Esporte: Corrida “Passos Que Salvam” reúne 400 pessoas na luta contra o câncer infantil
Centenas de marabaenses acordaram cedo neste domingo e reuniram-se em frente à Praça da Prefeitura de Marabá, para colaborar com uma causa maior. A 7ª edição da Corrida Passos Que Salvam, realizada pelo Hospital de Amor, com sede em Barretos, em parceria com a Secretaria Municipal de Esportes (Semel), reuniu cerca de 400 pessoas.
Para participar, os corredores compravam uma camisa, no valor de R$60,00 cujo valor é revertido em doação para o hospital. Os que não correram, mas ajudaram na causa, adquiriram as camisas por R$30,00.
“Tivemos 400 inscritos na corrida, mas foram mais de 1000 camisas vendidas. Tem pessoas que não correm, mas querem colaborar. O importante aqui é ajudar a causa”, explica Cecília Fraga, coordenadora de captação de recursos para o Hospital de Amor em Marabá.
A campanha é realizada todo mês de novembro, nos 27 estados do país. “Em novembro é comemorado o Dia internacional de prevenção ao câncer infanto-juvenil. Hoje é para sensibilizar a população sobre a importância de se prevenir do câncer. De identificar os sintomas, de fazer diagnóstico precoce do câncer. Cerca de 70% conseguem se curar quando é diagnosticado cedo”, reforça Cecília Fraga.
Segundo Angélica Gonçalves, uma das coordenadoras do hospital na cidade, desde 2016, já foram mais de 300 pessoas de Marabá encaminhadas para fazer o tratamento lá em Barretos.
“A participação foi boa, vendeu muita camisa, as pessoas gostam de ajudar. A população tem apoiado e sabe da importância. A gente manda recurso porque coloca pessoas daqui em tratamento lá. Qualquer pessoa com diagnóstico de câncer pode nos procurar que fazemos o encaminhamento”, comenta.
A corrida teve um percurso de 5km, saindo da Prefeitura, passando pelo Piçarrão, descendo pela VP-7, e encerrando no ponto de largada. O vencedor da corrida foi Patrick dos Anjos, com o tempo de 17min20s. Feliz com a vitória, ele destaca que o importante neste caso foi colaborar com a causa.
“Estou feliz, fiz uma cirurgia, não tô no meu melhor, mas consegui a vitória . Mas estou muito feliz por poder ajudar o evento beneficente. O sentimento de poder vir e ajudar, com a vitória fica melhor ainda”, comenta.
Na categoria feminina, a vencedora foi Welina Barroso, com o tempo de 22min30s. “Uma corrida importante por ter vários corredores amadores de alta performance e serve pra fazer o bem. Vai além de chegar em 1º, importante é estarmos unidos e ajudando. Mas estou feliz com meu desempenho também”, comenta.
Câncer infantojuvenil
De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Diferentemente do câncer do adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais.
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático).
Também acometem crianças e adolescentes, o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
Assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos.
Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo. Hoje, mais de 70% das crianças e adolescentes acometidos da doença podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Aline Nascimento
Imagens (Drone): Sérgio Barros
Galeria: