Festejo Junino: Juninas e Bois-Bumbás agitam o público em quarta noite de festa
A quarta noite do Festejo Junino de Marabá, na segunda-feira, 26, não deixou nada a desejar em relação aos outros dias. Uma noite de muita animação, torcidas organizadas e shows das juninas e bois que usaram até efeitos pirotécnicos em suas apresentações. É mais uma noite para ficar na história daqueles que estiveram na Arena da Z-30 e não arredaram pé até a última apresentação que terminou por volta de 1 hora da madrugada.
A primeira junina a se apresentar foi a mirim Sereia do Norte que trouxe o tema “Forró, Xaxado e Baião”, tendo como representantes do forró o casal majestade e do xaxado e baião, o casal de cangaceiros. Isabela Mourão se apresentou pela primeira vez e interpretou a cangaceira da junina. Ela conta que gostou muito da experiência.
“Foi muito bom, gosto muito de dançar. Já gostava antes e sempre acompanhei os ensaios. Para entrar não é fácil, mas vale à pena. Estou muito feliz”, garante.
Outro brincante do grupo é Vinicius dos Santos, que dança na junina há quase dois anos e sente-se muito empolgado quando se apresenta.
“Gosto muito de dançar quadrilha, gosto da alegria, é bom, me faz bem. Eu me divirto muito com meus amigos nos ensaios”, enfatiza.
O destaque ficou também por conta do casal de noivos, que esbanjou simpatia e empolgação em todos os movimentos.
A segunda junina que entrou na arena foi a mirim Levada Louca, com o tema “A Dança das Rosas”, que trouxe as meninas vestidas com rosas de todas as cores, cada uma com um significado, além dos tradicionais casais de majestade e noivos.
Tailon Adriel Lima foi o noivo esse ano, mas já dança há dois anos na junina e fala da alegria de participar de um evento como esse.
“É muito bom, é uma alegria enorme estar aqui na Z-30, o maior festejo de Marabá, entrar aqui e disputar. Ano passado a gente era do grupo B e agora é do grupo A, das elites. Não tem nem como explicar a sensação. É muito bom. Estou muito alegre”, comemora.
Após as apresentações das mirins, foi a vez dos bois-bumbás entrarem na arena e levantarem o público com suas apresentações coreografadas e teatrais que contam a história do amor de um fazendeiro e uma sinhazinha pelo boi mais manso da fazenda. A história também traz personagens como os índios, o pajé, o nego Chico e a Catirina, sua esposa que está grávida e sente desejo por comer língua de boi.
O primeiro boi a se apresentar foi o Boi Aroeira que trouxe o tema “Nossa Infância nas Ruas”. O boi ficou 23 anos sem atividades, por questões financeiras, mas o grupo não perdeu o entusiasmo, nem o dom de cativar o público e voltou esse ano com ainda mais garra para se apresentar.
Uma dessas integrantes que mostrava empolgação era Ediane Morais, que representou a Rainha do Folclore.
“O meu personagem traz as cores da alegria do junino e vem representando tanto o boi quanto a quadrilha e o festejo todo, com as cores que usamos no arraial”, ressalta.
Ela ainda conta que a dança significa muita emoção. “É muita alegria, muito frio na barriga na hora, mas vale tudo a pena. É a minha primeira vez no Aroeira e quero continuar aqui sempre e sempre. Batalhamos muito, foi muita luta, e viemos aqui para tentar o primeiro lugar. O mais importante é alegria que a gente traz, a emoção de estar aqui dentro, vale muito”, salienta.
A quarta apresentação da noite foi o Boi Senador, que já existe há 13 anos no Bairro Araguaia, conhecido como Coca-Cola e possui cerca de 110 integrantes. O grupo trouxe como tema “O Desejo de Mãe Catirina”.
Kauana Rodrigues representou a cunhã-poranga, que é uma índia guerreira da tribo e um dos principais personagens da história.
“Foram muitos e intensos ensaios e hoje vou me apresentar. Estou com o coração a mil, mas vai dar tudo certo”, enfatiza.
Outro personagem de destaque é o Pajé, que na história é chamado pelo dono do boi para ressuscitá-lo. Quem interpretou esse papel foi Valdo Pereira, que dançou pela primeira vez no boi.
“A minha esposa e filha dançam há bastante tempo e esse ano resolvi dançar. O coração está a mil, mas viemos com força total para ganhar o prêmio”.
A penúltima apresentação da noite foi a Junina Coração de Estudante, que enfocou o tema “De mamando a caducando, todo mundo está dançando”, homenageando o homem que vive e trabalha no campo. Uma das personagens principais, a noiva, foi representada por Esmeralda Rihana Nascimento pela segunda vez. Ela afirma que esse ano foi mais emocionante.
“Tivemos várias dificuldades durante o ano e estar aqui hoje é muito satisfatório. Estou me segurando para não chorar. A sensação é de dever cumprido, pois o trabalho é pesado e chegar onde chegamos é uma conquista enorme”, pontua.
A última apresentação da noite foi a Arretados da Paixão, que surpreendeu o público com uma linda coreografia com um tema de cunho social “Nós: resistência, cultura e vida”, que mostra a luta de uma professora para reconstruir sua comunidade.
O coreógrafo e Rei da junina, Richard Farias, estava vestido de verde representando a esperança de um mundo melhor.
“A pessoa pode ter 15, 20 anos pisando na arena, que sempre é a mesma sensação. Um sentimento de gratidão e frio na barriga, mas com o andar da apresentação, esse nervosismo vai se transformando em diversão”.
Na arquibancada, o público acenava com corações amarelos enfeitando o cenário e no final, todos acenderam as lanternas dos celulares para reforçar ainda mais a animação e apoio da torcida. Uma dessas espectadoras atentas e animadas era a cozinheira Ana Regina Costa.
“Está maravilhoso. É a primeira vez que estou aqui vendo essa coisa fantástica. Nunca tinha participado e foi uma apresentação chocante. Todas as fantasias foram maravilhosas, como no boi, nas quadrilhas. Eu vou voltar nos próximos dias e ano que vem vou dançar no Boi Brilho da Noite, que foi a que mais gostei”.
A garçonete Érica Evelyn Mesquita é do Maranhão e mora em Marabá há cinco anos. Ela elogia a organização da festa e as apresentações.
“Achei muito divertido, a organização bem bacana, está bem atrativo, as músicas estão bem legais. Acho que a galera toda está gostando”, finaliza.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Sara Lopes e Jordão Nunes
Drone: Sérgio Barros