Festejo Junino: Grupos investem no figurino para abrilhantar a quadra junina
Uma das principais atrações nas apresentações juninas chama atenção pelo colorido, beleza, desenho e harmonia com a coreografia e tema que vai ser apresentado na arena pelo grupo. A escolha do figurino passa por todo um processo até a seleção final, para dar maior brilho à festa e encantar quem vai acompanhar a apresentação.
A indumentária traz todo o contexto e faz a diferença na apresentação do grupo. Ao longo do tempo, as roupas dos dançarinos também evoluíram e trouxeram mais adereços, mais tecidos e mais criatividade. Na apresentação junina, a escolha do desenho da indumentária é tão importante que é feita uma votação no grupo para a eleição da roupa dos brincantes.
“Nós temos um estilista que idealiza e projeta os figurinos a partir do tema que vamos apresentar no ano. Porém é o grupo que faz a escolha, numa votação entre os membros e também fazemos nossos ajustes até chegar ao desenho ideal e que vai agradar também quem vai acompanhar as apresentações”, explica Ademar Gomes Dias, Coordenador da Quadrilha Fogo no Rabo.
Para a confecção da indumentária de uma quadrilha junina envolve um grupo de 5 costureiras, num trabalho de aproximadamente um mês e meio. A quadrilha Fogo no Rabo (adulta), virá este ano com 26 pares, são 52 componentes, além do puxador e a Rainha, mas são confeccionadas 54 roupas para os casais, para ter sempre alguma indumentária sobressalente.
O grupo divide também as costureiras para a produção da indumentária. A dona Isabel Pereira, costureira do bairro de Santa Rosa, é responsável pela confecção das roupas masculinas. Ela trabalha com o grupo desde a sua fundação, há 34 anos.
“Para mim é um prazer. Quando chega neste período, cancelo todos pedidos e me dedico somente ao trabalho da quadrilha, e na hora da apresentação eu fico tão nervosa quanto os brincantes”, comenta dona Isabel.
A produção das roupas das dançarinas fica sob a responsabilidade de uma ex-integrante do grupo. A costureira Márcia Cristina dos Santos trabalha na confecção das roupas para a quadrilha Fogo no Rabo há 23 anos. “É uma superação a cada ano, uma reinvenção, cada detalhe, cada fita, cada costura, tudo se faz com dedicação e muito amor”, comenta.
Os gastos também são altos para colocar uma quadrilha junina na competição. De acordo com Ademar Dias, no ano de 2018, o grupo gastou algo em torno de 78 mil reais. A expectativa para este ano, 2022, é que os gastos superem os 100 mil reais.
“Ser quadrilheiro é uma paixão, um sentimento que não se explica, é tão forte que não medimos esforços para ver a apresentação, a alegria e emoção de quem vai nos acompanhar na arena e de quem está lá se apresentando, é uma realização de todos”, comenta emocionado Ademar Gomes Dias, Coordenador e fundador da quadrilha Fogo no Rabo.
Texto: Victor Haôr
Fotos: Paulo Sérgio
Galeria: