Esporte: Meninos de Marabá são selecionados para time de base do Santos Futebol Clube
Neymar, Ganso, Robinho. Quem entende de futebol, sabe a fama dos “meninos da vila” que fizeram sucesso pelo Santos e conquistaram o mundo. Oportunidade que agora é dada a dois atletas marabaenses de apenas 8 e 10 anos.
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Os “meninos de Marabá” chamam-se Jorge Henrique e Guilherme Henrique e viajam nesta semana para atuar nas categorias de base da equipe da Vila Belmiro.
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Os dois são alunos da escola Paraná Soccer Tecnical Center (PSTC) que funciona no Bairro Jardim União e realiza trabalho de base, com crianças entre 5 e 16 anos. A escola participa de algumas ações junto a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel). “Os dois alunos são dos nossos maiores talentos. São orgulho para mim e todos da escola, pais e aqueles torcem e ajudam”, comenta Marcos Paulo, professor e proprietário da PSTC.
Os meninos foram avaliados durante competição na Chácara Primavera, no núcleo São Félix, que contou com olheiros do Santos, Internacional de Porto Alegre e times da Bahia. Após a competição receberam a oferta.
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“Só alegria agora. Mostrei meu futebol. No dia nem sabia que tinha olheiro. Me chamaram e estou muito feliz. Falaram que iam me levar para o Santos e comecei a endoidar”, conta o pequeno Jorge Henrique, 10 anos.
Ele costuma jogar na posição de meio campo e lateral esquerdo e tem como pontos fortes: qualidade de passe, assistência e cruzamento. “Eu estava trabalhando durante o evento, saí do serviço e quando cheguei em casa me contaram a novidade. Que o olheiro gostou dele e queria conversar comigo. ‘Teu filho tem talento demais, a gente vai levar ele pro Santos’. Agora é só alegria”, conta o pai Walfran da Silva Ferreira que trabalha como encarregado de depósito.
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Já o Guilherme Henrique, 8 anos, atua mais como atacante e tem como principal qualidade a finalização. Segundo os pais e o treinador, os dois são muito amigos e vivem juntos. “Enquanto um é mais esquentado, joga muito, mas às vezes começa a chorar e sai do jogo. O outro é mais centrado e chama, pede pra ele manter a calma, se completam”, conta o professor Marcos Paulo.
“A gente é muito amigo, jogamos juntos, trabalhamos a bola e fizemos o gol. Eu estou muito feliz que deu tudo certo. Muito animado”, comenta o pequeno Guilherme.
Após serem selecionados pelos olheiros, eles viajaram para Santos onde realizaram os testes. Segundo Emival da Costa, das 63 crianças que participaram do teste, apenas os dois permaneceram.
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“Meu pai não quis investir quando era criança. Não tinha a visão, que na época era diferente. Já nós, apoiamos o Guilherme desde o início, se eu não estiver junto, a mãe está. O apoio familiar nessa batalha é muito importante para a criança e ele está no caminho certo”, comemora o pai que é autônomo e chegou a atuar no futebol amador quando era mais novo.
Agora os meninos viajam essa semana para Santos e a família tem se virado na logística. Os quatro pretendem dividir um local para morar nesse início de jornada.
“Agora ele vai morar em Santos e eu vou com ele. A mulher vai ficar aqui por enquanto e dando certo, vamos todos. Nessa semana estamos descendo para lá e ficaremos até dezembro para ele firmar de vez. Vai dar tudo certo, que o rapaz joga muito”, comenta Walfran.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Aline Nascimento