Educação: Professora inova em sala de aula abrindo “papelaria” para os alunos
Para facilitar a compreensão dos alunos na aula de matemática sobre o sistema monetário brasileiro, a professora Fabiana recorreu à instalação de uma “papelaria” dentro da sala de aula.
A sala de aula é lugar de reinvenção. E a professora Fabiana Silva Costa sabe muito bem disso. E está sempre em busca de novas ideias para tornar suas aulas mais atrativas para os 30 alunos do 3º ano do primeiro segmento do Ensino Fundamental na Escola Dinalva Gomes de Arruda, localizada no Bairro Infraero, no núcleo Cidade Nova.
Formada em Pedagogia, com especialização em Atendimento Educacional Especial, Fabiana conta que há seis anos ingressou na rede municipal de ensino de Marabá, já na escola Dinalva Gomes, iniciando em turma do 1º ano, passando por todas as séries.
No Dia do Professor, comemorado nesta sexta-feira, dia 15 de outubro, encontramos Fabiana Costa apresentando uma aula fora do contexto tradicional em uma escola da periferia da cidade e pouco conhecida.
Para facilitar a compreensão dos alunos na aula de matemática sobre o sistema monetário brasileiro, ela recorreu à instalação de uma “papelaria” dentro da sala de aula. A mesa da educadora transformou-se em um balcão de negócios compartimentado, em que os produtos à venda são canetas, tesouras corretivos, pincéis, resma de papel, álcool em gel, entre outros produtos.
Uma das alunas desempenhou o papel de vendedora e caixa ao mesmo tempo, negociando e finalizando as vendas com os colegas. Todos tinham dinheiro que simulavam os originais, inclusive com moedas de papel. A aprendizagem de matemática estava exatamente na hora de apresentar o dinheiro e passar o troco. “É algo que eles já vivenciam no dia a dia e trazemos para o ambiente escolar para a aprendizagem se tornar mais prazerosa e significativa”, justifica Fabiana.
A professora tem 30 alunos em sala, mas por causa da pandemia, a metade estuda um dia e a outra metade no dia seguinte. Com isso, o mesmo conteúdo está sendo apresentado aos estudantes, que estão encantados com a dinâmica, mesmo que o dinheiro não seja de verdade.
Para Fabiana, o desafio e o encanto de ensinar estão exatamente em oferecer o novo para seus alunos. “Gosto de inovar e trazer atividades diferenciadas para dentro da sala de aula. Essas aulas não são significativas apenas para os alunos, mas também para mim, que sou professora e acabo aprendendo bastante com eles”, confessa.
A educadora reconhece que o período da pandemia foi desafiador e revela que adquiriu ansiedade durante o tempo que ficou em casa, em isolamento. “Eu queria muito voltar para a sala de aula porque aqui é completamente diferente do que fazer o trabalho remoto sem olhar nos olhos dos alunos. A gente, como professor, precisa se doar, fazer o melhor a cada dia. A missão é ensinar, mas precisamos ir além”, diz, orgulhosa.
Saiba mais
A Escola Dinalva Gomes de Arruda atende 430 alunos do 1º ao 5º ano que residem no Bairro Infraero e adjacências.
Texto e Fotos: Ulisses Pompeu