EDUCAÇÃO: SEMED E MP SE UNEM NO COMBATE À VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
Durante uma reunião realizada no auditório do Senai em Marabá, na manhã de ontem (21), com a presença de gestores e coordenadores pedagógicos de escolas do campo e da cidade, foram discutidas alternativas e ações dos órgãos públicos para o combate à violência nas escolas, principalmente quando se trata do uso de entorpecentes às proximidades das unidades escolares e que, estão cada vez mais, em contato com os alunos do ensino fundamental.
A reunião foi convocada pela Secretaria Municipal de Educação a pedido do Ministério Público Estadual para discutir esse problema ouvindo as experiências vividas pelos gestores e coordenadores das escolas. Compareceram à reunião a diretora da Escola do Legislativo da Câmara de Vereadores, Gabriela Silva, que no ato representava o presidente da CMM vereador Pedro Corrêa; Inspetor Lemos, comandante da Guarda Municipal; segunda tenente Gabriele do 4º Batalhão de Polícia Militar; Gilberto Soares, conselheiro tutelar, além do Dr. Samuel Furtado da Promotoria de Justiça, Infância e Juventude e o Secretário Municipal de Educação Luciano Lopes Dias.
Ao todo, cerca de 20 gestores e coordenadores relataram fatos que ocorreram no interior das escolas, com a participação direta dos alunos no envolvimento de uso de drogas, álcool, tráfico e violência física, em razão do comércio de drogas que ronda as escolas tanto do campo quanto da cidade a qualquer hora do dia ou da noite.
A professora Vera Fróz, coordenadora pedagógica da Escola Jonathas Athias, na Nova Marabá, relatou que alguns alunos traziam cigarros e drogas dentro do boné e que precisou tomar medidas para evitar a entrada de alunos com uso de tal adorno. Segundo ela, durante a noite na escola, os alunos entram com bebidas alcoólicas e, por muitas vezes, encontrou garrafas de bebidas deixadas por eles ao fundo escola.
A diretora Cristina Arcanjo, da escola Martinho Mota, destacou a dificuldade de lidar com esta problemática sem ajuda dos órgãos competentes, mas parabéns a iniciativa de registrar os relatos para um possível direcionamento de soluções para os problemas. Outros educadores realizaram diversas experiências, inclusive de pais alcoolizados e famílias que sobrevivem do tráfico de drogas.
A tenente Gabriele do 4º Batalhão da PM e que integra o grupo de militares da Escola Militar Rio Tocantins, destacou as mudanças efetivas que foram realizadas na referida unidade após a chegada da PM no local, partindo do retorno da autoridade dos professores em relação aos alunos e que os pais foram chamados e levados a eles todos os problemas, apresentado as mudanças que seriam implementadas na escola. Segundo a oficial, os resultados estão sendo positivos.
Gilberto Soares, conselheiro tutelar, lembrou que é preciso saber lidar com menores infratores, “eles não são bandidos, são adolescentes que precisam de orientação e acompanhamento”. Inspetor Lemos, comandante da Guarda Municipal, lembrou que a GMM está sempre a disposição para ajudar, mas que depende da colaboração dos próprios educadores, “nós não podemos chegar na escola e abordar um adolescente abrindo a mochila dele atrás de flagrante, nós temos nossas limitações”.
Para o secretário de educação, Luciano Lopes Dias, essa reunião teve uma importância enorme para a criação de ações emergenciais no combate a esse tipo de violência nas escolas. “Todas as experiências relatadas pelos educadores foram registradas e agora vamos partir para as ações práticas para evitar que nossos alunos tenham contato com qualquer tipo de ilícito”.
Dr. Samuel Furtado, da promotoria de justiça, infância e juventude do MPE, ao final da reunião, afirmou que, a união de todos os órgãos será de extrema importância na condução de propor sugestões, propostas e ações efetivas que visem a redução destes problemas relatados pelos professores, e que, pretende criar e pôr em prática três eixos de ações; o eixo família, eixo aluno e eixo professores, para desenvolver, num espaço de tempo mínimo, medidas claras de combate a essa violência com ajuda da PM, Guarda Municipal e demais órgãos. Segundo ele, sempre pautado no que determina o estatuto da criança e adolescente – ECA.