Esporte: Triatleta de Marabá vence etapa do campeonato brasileiro e disputará mundial na Alemanha
Já há um bom tempo a educadora física Elitelma Cordeiro Mattos, 57 anos, acorda cedo e vai para as rodovias da cidade treinar. Os esforços que começam às cinco horas da manhã com o ciclismo se estendem por boa parte da manhã com a natação e a corrida.
Há 4 anos, Elitelma se tornou triatleta. E no último domingo (11), todo o esforço foi recompensado com o título brasileiro de Triathlon Sprint. Conquistado na cidade de Maceió e que garantiu a vaga na competição mundial que será disputada em Hamburgo, na Alemanha, no segundo semestre de 2023 (ainda sem data definida).
“Ainda estou em um sonho. Só eu sei a minha luta. Todo atleta amador tem dificuldade de patrocínio, de tempo. Temos toda uma vida fora, trabalho, família e temos que conciliar tudo isso e partir para o treinamento”, comenta a campeã da categoria 55 a 59 anos.
A conquista do título nacional não foi fácil. A atleta teve que se federar pela Federação da Bahia e disputar várias competições estaduais para conquistar o direito de competir em Maceió. “Eu precisava me registrar em uma Federação. Como a paraense ainda não está bem definida eu me federei pela Bahia. Passei pelas seletivas estaduais”, conta.
Mas esse foi apenas um dos obstáculos que Elitelma superou. Filha única, ela foi a primeira atleta em família. Nascida em Belém, ela vive em Marabá há 33 anos, onde cria seus dois filhos, também envolvidos em atividades esportivas.
Uma das principais dificuldades é o treinamento para a parte aquática da competição. Isso porque as competições são disputadas no mar, em águas abertas e o treinamento é em maior parte em piscinas. “Aqui não temos mar então é uma dificuldade a mais. Treino em piscina e de vez em quando ainda consigo fazer a travessia do rio com alguns amigos, mas não é sempre. São obstáculos que ultrapassamos pra poder chegar”, conta.
Desde a adolescência, ela participa de atividades esportivas como judô e atletismo, mas confessa que nunca sonhou em chegar tão longe. “Minha vida é de competição, mas não imaginava a esse nível nacional. Sinceramente nunca imaginei viajar para competir em uma competição internacional. Fora a responsabilidade de representar meu país”, acrescenta.
Ela conta que a mudança para o Triatlon veio após um desafio que fez consigo mesmo. “Fui convidada a me desafiar. Tinha um certo pânico, não ficava confortável na água e o que me bloqueia sempre tento enfrentar. Tento não deixar o medo me travar e me impedir. Participei da primeira prova, me despertou o interesse e fui atrás de uma assessoria para poder treinar e ir para provas mais longas”, ressaltou.
A modalidade Sprint, do qual Elitelma participa, inclui 750 metros de natação, 20 quilômetros de bicicleta e 5 quilômetros de corrida.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Paulo Sérgio / Arquivo Pessoal