Série “Músicas transformam vidas”: Projeto Música em todo canto da Casa da Cultura expande ensino de artes em Marabá
No Bairro Amapá, núcleo Cidade Nova, 147 pessoas, a partir de 5 anos, estudam música de forma gratuita, por meio do projeto “Música em todo Canto”, da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM), em parceria com o Instituto Servi. A FCCM criou as chamadas extensões, com o intuito de expandir o ensino das artes pelo município, descentralizando o atendimento da sede, na Folha 31, Nova Marabá. Especificamente, as aulas acontecem às terças e quintas-feiras, nos turnos manhã e tarde. As turmas são de violão, prática de banda, musicalização infantil e flauta doce.
Além do bairro Amapá, as demais extensões do projeto, que somam sete locais, são: na Escola José Mendonça Vergolino, na Marabá Pioneira; na Escola Família Agrícola, no KM 23; na Escola Evandro dos Santos Viana, no São Félix 3; na Escola Jarbas Passarinho, no São Félix Pioneiro; na Praça da Juventude, KM 07 (Nova Marabá); e Escola Cristo Rei, no bairro Jardim União.
Na extensão no Bairro Amapá, a professora de musicalização infantil e flauta doce é Jane Lino de Souza. Ela explica que os alunos não aprendem somente o manuseio dos instrumentos, mas o ensino regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB).
“Sabemos que as escolas de Educação Básica não têm condições de ofertar a música no ensino regular. A Fundação Casa da Cultura apresenta esse projeto para abranger todas as crianças, principalmente as de periferia que não têm acesso ao ensino das artes. Vão aprender sobre notação musical, história da música, noção de sonoridade, de cultura, variação timbrística, essas questões que envolvem a música ocidental”, destaca a professora.
Maria Helena, de apenas 7 anos, é uma das crianças que entrou em contato com a música, por meio da extensão da FCCM, no Servi, e está feliz por já produzir sons harmoniosos na flauta doce. “Eu gosto muito de fazer flauta doce, aprendi muito. Meu sonho é rodar o mundo fazendo música”, disse.
Cícera Silva é mãe da pequena sonhadora Maria Helena e tem outras duas filhas no projeto. Ela conta que, para a família, o projeto só traz alegrias e perspectivas de um futuro promissor.
“Gosto muito porque elas estão se tornando mais dedicadas, passaram a ter mais responsabilidades com as tarefas de casa e as que levam do instituto. Têm mais compromisso, com os horários de aula. Elas aprendem muito, e não só a música, mas também valores, princípios. A Maria Helena tem se desenvolvido bastante, já reconhece todas as notas. Para nós é muito importante, é fundamental na vida delas. Se não fosse gratuito não teríamos como, porque são três, então aqui, as três são muito bem assistidas, não precisamos pagar nada, todo o material, uniforme, lanche e ainda tem os passeios gratuitos. Nós somos agraciados”, revela.
Cássia da Conceição Silva, dos 19 anos de vida, oito são estudando música. Depois de passar pelo violão e flauta doce, está aprendendo o saxofone. Dentre os benefícios que a música levou para sua vida, ela comenta sobre a influência no rendimento na escola.
“Trouxe muitos benefícios principalmente no aprendizado. Quando eu iniciei a música, eu evoluí bastante em matemática e em outras matérias também. Porque a música não é só aprender ritmo não, vai aprender sobre história, português e outras disciplinas também. Apesar de estudar outras áreas (Fisioterapia), é isso que eu quero para minha vida e quero levar para os meus descendentes”, conta.
A extensão da FCCM, no instituto Servi, está localizada na Rua do Aeroporto, ao lado da Igreja Batista, em frente ao NEI Maria da Conceição.
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento