Festejo Junino: Concurso Rainha da Diversidade encerra primeira noite de folia
Além da alegria e cores já costumeiras das quadrilhas e bois da cidade, a abertura do 36º Festejo Junino de Marabá ficou marcado também pela busca pela diversidade. Logo após o cortejo e apresentação das juninas, foi a vez das candidatas do Concurso Rainha da Diversidade iniciarem suas apresentações.
A primeira a se apresentar foi a atual campeã Kadashy, que fez uma participação especial e entregará sua faixa para a nova campeã no dia 1º de julho, dia que se definem as campeãs do Festejo. Ela é a atual bicampeã do município, campeã estadual e ficou em terceiro no nacional.
“Esse ano termino meu legado e passo a faixa para a próxima campeã. Acredito que para todas nós é um êxtase esse momento. É uma hora de satisfação e prazer. Ficamos com o coração a mil é uma mistura de sentimentos. Só tenho a agradecer e parabenizar pela mega produção deste ano. Uma das melhores ornamentações e estruturas a nível nacional”, conta Kadashy.
Em sua apresentação, trouxe a temática de discriminação racial e apelo por equidade social, com passos de dança que remete à capoeira e uma musicalidade com traços fortes referentes ao povo negro.
Uma das favoritas a assumir o posto de Rainha da Diversidade de Marabá é Katerine Bardon, representando a Junina Sereia da Noite. Ela é a atual vice-campeã municipal e também já foi vice-campeã do Estado do Pará. Sua apresentação representou a travesti e prostituta Geni, da famosa música de Chico Buarque, que faz referência ao período da ditadura militar e perda de direitos.
“Busco ser campeã agora e trouxe muitas surpresas. Participar do festejo é um privilégio e um lugar de fala. Venho me preparando desde novembro do ano passado e me organizo para dar um espetáculo”, comenta.
Outra experiente candidata é Kayth Oeiras, da Splendor Junino. Ela participa do Festejo Junino desde 2008 e estreou em 2017 no concurso da Rainha da Diversidade. Em 2018 foi vice-campeã estadual.
“Ainda não venci o municipal, mas esse ano vou em busca com tudo, para fazer dar certo. Para mim estar aqui é tudo. É um lugar nosso, um lugar de fala e valoriza o nosso trabalho”, destaca.
Ela trouxe o tema Flor do Mandacaru, com um cenárioque apresenta a temática do sertão. A ideia é reforçar a durabilidade, adaptabilidade e resistência deste cacto nativo do Brasil em referência a luta LGBTQIAP+ no nosso país.
A competição também trouxe duas estreantes. A Rainha Whose Lioness, da Junina Diamante Negro e Duda Kadachi da Junina Balão Dourado.
Duda levantou a torcida com seus giros.
“Muito feliz de estar participando pela primeira vez”, comenta.
Já Whose Lioness garantiu dar o máximo para buscar o título e representar sua junina.
“Estou bem animada de participar da competição. Meu coração está dando ataque aqui, mas estou firme e forte”, conclui.
As apresentações animaram o público. Mayuka Gomes, 45 anos, elogiou as candidatas e a estrutura do festejo para este ano.
“Todos os anos estou aqui, adoro o festejo. Sempre participo. Gostei da estrutura e das apresentações da abertura. Há anos que não conseguia vir no primeiro dia, hoje consegui e achei maravilhoso”, comenta.
Adriana Alves, 41 anos, veio do Bairro São Félix com toda família para prestigiar a abertura do festival e não se decepcionou.
“Venho todo ano no festejo com a família prestigiar e é muito bom. Vim com meu esposo, filho, irmão, irmã. Está tudo muito bonito, organizado. Não torço para ninguém especial. Assisto e decido quem achei melhor”, conclui.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Jordão Nunes