Semed: Orientadores e coordenadores escolares participam de capacitação voltada à violência de gênero
Na manhã desta quinta, 25, cerca de 50 orientadores e coordenadores de escolas da rede municipal de ensino de Marabá participaram de uma capacitação sobre as diferentes formas de violência de gênero na sociedade. A palestra aconteceu no Auditório da Escola José Mendonça Vergolino, no núcleo Marabá Pioneira.
Segundo o Diretor Geral de Ensino da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Fábio Rogério Gomes, a iniciativa partiu do Poder Judiciário de Marabá, e tem parceria com a Prefeitura.
“É um programa chamado “Judiciário na escola”, e o público-alvo são os coordenadores e orientadores das mais de cem escolas da Rede, que têm a função de, posteriormente, multiplicar essas funções dentro do espaço escolar, e essa multiplicação, relacionada ao tema, é o caminho de combate à violência contra a mulher. A ideia é criar um protocolo no espaço escolar e, além disso, criar uma política de educação de combate à violência contra a mulher. Os adolescentes de hoje serão os adultos de amanhã. Então é nessa ideia, de criar um protocolo e também de educar para uma sociedade mais civilizada e com capacidade de enfrentamento do combate à violência contra a mulher, que nós da educação entramos nesse processo”, pontua o Diretor de Ensino.
O evento foi uma iniciativa da Vara de Violência Doméstica de Marabá, que desde 2018 possui acordo de cooperação técnica com a Prefeitura, por meio da Semed, pelo Projeto “Judiciário na Escola”. Uma das obrigações assinadas no convênio é a formação de docentes e gestores, periodicamente. A palestra contou com a participação de profissionais do Poder Judiciário, como desembargadores, juízes e pedagogos, onde foram pontuadas as formas de violência de gênero, assuntos como patriarcado, machismo e também sobre a prevenção.
“É com muita satisfação que hoje a gente possibilita esse encontro com as Redes de ensino de Marabá, para falarmos de um assunto muito delicado e importante, que é a violência de gênero, onde será explicado sobre os tipos de violência e o combate à violência, para que a gente possa, por meio desses grandiosos multiplicadores, passar essa informação aos alunos em geral. Falaremos sobre a violência física, mas é bom lembrar a todos que temos outros tipos de violência, como a violência sexual, patrimonial, moral e nós temos que dar um basta nisso. Então, formando educadores, nós conseguiremos formar alunos e cidadãos, que no futuro saibam o seu papel na sociedade, respeitem as mulheres e respeitem as famílias”, enfatiza um dos palestrantes, o Juiz Alexandre Arakaki, da Vara de Violência Doméstica e Familiar.
Para a Pedagoga da Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado, Riane Freitas, é fundamental abordar sempre esse assunto com os profissionais da educação.
“Esse diálogo é para mostrar aos professores e à toda escola que é possível trabalhar gênero e que é necessário, porque só por meio da educação que a gente pode mudar essa realidade. Até o 7º ano do Ensino Fundamental a gente trabalha valores. Já do 8º ano em diante, trabalhamos sobre o relacionamento abusivo, porque já são adolescentes que vão iniciar a fase de namoro, a gente fala sobre o ciúme, por exemplo, que é naturalizado como uma forma de amor, mas na verdade é uma forma de controle”, explica a pedagoga.
Para a servidora Elisângela Mendes, coordenadora da Escola Arco-Íris, em Morada Nova, a capacitação promove um olhar mais aguçado para identificar, através das crianças, possíveis casos de violência doméstica.
“Esse projeto é muito importante para nos orientar de como a gente pode estar amparando e orientando as famílias em relação a isso. A gente também percebe, nas crianças, quando a mãe sofre violência em casa, porque ela traz esse reflexo para a escola, então orientar e conscientizar, vai ajudar as nossas crianças, simplesmente, a serem mais provenientes e produtivas”, afirma a servidora.
Texto: Sávio Calvo
Fotos: Paulo Sérgio Santos