SSAM: Popularmente conhecidos como garis, os agentes de conservação garantem uma cidade mais limpa e organizada
Quando acorda, antes do sol nascer, Maria Santana Souza já começa a se preparar para o trabalho ao longo do dia: realizar a limpeza da Praça São Félix de Valois, no núcleo Marabá Pioneira. Ela é uma das 440 agentes de conservação do Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá (SSAM), popularmente conhecidos como garis. Nesta segunda, 16 de maio, é celebrado o dia dessa profissão, que é imprescindível para a cidade.
Maria Santana tem 59 anos e há mais de 18 anos atua na limpeza dos equipamentos públicos da cidade. Ao longo dos anos, trabalhou mais na Marabá Pioneira. Atualmente, atua exclusivamente na limpeza da Praça São Félix de Valois há quase quatro anos, mas já trabalhou três anos na Praça Duque de Caxias.
O serviço começa às 7h da manhã e segue até às 17h, com intervalo de duas horas para o almoço. Com a vassoura, pá e carrinho de lixo, ela conta que normalmente recolhe lixo suficiente para encher três vezes o carrinho e em datas excepcionais ou após o final de semana chega a encher seis vezes o recipiente.
Após a varrição e o recolhimento dos resíduos e das folhas que caem das árvores do local, tudo é colocado em uma caçamba às proximidades da praça.
O trabalho como servidora da prefeitura ajuda na renda da família, que é composta também por seu esposo, filho e um neto.
Ela ressalta que a atividade ajuda a deixar a cidade limpa e mais agradável, mas relata situações em que as pessoas jogam lixo no chão mesmo com a presença de lixeiras no local, o que denota falta de respeito de alguns usuários desses espaços com os servidores que realizam a limpeza. Maria Santana cobra que as pessoas também façam sua parte.
“Muito são gratos, muitos respeitam, outros não respeitam. Às vezes eu vou falar assim ‘olha, esses cocos aqui é para vocês ajuntarem, botar ao menos em um saco’”, ela adverte. ‘Ah não, você tem que fazer, que isso aí é o seu direito, você trabalha para isso’”, eles retrucam.
Ela exemplifica em outra situação. “Às vezes estão jogando lixo, eu falo assim: ‘Olha, não joga, eu terminei de limpar aí’, ‘Ah mas você está aqui é para isso, o prefeito lhe paga para isso, para você limpar’, aí falei ‘Mas eu já acabei de limpar aí. Você está jogando lixo e não pode. Põe dentro de uma sacola, amarra e põe aqui dentro do carrinho que eu levo’”.
Situações como essas relatadas acima apenas revelam o total desconhecimento por parte das pessoas da importância do trabalho dos garis.
Para se ter uma ideia, os agentes de conservação da SSAM atuam em diversas frentes como varrição, coleta de lixo, roçagem, pintura de meio fio e desobstrução de grotas, por exemplo. Todas essas atividades são essenciais para que a cidade seja um ambiente agradável, livre do lixo que traz doenças e também de alagamento já que, muitas vezes, os resíduos acumulam e entopem as redes de drenagem, impossibilitando o fluxo da água.
Maria Santana finaliza pedindo que a população tenha consciência e faça sua parte na contribuição para que a cidade seja sempre um ambiente agradável, auxiliando o trabalho dos garis.
“Eu queria que o pessoal tivesse mais um pouco de educação, né? Deixar a cidade mais limpa, não jogar lixo no meio da rua. Quando vier brincar, ao menos ajuntar, botar dentro da sacola, amarrar e deixar aí que a gente apanhava, né?! Mas aí, eles deixam tudo espalhado, garrafa quebrada, coco espalhado, comida derramada na praça toda”, finaliza.
Curiosidade
O termo “gari” vem do sobrenome de Pedro Aleixo Gary, francês que fundou a primeira empresa de limpeza e coleta de lixo no Rio de Janeiro, no século XIX. Logo, as pessoas que trabalhavam em seu empreendimento eram conhecidas como “meninos do Gary” ou “Garys”.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio