Festejo Junino: Último dia de apresentações do Grupo A lota arquibancada e arena junina na Z-30
Na quarta-feira, 28, mais uma noite de festejo animou a Arena Junina da Z-30 com as apresentações das quadrilhas juninas mirins e adultas. O público lotou as arquibancadas na sexta noite de festa e vibrou com cada apresentação.
A junina mirim “Amor Perfeito” abriu a noite de apresentações com o tema ‘Brincadeiras de Criança’, com uma mensagem para os pais e responsáveis demonstrando que as brincadeiras desenvolvem o emocional, o social e o intelecto. Os destaques foram o casal de noivos, o casal majestade e o casal cangaço.
Em seguida foi a vez da mirim “Arrastão do Amor” com o tema ‘O Arraiá da Alegria’, que conta a história do personagem Juninho, que era muito alegre mas não gostava do frio. Por isso resolveu fazer uma festa no sítio da avó, com comidas típicas e muita música. O casal majestade representou a grande fogueira de São João, o casal de noivos o amor às festividades juninas e o casal destaque as noites de São João.
O sentimento de disputa é sentido mesmo quando entram as juninas adultas que fazem parte do grupo A e a plateia grita e torce pela sua favorita. A “Levada Louka” foi a primeira a entrar na arena e trouxe o tema ‘Qual a cor do seu São João? ’, que conta a história de uma noiva que não conseguia enxergar as cores e depois de uma promessa a Nossa Senhora de Nazaré, no dia do seu casamento, ela volta a enxergar as cores como realmente são.
Quem fez o papel dessa noiva foi a autônoma Brenda Layse, 26 anos, que conta um pouco da emoção de se apresentar como um dos destaques.
“Eu estava muito nervosa, na expectativa, apesar de ser minha segunda vez como noiva e foi muito bom, estou muito feliz. Com toda a dedicação que a gente teve, acredito na premiação”, frisa.
“Fogo no Rabo” foi a segunda junina adulta a se apresentar e evidenciou o brega e sua importância para a cultura paraense com o tema ‘Meu Coração é Brega’. As músicas tocadas em formato pot-pourri levantaram o público com clássicos dos anos 80 e 90, passando por Calypso e Tecnomelody.
A estudante Geovana Farias, 16 anos, representou a rainha, que faz alusão ao casamento junino, onde a rainha do milho é convidada para a festa. Neste caso, a rainha do brega. Ela dança há apenas dois anos na adulta e esse ano já entrou como um dos destaques.
“Foi emocionante essa experiência e ao mesmo tempo chocante ter que encarar esse caldeirão em meio às pessoas, mas foi muito divertido. É fora do comum, não sei nem como expressar. Dá até vontade de chorar”, emociona-se.
“Splendor Junino” entrou na arena com o tema ‘Cara ou Coroa. Sertão, oh terra boa’, para mostrar a realidade sertaneja com as duas faces do sertão, onde não existe apenas miséria e seca, mas também muitas riquezas.
Kathy Oeiras foi um dos destaques e já participa como Rainha Diversidade desde 2018 na junina. Ela foi representando a flor do Mandacaru com a chegada da chuva.
“É um privilégio estar aqui, um orgulho. Hoje, especialmente, que é o dia do orgulho LGBTQIAPN+. Cada ano o concurso fica mais gracioso, mais grandioso e mais disputado e essa que é a graça. Estou super confiante, mas seja o que Deus quiser”, pronuncia.
Outra junina que se apresentou e foi uma das mais ovacionadas pelo público foi a “Fuá da Conceição”, que trouxe como tema ‘Parece mágica – Nos Embalos do Forró 2000’, que fala do estilo musical que ganhou força no Brasil nessa época e projetou grandes bandas e nomes do Nordeste.
A brincante mais antiga da junina, Esdra Nazaré Silva, está na quadrilha desde que ela começou, há 9 anos, e afirma que a emoção de se apresentar na arena é diferente.
“É a nossa cidade, é onde a gente vem mostrar nossa arte, é um evento muito lindo que acontece no meio do ano e lota. É muito lindo e diferente dançar aqui nessa arena. Já fui rainha, já fui noiva e esse ano estou no fundo porque tive bebê há cinco meses, é muito difícil ir para os ensaios. Mas mesmo assim me sinto muito realizada. Em todo lugar a gente dá o nome”, relata.
A última apresentação da noite foi a junina “Moleca sem Vergonha” com o tema ‘O Segredo de Moleca’ que contou a história de um jovem quadrilheiro recém-chegado do Nordeste e que, ao entrar para uma quadrilha, logo se apaixona pela brincante mais antiga e tenta entender o segredo dela em amar e permanecer todos esses anos na mesma quadrilha. Os casais destaques foram os noivos, o destaque, Lampião e Maria Bonita.
Igor Vieira, 22 anos, dança há três anos na “Moleca sem Vergonha” e esse ano veio como Lampião pela primeira vez.
“É uma honra ser destaque dessa quadrilha que eu gosto tanto. Pretendo continuar nela e vou lutar para ser destaque de novo ano que vem, vou lutar, não faltar aos ensaios, porque eu quero ser destaque novamente. Foi muito linda. Estou emocionado e na expectativa para o resultado”, esclarece.
A professora aposentada Francisca Rodrigues, 52 anos, estava assistindo na arquibancada e elogia o trabalho das quadrilhas.
“Para mim esse ano foi top demais. Se for avaliar, todas mereciam o primeiro lugar. A cada dia que a gente vê a gente fica mais emocionado e fica mais em dúvida quem é o melhor. Todas foram maravilhosas. Também me chamou a atenção as juninas infantis, que teve mais que os outros anos”.
O seminarista Welton Martins, 22 anos, estava como espectador e avalia as apresentações.
“Eu vim ontem e assisti todas da elite marabaense e estou sem palavras. Já foi um nível muito alto. E hoje com a “Fogo no Rabo” e a minha querida “Fuá” foi de chorar. Eu ajudei a confeccionar os figurinos e foi gratificante ver a empolgação do pessoal gritando que a Fuá é show”, comemora.
A praça de alimentação também não deixou a desejar com show do Maestro Nilson e da Banda Chapéu de Couro, que com seu forró pé de serra levou muita gente para o arrasta pé. Um casal que demonstrou muita sintonia e felicidade na pista de dança foi Lucas Rodrigues e Valéria Rodrigues.
“Já é o terceiro dia que estou vindo e estou gostando bastante. Vi um pouco das apresentações e fiquei um pouco aqui. Até sinto falta de ter mais espaços assim em Marabá, com mais shows de forró. É uma pena que só tem nesse período do ano”, lamenta.
Valéria complementa dizendo que já é daqui e que adora dançar forró. “Já sou acostumada a vir e adoro ver as quadrilhas e o forró. É muito bom”, finaliza.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Sara Lopes