Festejo Junino: Sexta noite mostra últimas apresentações antes das finais
No sexto dia do 35º Festejo Junino de Marabá, o público continuou com grande participação para prestigiar as últimas apresentações, antes das finais de cada categoria. Primeiro teve Dj Kadson, seguindo da junina mirim Fogo no Rabo, Boi-Bumbá Estrela Dalva, a junina Arrasta Pé, do grupo B, e as juninas do grupo A Spendor Junino, Sereia da Noite e Moleka Sem Vergonha. Já na praça de alimentação, as atrações foram o DJ Rony Boy e Juquinha do Acordeon.
A junina mirim Fogo no Rabo trouxe a temática “Carinha de Anjo”, novela produzida e exibida pelo SBT, entre 2016 e 2018, e o subtema “Vem que vem no São João 2022”. Além de voltada ao público infanto-juvenil, a novela foi escolhida por ter função educativa e religiosa.
Os brincantes e figurinos representaram personagens da novela, como os alunos e as freiras, enquanto as cores, a exemplo, o verde simbolizavam a esperança de um futuro melhor. Durante a apresentação da música “Lindo Balão Azul”, balões azuis coloriram a arena. Já os noivos tiveram o casamento celebrado pela madre superiora.
O momento emocionante foi quando o marcador Carlos Jociel ofereceu a apresentação como homenagem ao pequeno Davi Luiz, de 3 anos, que desapareceu no rio Tocantins em maio, quando caiu de uma moto aquática. Ele fazia parte do grupo e participou do ensaio da junina um dia antes do ocorrido.
“Eu cheguei na Fogo no Rabo mirim aos 45 minutos do segundo tempo. Foi algo que fragilizou toda a cidade, imagina essas crianças que estavam com ele. Isso foi pensado desde quando ocorreu, quando a quadrilha saísse, a homenagem seria para ele porque é a nossa carinha de anjo, que está nos olhando lá do céu”, ressalta o marcador Carlos Jociel.
Para a integrante da coordenação da junina, Josélia Leal, tia de Davi Luiz, a homenagem foi linda.” Se eles estivesse aqui, ele estaria brilhando agora, mas está brilhando lá no céu por essa galerinha. A gente até chora de tanta emoção…”, ressalta.
Josélia Leal, coordenação da junina
A segunda apresentação da noite foi do Boi-Bumbá Estrela Dalva, do bairro Independência. Com canto forte e batuque ritmado, o grupo, que já venceu o Festejo Junino 15 vezes, preencheu a arena.
O Estrela Dalva apresentou ao público um espetáculo, que trouxe as raízes da cultura folclórica em torno do boi e dos destaques da agremiação, como a rainha do folclore, as tribos indígenas, cunhaporanga e demais personagens. Tudo envolto nas cores do boi: o preto e o amarelo.
A programação seguiu com a junina Arrasta Pé, do Grupo B, que abordou alguns sentimentos humanos como amor, desejo, traição e perdão, com o enredo “O que o corpo faz, a alma perdoa”.
A história virou em torno dos personagens Santinha e João, que se apaixonam, mas que acabam se separando por escolhas feitas por Santinha. A apresentação contou com brincantes caracterizados como anjos do bem e do mal, que atuavam a todo instante dando conselhos ao casal. A junina também trouxe referências à obra “O Auto da compadecida”, de Ariano Suassuna, e nomes da música brasileira, como Fagner, com a música “Espumas ao vento”. Ao final, o amor fala mais alto entre os dois, celebrando o perdão e mostrando que sempre há uma nova chance para superar os erros do passado e seguir em frente por um novo caminho.
A primeira junina do Grupo A a se apresentar, na noite de quarta, foi a Splendor Junino com o tema “Chega de Saudade”. A agremiação, que já venceu duas vezes o Festejo Junino de Marabá, apresentou uma cenografia com casas, barraca do beijo, igreja e balão de São João. No início, a apresentação mostrou a saudade dos festejos juninos e havia uma estrutura em formato de balão de São João, que se abriu, de onde saiu o matador da junina.
Os brincantes e figurinos representaram o balão, a chama da fogueira, as cores e a diversidade. Além disso, a apresentação contou com passos de forró, xaxado, por meio do casal, representando o cangaço, e xote.
A junina Sereia da Noite, do Grupo A, apresentou, ao público, o enredo “Chama Verequete”, em homenagem ao grande mestre do Carimbó, falecido em 2009, aos 93 anos. Na cenografia, faixas que apresentavam pinturas referentes ao tema, como uma em que o próprio Verequete foi representado.
Obviamente não podiam faltar os trajes tradicionais do carimbó, em que duas dançarinas apareceram empurrando um brincante em cadeira de rodas, vestido de mestre Verequete. A apresentação teve músicas do homenageado e outras que influenciaram a arte dele.
A última apresentação da noite foi da Junina MoleKa Sem Vergonha, do bairro Amapá. O grupo trouxe o enredo “O amor que nem a morte superou, como diz o contador, amor, magia e paixão”, com a história de Lampião e Maria Bonita. A junina apresentou o bando de cangaceiro, que acompanhava o casal, além das conquistas e desventuras.
Os brincantes representavam a magia, o poder, a luta e o amor além da vida. Nesta quinta-feira, 30, haverá a apresentação cultural do Grupo de Tradição Popular Mayrabá e a finalíssima do Boi-Bumbá. Antes tem DJ Kadson animando a galera e na praça de alimentação tem DJ Renison Vip e show de Wânia e Banda.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Ronaldo Palheta e Jordão Nunes
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