Educação e Saúde: Marabá recebe ação itinerante da Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo
Nesta quinta-feira, 20, a Câmara Municipal de Marabá recebeu a Ação Itinerante da Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo, promovida pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Políticas para o Autismo (Cepa).
Na ocasião foram entregues mais de 200 Carteiras de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) e foram realizadas capacitações para profissionais de saúde, educação, assistência social e Público em geral. Estiveram presentes também representantes das associações de mães, a Rede de Apoio de Mães e Pais Atípicos (Rampa), Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Marabá (Apae), o Núcleo de Atendimento Especializado ao Aluno com Transtorno do Espectro Autista (Naetea), pais e responsáveis.
A ação do projeto itinerante visa descentralizar e regionalizar o atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), e garantir o acesso a medidas coletivas e integradas de atenção à saúde, educação e cidadania. Também foi realizada capacitação para profissionais de saúde, educação e assistência social, e também para o público em geral presente nos espaços de entrega das carteiras.
A coordenadora do Naetea, Ângela Borges, fala qual o objetivo do evento.
“O objetivo é capacitar, fazer um treino para que os familiares e responsáveis tenham mais informações sobre como lidar com as crianças e adolescentes autistas, como ter esse manejo, ter uma visão abrangente. Eles foram convocados para estarem aqui hoje. Por isso essa plateia está tão bonita, porque nós reforçamos isso, incentivamos. Juntos somos mais fortes”, pronuncia.
Na ocasião houve uma palestra com a Neuropsicopedagoga, Thamiris Nascimento e com a coordenadora da Cepa, Nayara Barbalho, que explana a importância dessa ação.
“Estamos no mês mundial de conscientização pró autismo e nós temos uma demanda muito grande aqui em Marabá. Ainda esse ano o estado vai entregar a policlínica que vai ter um anexo do Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea) e esse é um momento que a gente faz capacitação profissional, capacitação familiar, presta contas do trabalho que tem sido feito pelo governo do estado, entrega a carteira de identificação e também convoca a todos os entes da sociedade, município, movimentos sociais, para estarem junto e ampliar esse trabalho”, reforça.
O Natea vai ser entregue ainda esse ano e funcionará em dois andares da policlínica. Vai atender uma média de até 250 pessoas a partir dos dois anos de idade. “É importante destacar que esse é um serviço de saúde, de atenção especializada. Ele é referenciado pelas unidades de saúde do município. A rede de atenção é ampla. Inclui as unidades de saúde, Caps, centros de reabilitação, dos núcleos do estado, enfim, de uma rede bem ampla de educação, de assistência social”, salienta Nayara.
A dona de casa Cilene da Silva Ribeiro e mãe de uma criança autista, participou da ação e assevera a importância dos atendimentos direcionados.
“As nossas crianças precisam muito desse núcleo. Meu filho não falava nada, não brincava, era estressado, era extremamente agitado e desde que começou a frequentar o Naetea ele já fala algumas palavras, ele interage, abraça as pessoas, pede com carinho, pede licença. Ele me chama de mãe, ele não me chamava de mãe. Ele aprendeu tudo lá. Ele adora ficar lá”, enaltece.
A profissional de apoio escolar mediadora, Adrielle Corrente, afirma que o evento é um marco no processo de inclusão.
“A gente está como referência no Brasil e aqui em Marabá acredito que seja uma referência no sul do Pará. A gente vem caminhando bastante em relação às políticas públicas. Marabá hoje é um dos poucos municípios que tem o cargo de mediador, cuidador. Então tem toda uma tríade envolvida no processo de inclusão dos alunos com deficiência no município”, informa.
Saiba mais sobre o Natea
Criados em 2020, os Núcleos de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea) são importantes dispositivos de saúde que oferecem atendimento qualificado para pessoas com autismo e seus familiares do Pará.
Nos Nateas, uma equipe multidisciplinar oferece serviços focados na Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e em evidências científicas que auxiliam no desenvolvimento de pessoas com autismo, sejam crianças, adolescentes, adultos ou idosos com diagnóstico ou em investigação.
Foram idealizados sete Nateas em regiões estratégicas do Estado, visando descentralizar o atendimento. Já estão em funcionamento três: o de Belém, que funciona no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), com capacidade de 300 vagas de atendimento; o de Capanema, que funciona na Policlínica do Rio Caetés, também com capacidade de 300 vagas de atendimento; e a de Tucuruí, que funciona na Policlínica do Lago de Tucuruí e com a capacidade de 100 vagas de atendimento. Os outros quatro Nateas estão atualmente em construção em Marabá, Altamira, Breves e Santarém.
Entende o que é Ciptea
Criadas pela Lei 19.977/2020, conhecida como Lei Romeo Mion, as Carteiras de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) são importantes ferramentas de garantia de direitos para a população autista e seus familiares, dando prioridade de atendimento em diversas áreas de serviços públicos e privados, principalmente na saúde, educação e assistência social.
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), através de sua Coordenação Estadual de Polícias Para o Autismo (Cepa), desde o ano de 2020, intensifica esforços para que todas as pessoas com diretor de ter o documento recebam, de fato, a Ciptea de forma simples e ágil.
Até o presente momento, foram emitidas 10.543 Cipteas por todo o Pará. Em grande parte dos casos, o autismo é uma condição invisível, logo, a Ciptea simplifica a identificação. Anteriormente, as famílias possuíam muita dificuldade em ter acesso aos seus direitos, tendo que apresentar laudos médicos ou justificar a condição de seus filhos e as suas próprias. Além da garantia de direitos, as Cipteas são importantes também para gerar a primeira base de dados sobre o autismo no Brasil.
Serviço
Para solicitar a carteira, pais ou responsáveis por pessoas com TEA ou o próprio autista devem acessar o site (www.saude.pa.gov.br/autismo) e clicar no menu “Carteira do Autista” para cadastrar o usuário e a senha.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Paulo Sérgio