FCCM: Banda formada por mulheres trabalha empoderamento feminino
Criada na Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM), a Banda As Queens é formada por garotas talentosas e determinadas que através da sonoridade mostram seu potencial
A Banda As Queens, composta por 15 meninas da Banda da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) e da Banda Municipal faz bonito em suas apresentações. A idealizadora foi Wania Gomes, diretora do Museu Francisco Coelho e a Fundação Casa da Cultura abraçou a iniciativa e atendeu convite do Museu Francisco Coelho para animar o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, criada especialmente para apresentar-se em março quando se comemora o poder feminino.
A estudante de Música e aluna da FCCM há um ano, Kezia Sousa, explica como foi a formação da banda.
“Chegou para nós da casa essa missão de fazer uma apresentação alusiva ao Dia da Mulher, que mostrasse como as mulheres são o pilar da nossa sociedade, como somos empoderadas e representar isso numa apresentação lá no museu. Aí reunimos todas as meninas da casa, que participam da banda, que são bolsistas, que são estagiárias, que exercem essa profissão de musicistas aqui na Casa da Cultura, realizamos os ensaios e começamos esse projeto. O nosso objetivo é continuar com a banda”, afirma.
O professor de canto e musicalização Gabriel Rocha explana que o nome As Queens surgiu no dia da apresentação e significa As Rainhas, título que remete a poder e foi usado para levantar a autoestima das meninas.
“Elas são rainhas, elas são princesas, donzelas, são rainhas da música, da beleza, da sensibilidade e emanam simpatia”.
Gabriel fala da importância de haver uma banda formada apenas por mulheres. “Aqui temos muitas meninas talentosas e o presente que poderíamos dar para o Dia das Mulheres seria a participação de uma banda formada só por mulheres, por meninas que tocam excepcionalmente bem, fazendo músicas de teor feminino, mulher falando de mulher. Eu estou maravilhado com o resultado, estou muito feliz e graças a Deus a mensagem foi passada de uma maneira muito maravilhosa”, alegra-se.
Carlos Tadeu Xavier, professor de canto, conta como ocorreu a preparação da banda, com a união dos talentos femininos.
“O pontapé inicial foi o Dia das Mulheres. Nós temos muitas meninas talentosas na Escola de Música da FCCM. Então nós propusemos a elas que viessem para o protagonismo do palco, da música. Cada uma tocou vários instrumentos, para cantar músicas diferentes do que elas estão acostumadas, para que elas fizessem, para que elas mostrassem toda a força da música feminina da cidade de Marabá através dessa apresentação do Dia das Mulheres. Elas trabalharam a performance muitas vezes, a apresentação ficou muito boa porque elas suaram bastante para preparar”, elogia.
No dia da apresentação, foram escolhidas músicas de vozes femininas como Rita Lee, Gal Costa, Zélia Duncan, que são grandes nomes da MPB e do Rock e de outros grandes nomes da música brasileira que falam do poder feminino.
A repercussão da apresentação foi maior do que esperava. “Em todas as páginas de internet, redes sociais estão as fotos delas, então isso vale pra gente mais do que qualquer dinheiro. O pagamento é isso, o resultado do que foi feito aquele dia. Eu fiquei muito feliz junto com os outros professores”, comemora Gabriel Rocha.
Outra componente da banda que se mostrou bastante orgulhosa foi a estudante do curso de Geografia e musicista da FCCM, Camila Reis, que se diz muito satisfeita com a banda.
“É uma alegria ter recebido essa proposta. Os professores acreditaram no meu potencial, acreditaram no potencial das meninas e eu fiquei muito feliz por saber que mesmo sendo iniciante, os professores me escolheram para cantar uma música. Fiquei nervosa no começo, mas deu tudo certo”, conclui.
A música escolhida para Camila foi Tieta, de Caetano Veloso, que conta como era a realidade feminina antigamente, onde as mulheres serviam apenas para procriar e não tinham liberdade sexual. A personagem Tieta foi a protagonista de uma telenovela.
De agora em diante os planos são ampliar o repertório musical para outros gêneros, até para músicas internacionais e melhorar as questões técnicas e performáticas. “Gostamos bastante e vamos continuar. Sabemos que tem uma diferença, que tem um processo para a excelência performática, para a excelência musical. O ramo da música é exigente e a gente pretende alcançar esse objetivo, alcançar esse patamar de excelência musical”, encerra.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Sávio Calvo e Arquivo Secom