Festejo Junino: Agremiações do Grupo A e Mirins arrepiam público na quinta noite de Arraial
Não teve quem ficasse quieto com as apresentações da quinta noite de Festejo Junino na Arena da Z-30, Marabá Pioneira. O público permaneceu até o último minuto na terça, 27 e encantou-se com as Juninas Mirins: Fogo no Rabo e Águia de Fogo, além das adultas do Grupo A: “Arrastão do Amor”, “Sereia da Noite”, “Gigantes do Norte”, “Balão de Chita” e “Amor Perfeito”. As juninas apresentaram temáticas emocionantes, atuais e de humor. Teve também muita música boa para dançar na Praça de Alimentação, com os shows do Dj Dudu e Ruanna Ly.
As duas primeiras apresentações mirins estavam envolvidas em muita alegria e cores brilhantes. A Junina “Fogo no Rabo, Mirim” tematizou sobre a importância dos estudos na vida de uma criança, além de chamar a atenção quanto a violência nas escolas.
“A gente sempre procurou temas para que possamos educar as crianças e também as famílias. Observamos que estamos perdendo espaço para o mundo virtual, as crianças estão deixando de ler e consequentemente de escrever. Eu sou do tempo do ABC e essa temática foi aprovada por unanimidade. Isso motiva nossas crianças a estarem sempre participando da vida escolar. Além disso, essa temática ressalta um pouco sobre a violência nas escolas e as perdas que nós tivemos nesses últimos tempos, com a representação do casal de viúvos”, explica o coordenador da Junina, Ademar Gomes, à frente por mais de 30 anos.
Representar a temática foi marcante para a pequena Alexia Valentina Pereira, 7 anos, que dança desde 1 ano de idade e representou uma das princesas dos contos de fadas.
“Foi muito lindo demais. Eu adoro essa quadrilha e sempre vai ficar no meu coração”, expressa.
O sorriso no rosto da criançada brincante da Junina Águia de Fogo Mirim veio para representar toda a alegria que tem a ver com o período de São João, alegria essa que foi retratada com sucesso pela pequena Madalena Oliveira, 11 anos, noiva pela primeira vez.
“Eu não esperava tanta gente assim, bate um pouco de vergonha mas eu gosto muito de dançar. E a gente agradece a vocês por nos receberem com tanto carinho”, conta.
“Hoje foi um bom espetáculo, graças a Deus. Nós trouxemos para a Arena o tema “Numa noite de São João tem fogueira e balão para alegrar a nossa união”, para alegrar e agradar o público nesta noite. Comenta o coordenador da Junina, Elissandro Menezes (Latino).
Mas a Arena estremeceu de vez logo após a entrada da primeira Junina adulta, a famosa “Arrastão do Amor”, que arrastou o grito e a emoção dos espectadores com a história da rapadura desde o plantio da cana, até o engenho.
Para Joyce Azevedo, 25 anos, que se dedica ao papel de noiva na Junina há 11 anos, é expressivo ter representado a cana caiana este ano, principalmente por ter raízes nordestinas na família.
“Representar isso para mim é muito significante, porque são personagens muito diferentes a cada ano, um do outro. E é inexplicável o carinho que o público tem e isso passa muita segurança pra gente”, revela.
A voz marcante de Will Alencar, 43 anos, marcador desde 2015 na Arrastão do Amor, é sempre um sucesso, segundo ele, onde a junina passa. Ele conta que o trabalho do marcador é como o de um garçom, que está ali para apresentar a todos o prato principal, a junina.
“Não é fácil encarar um público de milhares de pessoas, mas o amor pelo ‘São João’ faz com que a gente se adapte e desenrole do jeito que o povo gosta. Muitas pessoas já me disseram que tenho uma forma diferente de marcar, mas assim, é o meu jeito e não tem como explicar. Cada vez que eu entro na Arena, é como se fosse pela primeira vez, vem aquele friozinho na barriga, mas quando a torcida grita e chama pelo nome da quadrilha, a gente fica mais feliz”, destaca o marcador.
Logo em seguida, a Junina Sereia da Noite entrou em cena com a representatividade do Arraial da Pavulagem, festa realizada em Belém à luz do dia, com detaque nas cores primárias, azul, amarelo e vermelho, além do verde. Este ano, Fernando Kadash, 34 anos, representou o noivo. Ele, que também representa pela mesma junina a Rainha da Diversidade, conta que esses momentos sempre são os melhores na vida de um brincante.
“Eu costumo dizer que todo quadrilheiro tem o seu momento prazeroso e o de satisfação. Esse foi o nosso. Eu dei o meu máximo para poder proporcionar a eles o que o mundo junino pode trazer de melhor que é o espetáculo, dança e fazer com que as pessoas viajem nessa nossa temática”, afirma.
Na sequência, a junina Gigantes do Norte apresentou a história de vida do próprio organizador e marcador, Raí Wanderson Sales, perpassando por sua infância, quando sofreu preconceitos por gostar de dançar, mas venceu os desafios e hoje pode fazer o que ama.
“A gente conseguiu apresentar o nosso trabalho na proposta que a gente teve condições. E a Junina é um pedaço do meu coração. Às vezes eu penso em parar, às vezes dá vontade de crescer mais e todo ano inovar. A gente fica com o coração a mil”, apresenta Raí Wanderson Sales, marcador e coordenador da Junina Gigantes do Norte.
A penúltima Junina da noite trouxe vários artefatos para encantar ainda mais o público, como um enorme balão colorido, e levantou a torcida como nenhuma outra junina já fez. A agremiação contou um pouco da história de conselheiro, por meio de um povoado fictício com uma história de confusão de coronéis do nordeste, que é comum até hoje.
“Para mim foi um enorme prazer fazer parte da ‘Balão de Chita‘ novamente como Rainha”, expressa Maria Clara, 18 anos, Rainha da Junina pela segunda vez.
E para encerrar com muita risada e sensação de dever cumprido, a Junina “Amor Perfeito” trouxe boas lembranças com personagens marcantes do programa “A Praça é nossa”.
“O sentimento é de dever cumprido, depois de quase 3 meses ensaiando. Porque não é fácil a correria do dia-a-dia, muitas emoções. Mas o que nos satisfaz e deixa o coração da gente leve é quando a gente dá um show na Arena”, afirma a noiva Luana Cristina, que dança desde os 3 anos de idade na Junina.
O que não faltou foi espectador animado e satisfeito com as apresentações e organização do Festejo. Uma delas foi Luciane Souza, 35 anos, mediadora escolar. Essa é a primeira vez que ela traz a família para prestigiar o evento e se surpreendeu com tudo o que viu.
“Está sendo maravilhoso poder prestigiar esse evento, que merece, sem dúvidas, muitos parabéns, porque é muito bem organizado. Tem os locais para a gente poder sentar e prestigiar melhor todas as quadrilhas. Estamos amando”.
Além dela, o filho de 5 anos, Heron Souza, também deixa o seu elogio.
“Eu estou gostando. O festejo é muito legal”, finaliza.
Nesta quarta, 28, tem mais programação especial no 36º Festejo Junino de Marabá. Confira abaixo:
Texto: Sávio Calvo
Fotos: Sara Lopes e Jordão Nunes
Drone: Sérgio Barros