FCCM: Reserva Técnica, que acomoda acervo de pesquisa, ganhará novo prédio
Pesquisadores da região aguardam ansiosos a entrega do prédio que vai abrigar a nova Reserva Técnica da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM). O local, com dois pisos, abrigará laboratórios, setor administrativo e um salão para mostras de peças arqueológicas, geológicas e demais áreas.
De acordo com o arqueólogo Marlon Prado, do Núcleo de Arqueologia, Etnologia e Educação Patrimonial da FCCM, o prédio foi construído atendendo as necessidades técnicas das pesquisas realizadas. “Para a construção de um prédio para acomodar os produtos de projetos de pesquisa, não existe um padrão especifico, mas deve acompanhar o ambiente de onde se realiza a pesquisa, pois o Brasil é de uma dimensão continental e com variações climáticas, então deve vir acompanhado de um projeto que atenda as condições do ambiente. E isso os engenheiros da secretaria de obras nos deram apoio e nos ouviram sobre as orientações para desenvolver o projeto que pudesse atender as necessidades dos pesquisadores”, explicou.
De acordo com o engenheiro Alex Fomentini, da secretaria de viação e obras públicas (Sevop), a obra está avançando conforme o planejado, mas devido alguns contratempos, principalmente em relação ao período chuvoso, pode alterar a data de entrega do prédio.
“O contrato com a empresa era de que o prédio pudesse ser entregue em março deste ano, no entanto, tivemos que adiar em razão das chuvas, mas o prazo não poderá se estender muito, acreditamos que até junho, estaremos com ele concluído”, explicou Fomentini.
O que é uma reserva técnica e qual sua importância?
Uma reserva técnica é um local de guarda de um acervo de um município ou da região. A FCCM está inserida na chamada arqueologia acadêmica, mas também trabalha com a arqueologia de contrato, já que são realizados estudos arqueológicos para atender grandes projetos como construção de barragens, que têm grande impacto ambiental, é o que explica o arqueólogo Marlon Prado da FCCM.
“A legislação arqueologia é bem clara quando orienta que qualquer empresa ou pesquisador, dentro do processo que vai apresentar ao Instituto do Patrimônio-Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e que irá realizar uma pesquisa, os resultados deverão ser guardados numa reserva técnica, apresentando a área de estudo e depois o material coletado deverá ser levado para uma instituição de guarda”, explica Prado.
No Pará, apenas dois institutos mantém uma reserva técnica, o Museu Paraense Emilio Goeldi e a Fundação Casa da Cultura com o núcleo de arqueologia. O IPHAN realiza vistorias nas reservas técnicas em Marabá e Belém todos os anos. Muitas reservas técnicas, que não atendem as condições do IPHAN, estão fechando por falta de pesquisa, servindo apenas para guardar material.
“A reserva técnica é o que vem antes de um museu. A reserva técnica não é só para guardar o material, ela precisa ser material de pesquisa para os pesquisadores e estudantes, deve ser aberto a população, ser de livre acesso, mas lógico que é patrimônio da União, mas deve ser aberto a população para conhecimento daquela pesquisa”, analisa Prado que ressaltar a importância das pessoas conhecerem o novo espaço, com previsão de inauguração em julho.
“Vamos oferecer os melhores espaços, como laboratório de pesquisa, administrativo e vai servir à população acadêmica e a todos de forma geral que queiram conhecer um pouco mais sobre a arqueologia e a história da região”, concluiu.