FCCM: Clube das Mães oferece atividades de informática e pintura a mulheres da melhor idade
Os dias estão muito mais proveitosos e divertidos para uma média de trinta mulheres da melhor idade que fazem parte do Projeto Ensinando e Aprendendo – Clube das Mães, da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM). Por meio do projeto, vinte e duas mulheres praticam atividades de informática e pintura na sala multiuso preparada especialmente para elas e que está localizada no Núcleo de Educação Infantil (NEI) Arco-Íris, na Marabá Pioneira. O espaço amplo e moderno foi entregue pela Prefeitura à comunidade, em dezembro passado.
De acordo com Vanda Américo, presidente da FCCM e idealizadora do projeto, o objetivo é promover qualidade de vida, autonomia, reinserção social e o empoderamento dessa turma que agora têm um local de referência, especialmente nesse período de pós-pandemia que deixou muitas sequelas emocionais.
“A maioria delas passou mais de dois anos dentro de casa, sem sair. Isso abalou muito o emocional delas. Há uma necessidade de fazer esse convívio social, de estar produzindo como agora porque tem as oficinas, têm a computação já que estamos em tempos de tecnologia. É necessário fazer essa inclusão delas no mundo digital”, enfatiza Vanda Américo.
Ainda segundo Vanda, a próxima oficina a ser desenvolvida com as idosas será a de alimentação balanceada.
“Tratando sobre as calorias, gorduras, do que é recomendado para a melhor idade em termos de uma comida mais saudável. Eu percebo a necessidade que essas pessoas sentem de participar. Não é porque chegou na terceira idade que você tem de ser excluído. Aqui o espaço é delas. Se não quiser fazer oficina, pode sentar numa mesa, pegar um quebra-cabeça e montar, tem parceria para conversar ou jogar. Então, é um espaço para elas se distraírem”, pontua a presidente da FCCM.
O projeto funciona de segunda a sexta-feira em dois turnos, manhã e tarde. Tudo é feito no ritmo das idosas e segundo Raimunda Gomes Neta, coordenadora do projeto, elas têm aproveitado bastante o local, tanto realizando atividades quanto em visitas somente para interagir com as demais companheiras. Importante destacar que além de cursos e oficinas, a FCCM oferece atividades recreativas como música, dança e contação de história.
“Está aumentando a autoestima delas, então elas estão gostando desse projeto. Essas princesas estão abraçando com unhas e dentes mesmo. É uma satisfação enorme trabalhar com elas. Estou vendo o desenvolvimento, a alegria de estarem aqui conversando, contando suas histórias, porque algumas não se viam há muitos anos e agora estão se reencontrando”, observa Neta, monitora socioeducadora da FCCM.
Idosas descrevem com entusiasmo a participação no projeto
A concentrada dona Maria Edalice Duarte Moreira, 80 anos, servidora municipal aposentada, pincelava o tecido branco. Ela é uma das alunas da oficina de pintura e tem uma história de atividades tanto no Projeto Conviver da Seaspac quanto no antigo Clube das Mães. Edalice aguardava há anos pela retomada do projeto. É uma das pioneiras.
“Olha esse projeto é muito bom para a melhor idade. Porque a gente reaprende. Antigamente eu iria pintar igual a uma criança. Eu tô decolando. Eu tenho Mal de Parkinson e o projeto tem trazido benefícios e muito. À tarde eu fico em casa, só eu e Deus, minha filha que mora comigo, trabalha. Eu vindo para cá tem as colegas todas conhecidas. Eu estava com saudades já e depois dessa idade a gente não pode ficar parada não, nem ficar só em casa”, afirma a professora.
Na sala de informática, Gecilda Alves de Souza Sanches, também de 80 anos, vai se aperfeiçoando com aulas de computação. Segundo ela, não é o primeiro contato com o mundo digital, mas diz que sente a necessidade de novas aprendizagens.
“Eu gosto de me informar e já tinha feito um curso. Gosto muito de todo tipo de jogo, aprender em si. Fazer alguma coisa para não precisar dos outros e também porque não estou mais fazendo nada, devido à idade. Eu não aguento mais e estou me poupando mesmo porque já trabalhei muito, então, estou descansando aqui! Para não ficar dentro de casa parada, a gente tem de diversificar o lazer “, ilustra a aposentada.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Sara Lopes