eles fizeram fotos dos ambientes da escola e depois houve uma seleção para uma exposição que foi realizada durante o projeto “Dia D da Família na Escola”, no primeiro semestre deste ano. “Hoje, tenho a plena convicção de que trabalhar a arte em sala de aula vai muito além de apenas tentar interpretá-la. Ela pode ser vivenciada”, conclui a professora, que atua também na Escola Paulo Freire.
De 26 a 28 deste mês, o projeto “Retratos do cotidiano escolar” ficará em exposição no SESC de Marabá e estará aberto à visitação pública. Quem quiser saber mais sobre o projeto pode acessar o seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=jPgpz620_QE&feature=youtu.be.