Festejo Junino: Na arena Z30, na 5ª noite de apresentações, torcidas deram show
Engana-se quem pensou que por ser uma terça-feira, a arena junina, na Z30, Marabá Pioneira, não estaria lotada para prestigiar as apresentações do quinto do 35º Festejo Junino de Marabá. Nesta terça (28), foi dia das juninas mirins Sereia do Norte e Arrastão do Amor, das juninas do Grupo B Coração de Estudante e Águia de fogo, junina Fogo no Rabo, do grupo A, e Boi-Bumbá Senador. Na Praça de Aliementação, a alegria foi garantida pelo DJ Maestro Nelson e show de Izael Costa.
A junina mirim Sereia da Noite contou ao público a clássica história infantil de João e Maria. A cenografia trouxe representações da floresta, da casa dos personagens e da casa da bruxa. O casal de noivos representou a liberdade dos irmãos João e Maria. Já o casal de viúvos representou a bruxa malvada, enquanto o casal majestade representou os doces.
Já a junina mirim Arrastão do Amor levou o tema “Andanças e Louvor ao São João”. O enredo gira em torno de um violeiro, que anda pelo sertão juntamente com seu povo, procurando um novo lugar para morar. Durante a jornada, ele encontra uma moça, que fugiu de um casamento arranjado. A partir disso, eles se apaixonam e vivem inúmeras aventuras até conseguirem se casar.
Celebrando a “Amizade: um amor que nunca morre”, a terceira atração da noite, a Junina do Grupo B, Coração de Estudante, iniciou a apresentação com uma homenagem à professora Elda Bentes. A educadora contribuiu bastante com a história da agremiação e faleceu vítima de COVID-19. O ponto alto da homenagem, que permeou toda a apresentação, foi a declamação de um poema de Bráulio Bessa.
“Quanto vale um amigo? Amizade não se compra, não se vende em prateleira.
Não tem promoção de amigo no shopping, nem lá na feira.
Um amigo é um presente de graça, mas faz a gente ser rico pra vida inteira”.
Em seguida, foi a vez do Boi-Bumbá Senador. Com o tema “Cores e Alegria”, o grupo cultural trouxe em destaques as personagens Sinhazinha, Cunhaporanga, Pajé, Rainha Porta-Estandarte, Mãe Caterina e Pai Francisco, Burrinha e a famosa Tribo Marabá. As cores deram o tom das mensagens que a agremiação quis representar: o vermelho simbolizando o amor; amarelo, o ouro; branco, a paz; e o preto, as noites lindas em Marabá.
Seguindo com as juninas do Grupo B, quem também se apresentou foi a Águia de Fogo, do bairro Liberdade. “Um noite de São João, fogueira e balão para alegrar nossa união” foi o tema escolhido, que contou a história de um jovem nordestino apaixonado pela filha de um fazendeiro. O noivo, então, faz uma promessa, que se o pai da noiva aceitar a união, eles se casariam em uma noite de São João.
Os figurinos contemplaram a alegria das festas juninas, o balão junino e o renascimento da águia como a Fênix, uma referência à volta do festejo junino, após dois anos de pandemia. A apresentação iniciou com “Andar com Fé”, de Gilberto Gil. A cenografia trouxe ícones representativos do sertão, igreja e festa junina. Em uma das transições da história, os noivos foram suspensos em tabuleiros de madeira pelos brincantes, entre um enorme coração suspenso por outro grupo, encerrando com o encontro do casal no altar.
Durante a apresentação da Águia de Fogo ocorreu um problema técnico e enquanto a junina marcava os passos sem som, o público fez um show à parte, vibrando com palmas, gritos e luzes das lanternas dos celulares, uma vista que, com certeza, deu ainda mais ânimo para a junina. A organização do festejo informou que a junina não será prejudicada em sua avaliação.
Após a apresentação, alguns componentes da junina passaram mal e foram prontamente atendidos pelos bombeiros presentes e encaminhados para o serviço médico.
Com uma torcida animada, quem fechou a noite foi a junina do Grupo A, Fogo no Rabo, do bairro Santa Rosa. Com o tema “A viagem: da raiz à evolução, sem faltar a tradição”, a agremiação fez uma homenagem aos grupos juninos que fizeram o São João de Marabá, nos anos 1980 e 1990, mostrando as mudanças que os festejos tiveram ao longo do tempo, mas sempre mantendo viva a essência.
A cenografia tinha paredões em pano quadriculado nas cores verde, vermelho e azul e os trajes iniciais dos brincantes eram bem caipiras, com chapéus de palha e roupas quadriculadas e de estilo mais rústico. A apresentação foi dividida por diálogos entre compadres, que falavam sobre como as juninas eram antigamente.
Um momento de destaque foi quando o compadre encontra um pescador que, ao invés de peixes, pescou garrafas pet, despertando uma mensagem de cuidado com nossos rios e meio ambiente.
Na sequencia, da troca de figurinos, o público contemplou roupas em cores quentes, como laranja e amarelo, detalhes em preto e muito brilho, tudo com direito ao casamento e a apresentação da rainha.
A programação segue nesta quarta, 29, com a apresentação da junina mirim Fogo no Rabo, a junina Arrasta Pé do Grupo B, o Boi-Bumbá Estrela Dalva, e as juninas do Grupo A, Splendor, Sereia da Noite e Moleca Sem Vergonha. Na praça de alimentação haverá DJ Rony Boy e show de Juquinha do Acordeon.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Jordão Nunes