Gente cuidando de gente: Agente Comunitário de Saúde é o elo entre comunidade e Unidade Básica de Saúde
Edmilson Silva tem 55 anos, é cadeirante e morador do bairro Francisco Coelho. Ele precisa do trabalho da Agente Comunitária de Saúde (ACS) Rosilda Rodrigues para ter acesso à consulta médica, medicamentos distribuídos pelo Sistema único de Saúde (SUS) e exames. No bairro onde ele mora, a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência é a Demósthenes Azevedo. Ele mora na área de atuação da ACS Rosilda e é acompanhado há mais de cinco anos por ela, seja na marcação das visitas médicas, seja para conseguir os medicamentos que precisa. Ele pontua a importância do serviço de saúde chegar até sua casa.
“Eu acho muito importante o trabalho da ACS Rosilda. Eu tenho dificuldade para ir ao posto, é muito importante o trabalho dela, da doutora, da enfermeira. A dificuldade que tem o cadeirante para sair, ainda mais eu que não ando de cadeira de rodas na rua, nunca consegui andar”, destaca.
Na busca de estabilidade, Rosilda Rodrigues prestou concurso público para ser ACS. Na época trabalhava em uma loja e tinha dois filhos pequenos. De lá para cá, são mais de 20 anos atuando na UBS Demósthenes Azevedo. Diariamente, ela realiza oito visitas em domicílios atendendo a um público que compreende idosos, hipertensos, diabéticos, gestantes e crianças pequenas.
“Quando eu entrei, fizemos o treinamento, achei maravilhoso e me apaixonei, sinceramente. Eu trabalho hoje como agente de saúde e amo essa profissão”, ressalta Rosilda Rodrigues.
Segundo Rosângela Martins, gerente da UBS, o trabalho dos ACS é de grande relevância porque são eles que levam as demandas da comunidade atendida para a unidade, representando um elo que mapeia as necessidades dos pacientes da área de cobertura.
“Na visita, eles identificam problemas e os trazem para, juntos, gerarmos soluções. O trabalho deles é especificamente visitar as casas onde fizeram os cadastros. A partir do momento que eles cadastram, eles são responsáveis por essa família, pelo acompanhamento dentro da saúde. A saúde é uma corrente e o ACS é o elo que liga a comunidade à unidade de saúde. São os ACS que fazem essa conexão comunidade e unidade de saúde”, destaca a gerente.
Atualmente, os atendimentos domiciliares são registrados por meio do prontuário eletrônico do e-SUS e não são simples visitas. O atendimento é imprescindível porque busca contemplar as necessidades do paciente, além de seguir protocolos, dependendo de cada caso (idosos, hipertensos, diabéticos, etc.), e apontar para indicadores importantes do Ministério da Saúde.
“Se for hipertenso, a gente verifica a pressão, se for diabético, a glicemia. E a gente também acompanha os indicadores, que são os hipertensos, diabéticos, a gente faz isso de três em três meses”, explana a agente de saúde.
Marabá possui atualmente 317 ACS distribuídos nas equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), que atuam nas zonas rural e urbana do município, e são formadas também por enfermeiro, técnico de enfermagem e médico.
A aposentada Sebastiana Peres tem 81 anos e é hipertensa. Ela e o marido Vicente, de 76 anos, são acompanhados pela ACS Rosilda há mais de cinco anos. Ela conta um pouco de sua relação com a agente de saúde.
“Eu acho muito importante. Eu já gosto dela há muito tempo. Eu acho o serviço dela muito importante, ajuda muito. Para mim, ela é gente boa demais. Ela vem, arrumou para a médica vir aqui para consultar. Adoro ela. Tem um exame lá, ela vai, olha para mim, vê se está para vir”, afirma.
Para a ACS, seu trabalho é satisfatório pois facilita a aproximação da comunidade aos serviços de saúde.
“É gratificante, é muito bom você ver uma pessoa que está precisando de um médico, uma medicação, que está atrasada e ela não tem como ir trocar a receita. Para mim, é maravilhoso saber que eles podem contar comigo e eu poder também ajudar. Eu fico muito feliz”, conclui.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Secom