Cultura: Exposição “Tempo de Menino”, de Bino Sousa, é atração do Museu Municipal
Neste mês de dezembro, o Museu Municipal Francisco Coelho está com uma atração extra. O pintor e muralista Bino Sousa apresenta a exposição “Tempo de Menino”, das 9h às 17h de segunda a sexta e 9h às 13h nos fins de semana.
A diretora do Museu, Wania Gomes, faz um convite para a população apreciar as obras. A mostra ficará no museu até o dia 30 de dezembro. “Temos essa exposição muito interessante acontecendo aqui, onde o artista Bino conta toda história visual dele da cidade. Nos identificamos muito e quem tiver oportunidade de vir ao museu, verá que vai ganhar bastante em cultura e arte”, comenta.
O nome da exposição surgiu a partir de um poema do escritor paraense Dalcídio Jurandir, que retrata o cotidiano amazônico. O artista Bino Sousa se inspirou nas obras e as relacionou com a própria vivência nas ruas de Marabá, acompanhando as inúmeras mudanças que a cidade tem passado na última década.
“Dalcídio sempre foi um espelho para mim. É alguém que falava sobre a sua região, falava das peculiaridades da sua vida, do cotidiano e é isso que busquei trazer para dentro da exposição. Por isso me apropriei desse título do poema para colocar na exposição… e as pinturas falam muito sobre isso, sobre esse tempo e as coisas que fazíamos quando éramos meninos”, explica o artista.
Famoso por pintar inúmeros murais pela cidade, inclusive alguns da nova Orla do Encontro dos Rios, já que tem um do Projeto Arte em Cores. Na mostra, o artista apresenta a força do trabalho dele voltado para os murais dentro de galerias, em peças que as pessoas possam adquirir. A ideia para elaboração da exposição surgiu no início desse ano, mas a produção das artes expostas acontecem nos últimos três anos. A primeira oportunidade de apresentação foi na Galeria Vitória Barros, em setembro.
O imaginário que atravessa o trabalho de Bino mergulha nos rios e peculiaridades das regiões sul e sudeste do estado, em especial Marabá. Nesse sentido, o artista relembra a própria infância, levando o público a uma viagem pelo tempo.
“Eu venho trazendo muito a brincadeira de criança, essa meninice, essa parte poética de ser criança num lugar onde a gente ainda tem rio, onde a gente pode tomar banho de rio, onde a gente ainda brinca nas ruas. Então, tem muito sobre isso e sobre as questões do próprio espaço, do próprio entorno, dessa simplicidade, desses detalhes”, detalha Bino Sousa.
As peças apresentadas fazem o público relembrar as histórias e lembranças com os rios, que fazem parte do cotidiano da cidade, de uma Marabá que muitos vivenciaram na infância, e que para alguns ainda resiste na memória.
O empresário paulista Leonardo Machiori, que está visitando a cidade e aproveitou para conhecer o museu, curtiu a exposição e as demais salas. “Achei formidável. Muito bem feito e tratado. As explicações, a dinâmica, o cuidado com a forma que começa e termina. Várias salas me chamaram atenção, a caverna, as lendas, a exposição, o folclore. Um aprendizado que enriqueceu muito meu conhecimento”, comenta.
Museu Francisco Coelho
Além da exposição, o Museu conta com sala de etnologia, arqueologia, zoologia, botânica, espeleologia, geologia, sala de projeções multiuso, sala de exposições temporárias, entre outras. Os visitantes podem apreciar uma linha do tempo mostrando os ciclos econômicos e políticos do município, uma caverna realista, um rio virtual com peixinhos e o holograma de um indígena, que é uma imagem tridimensional obtida a partir da projeção da luz sobre figuras bidimensionais.
O museu tem ainda auditório para palestras, lojinha de produtos com temática regional, uma lanchonete, o Café do Chico e elevador que garante acessibilidade ao 2º piso. Todas as salas possuem etiquetas informativas na porta, inclusive com informações em braile para contemplar visitantes cegos e de baixa visão.
Além das visitas espontâneas, as escolas do município podem fazer agendamento. As visitas de escolas ocorrem até o dia 10 de dezembro, com o fim do ano letivo e retornam em 2023.
Outros grupos de empresas e associações que quiserem ir em grupos maiores também podem realizar o agendamento prévio. A visita é sempre acompanhada por um monitor, que promove explicação das salas, de acordo com o perfil dos visitantes, sejam eles crianças, adultos, estudantes e outros.
A Maira Lue, 8 anos, visitou o museu nessa semana e recomenda. “Achei a visita muito interessante, muito bonita as salas, gostei da Sala das Lendas, porque tem as lendas que eu gosto, principalmente o Curupira, Matinta Pereira e Porca de Bobs. Me assustei quando entrei na sala mas foi legal”, conta a menina.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Sara Lopes e Aline Nascimento