FCCM: Aula inaugural dá início às atividades semestrais da Praça da Juventude
Nesta sexta-feira, 1º, teve início o semestre na Praça da Juventude, projeto de extensão da Fundação Casa da Cultura de Marabá que oferece 13 modalidades de cursos para crianças, jovens e adultos do bairro Km 7 e região. A programação contou com recepção animada pela Companhia de Artes da FCCM, estandes apresentando cada curso e momentos de distração e apresentação dos professores e equipe.
A presidente da FCCM, Vanda Américo, esteve presente e destacou o alcance do projeto entre as crianças e jovens da região ao proporcionar atividades que complementam o ensino regular.
“Esse projeto é transformador, um projeto de oportunidades. Após esses cinco anos, você não vê menino na rua, criança na rua, porque no contraturno da escola muitas dessas crianças estão aqui na Praça da Juventude, fazendo alguma atividade. E tudo é gratuito, só precisa os pais trazerem as crianças”, afirma a presidente.
Atualmente, a Praça da Juventude oferece 13 cursos: zumba, flauta doce, skate, karatê, violão, balé, informática básica, dança regional, teatro, musicalização infantil, capoeira, futsal e fanfarra. Alguns cursos ainda têm vagas abertas. Para esse semestre, são cerca de 1000 alunos atendidos.
“A gente tem uma análise muito positiva para esse início de semestre. O projeto tem sido muito bem recebido. Ele já está há praticamente cinco anos aqui no bairro. A gama de modalidades que nós temos aqui brilha os olhos das pessoas. Quando uma mãe quer colocar uma criança para fazer o balé, que ela tem disponibilidade no bairro, gratuitamente, de qualidade, é excelente. A procura tem sido muito boa para todos os cursos”, explica a coordenadora Belém Meira.
Ana Cristina Pereira participa das aulas de zumba. Seus filhos, Evertin, 5 anos, e Hemanuelly, 8 anos, estão matriculados em musicalização infantil e balé, respectivamente. Ela afirma que o projeto é essencial, principalmente para as crianças da comunidade.
“A Hemanuelly participa desde os 5 anos e eu desde quando começou o projeto ‘Tô dançando’, que faço parte. É muito bom, necessário, porque é um bairro humilde e que precisa de muitas coisas que ainda estão por vir. Com o colégio, as crianças têm um aprendizado bacana, só que quanto mais coisas para fazer é melhor para eles se desenvolverem”, ressalta.
Mas engana-se quem pensa que os cursos são voltados apenas para crianças e adolescentes. A enfermeira aposentada Soraya Amoury, aos 67 anos, está tendo aulas de violão e vai começar um novo curso. Ela compartilha que não gosta de ficar parada e que a Praça da Juventude proporciona a ela a oportunidade de ter novas experiências.
“A gente tem que colocar os neurônios para funcionar. Eu sempre gostei disso, faço pintura em tela, confeitaria, teatro. Eu canto, mas não sei tocar instrumento. Eu falei que no dia que eu aposentasse, eu faria. Agora, vou começar computação também aqui. Vai agregar mais conhecimento. Eu não parei. Minha mãe criou a gente assim, ela disse que quando Deus fez a Terra redonda é porque não tem canto para a gente ficar parado”, destaca.
Samuel Santos tem 11 anos e pratica futsal desde o ano passado na Praça da Juventude. Ele comenta sobre o que mudou em sua vida após começar a participar do projeto.
“É muito bom porque nós podemos treinar, já fomos jogar em outras escolas, já ganhamos taça. Eu comecei a jogar bola em outros lugares, começaram a me chamar mais para o time e eu gostei. É um esporte muito bom”.
Além das modalidades, a Praça da Juventude oferece também uma equipe de suporte composta por profissionais de serviço social e psicologia que tem por objetivo garantir a permanência dos alunos ao longo do curso. A assistente social Marcilene Arrais está há três anos no projeto e explica como funciona o trabalho da equipe.
“Nós desenvolvemos o acolhimento, orientações, fazemos as visitas domiciliares para conhecermos como está o desenvolvimento familiar. Quando o aluno tem alguma situação de tristeza, desânimo, a gente procura saber, conhecer através da família o que está acontecendo. O nosso objetivo é tirar as crianças da vulnerabilidade”, afirma.
Clique aqui para saber quais modalidades ainda possuem vagas abertas.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Karoline Bezerra