FCCM: Construção da Reserva Técnica Arqueológica está em fase final
Com mais de 500 metros quadrados, o prédio com dois pavimentos, tem como objetivo salvaguardar o patrimônio arqueológico
Atualmente, a construção da Reserva Técnica Arqueológica da Fundação da Casa da Cultura de Marabá (FCCM), localizada no mesmo terreno da Fundação, está com 80% de obra concluída. O prédio está com toda estrutura finalizada e cobertura metálica. Falta agora, apenas acabamentos finais como piso, instalação de portas e janelas, forro entre outros detalhes. A edificação está alinhada com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e o valor da obra é de R$ 707.227.45, executada com recursos próprios da prefeitura, sendo a empresa licitada Stilo Empreendimentos e Assessoramentos.
Conforme Alex Formentini, engenheiro civil responsável pela obra, nesta fase de acabamento o piso é de alta resistência, granilite, com início para instalação de esquadrilhas (portas, janelas), as cerâmicas das áreas molhadas já foram assentadas (banheiros) e toda instalação elétrica está praticamente finalizada, faltando a instalação da parte analógica. “A pintura externa e questões de acessibilidade estão em fase de levantamento e elaboração de orçamento. As Reservas Técnicas 1 e 2 ficarão no térreo, já o setor administrativo e laboratórios no primeiro pavimento”, detalhou o engenheiro.
De acordo com Manoel Pereira da Silva, mestre de obras, a estrutura de mais de 500 metros quadrados contém ainda além dos dois laboratórios, um de Arqueologia e outro de Geologia, recepção, onde os alunos farão pesquisas, e área de administração.
Funcionalidade
Segundo Marlon Prado, mestre em Arqueologia e arqueólogo da FCCM, a Reserva Técnica Arqueológica da Casa da Cultura é para salvaguarda do patrimônio arqueológico. Há dois tipos de patrimônio arqueológico, os que possuem maior densidade, que são cerâmicas, rochas trabalhadas pelos grupos do Brasil pré-colonial, de antes da chegada dos europeus no Brasil, onde existiam povos que viviam no Brasil há cerca de 12 mil anos, e os de menores densidade.
“Esses povos trabalhavam a rocha e faziam artefatos nelas, lâminas de machado, ponta de flecha. Após identificação, estudamos os sítios arqueológicos. Esse material vem para fundação e tem de ter um local para ser guardado, ele vai para reserva técnica”, detalha Marlon Prado, afirmando que a atual Reserva Técnica da FCCM chegou ao seu limite, com 34 anos de pesquisas em todos os setores da casa, especificamente no setor de arqueologia.
Por fim, Marlon Prado especifica que os artefatos arqueológicos geram uma densidade muito grande, como por exemplo, de apenas um sítio gerou em média 50 mil fragmentos. A FCCM possui mais de 400 sítios identificados.
A Fundação Casa da Cultura de Marabá já é referência para pesquisadores até mesmo fora do Brasil.
Texto: Emily Coelho
Fotos: Paulo Sérgio dos Santos