Esporte: Dia Nacional do Atleta Paralímpico, 22. Conheça projeto que facilita inclusão em Marabá
Nesta quinta-feira, 22, é o Dia Nacional do Atleta Paralímpico, data instituída por meio de decreto e que começou a ser celebrada em 2014. O projeto Marabá Paralímpico atende crianças e adolescentes com deficiência, em idade escolar em Marabá, alcançando bons resultados em competições regionais e nacionais.
O Brasil é uma das grandes potências do esporte paralímpico. Na Paralimpíada de 2021, o país terminou em 7º lugar no ranking geral, com 22 medalhas de ouro, 20 de prata e 30 de bronze.
A professora de Educação Física Luiza Crisóstomo e o professor Arionaldo Reis fazem parte da coordenação do Marabá Paralímpico, que surgiu em 2008, como iniciativa do Governo do Estado. A partir de 2014, começou a parceria com o município por meio da professora, que fazia parte do Departamento de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação de Marabá (Semed). Atualmente, o projeto atende 68 pessoas, sendo a maioria estudantes e trabalha com todos os tipos de deficiência.
A professora Luiza Crisóstomo conta que a prefeitura dá total apoio aos atletas, desde o lanche, transporte até o uniforme. Ela fala sobre a importância da prática de esportes para esses estudantes e o quanto a atividade os auxilia em diversos aspectos de suas vidas.
“O esporte é importante porque vai melhorar a qualidade de vida, a autoestima e todas as coisas que sempre o esporte faz com qualquer pessoa. Mas para eles, há melhora na marcha, na coordenação motora grossa, fina, melhora no desempenho escolar. Tem um aluno com hiperatividade que chega na escola, ele melhora o comportamento, concentração. Isso é super importante como para qualquer outra pessoa. Esses alunos que treinam aqui são cobrados como qualquer outro atleta, não tem diferença. Eles são cobrados no comportamento, no treinamento, para fazer tudo direitinho”, explica a professora.
Entre os dias 20 e 26 de setembro ocorrem as Paralimpíadas Escolares em São Paulo. O projeto Marabá Paralímpico terá dez representantes nas modalidades: atletismo, natação e bocha.
Ana Paula Garcia é do atletismo e compete na categoria TF36. A estudante tem 12 anos e possui paralisia cerebral. Ela estuda o 6º ano na Escola Municipal Cristo Rei e representará o Estado na competição.
A atleta conquistou três medalhas na etapa paraense da competição, sendo duas de ouro, nos 75 e 250 metros e outra medalha de ouro no arremesso de peso. Na etapa Norte/Nordeste, ela repetiu as conquitas. Ela conta que gosta bastante dos treinos.
“É muito legal e sou muito especial aqui. Mudou muitas coisas que eu faço e mudou meu ritmo para melhor. Gosto muito de ganhar medalha. Tá muito legal. Eu gosto de viajar”. Sobre a competição nacional na próxima semana, Ana Paula reitera: “Eu vou voltar com medalha de ouro”.
Outro atleta é Luan Lincon, de 16 anos. O estudante também é da categoria TF36. Na etapa paraense das Paralimpíadas Escolares, em Belém, ele conquistou medalha de ouro no arremesso de peso, nos 100m e 400m. Já na etapa regional, em Natal também repetiu os feitos. Ele compartilha o que o esporte paralímpico trouxe para sua vida e como é o treinamento.
“Comecei a andar melhor, viajar. Já fui para Natal, São Paulo, Belém. Gosto de competir. Eu faço três voltas no quarteirão, depois o educativo, as provas e alongamento”, explica.
Atualmente, os treinos acontecem na AABB, Colégio Alvorada e Estação Conhecimento.
Uma das pessoas que atua no projeto é a Ione Guedes. Ela tem 25 anos e sempre participou como atleta em corridas de rua, chegou a competir e morar em outro Estado por causa do atletismo. Atualmente, ela cursa Educação Física, quando surgiu a oportunidade de estagiar no projeto como atleta guia de competidores cegos ou com baixa visão.
“Eu estou apaixonada porque é uma experiência diferente e eu me sinto muito feliz em contribuir para que outro atleta cresça porque a corrida para mim é basicamente tudo. Eu cresci correndo e o que eu puder transmitir pela corrida, eu vou tentar”, ressalta.
Só na etapa regional em Natal, a delegação do projeto conquistou 20 medalhas de ouro, 7 de prata e 1 de bronze. Na etapa nacional em São Paulo, as chances de conquista de medalhas são grandes.
Para participar do projeto, as escolas podem realizar o encaminhamento dos estudantes ao DEE/Semed.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio