Gente cuidando de gente: Com 30 anos de carreira, enfermeira Terezinha Carneiro é referência na profissão

No Dia Internacional da Enfermagem, 12 de maio, nossa homenagem aos profissionais imprescindíveis para cuidar e proteger vidas

O serviço público é feito por pessoas que se dispõem a servir à sociedade. Na área da saúde não é diferente. Neste 12 de maio é celebrado o Dia Internacional da Enfermagem. Estes profissionais são imprescindíveis para o bom funcionamento da assistência em saúde à população. Conversamos com a enfermeira Terezinha Carneiro, profissional de referência em Marabá.

A profissional atua há 30 anos no serviço público e há 27 anos na rede de saúde municipal. O dom para trabalhar com saúde surgiu na infância, quando ela brincava de atender pacientes, junto com os irmãos, em uma família numerosa. A ideia de cuidar das pessoas nasceu nessa época.

Marabaense de nascimento, Terezinha Carneiro mudou-se para Belém na adolescência para dar seguimento aos estudos, onde passou cerca de 20 anos. Nessa época, tentou vestibular três vezes para enfermagem e foi aprovada na Escola de Enfermagem Magalhães Barata da Universidade do Estado do Pará (UEPA).

Quando concluiu a graduação, ela já sabia que queria seguir o caminho da saúde pública. Na década de 1990, se tornou servidora da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) na área de Vigilância Epidemiológica. Em 1993, foi transferida de Belém para São João do Araguaia. Em 1996, fez o concurso público da Prefeitura de Marabá e foi aprovada.

“Quando eu passei no concurso eu fui para o Centro de Saúde Jaime Pinto, no Belo Horizonte. Fiquei dois anos lá. Aí eu fui trabalhar na Secretaria de Saúde com a Estratégia Saúde da Família, na parte administrativa. Depois, eu vim para o Demósthenes Azevedo e estou há 23 anos aqui”, relembra.

Como enfermeira, Terezinha atuou em todos os programas da Atenção Básica: diabetes, hipertensão, pré-natal, saúde da criança, tuberculose e hanseníase, por exemplo. Atualmente, a enfermeira é Coordenadora Regional do Programa de tuberculose e hanseníase da Sespa.

Apesar de ter tido uma experiência trabalhando em hospital, em todos esses anos atuando na Atenção Básica, a enfermeira compreende o serviço como importante para a educação em saúde, principalmente na prevenção. “A importância da saúde pública é justamente essa, a gente trabalhar a parte educativa da saúde para que a pessoa se cuide para não adoecer”, ressalta.

Para pessoas como a enfermeira Terezinha, que compreendem o trabalho como missão, não é difícil encontrar palavras para descrever a importância do ofício.

“O trabalho do enfermeiro é muito importante em qualquer local, tanto na saúde pública quanto na saúde hospitalar. Sem o corpo de enfermagem, o posto de saúde, o hospital, não funcionam. Nós somos os braços, as pernas. O médico é importante porque faz o diagnóstico, faz o tratamento, mas quem cuida somos nós. Nós somos as pessoas que estão ali no dia a dia com aquele paciente, fazendo tudo o que for necessário para o bem estar dele. A enfermagem é de suma importância. Nós somos importantes na vida do paciente”, destaca a profissional.

Atualmente, a enfermeira é especialista em Saúde Pública, UTI e obstetrícia. Para ela, aprender e compartilhar conhecimento faz parte da vida de qualquer pessoa, e como profissional, a enfermeira, que já teve experiência como professora de curso técnico de enfermagem, trocar experiências é essencial.

“Eu gosto muito de ensinar. Quanto mais pessoas para ajudar no trabalho, melhor. Não tem como a gente deixar de ensinar. No dia a dia, a gente ensina, mas também aprende muito, principalmente com os pacientes também. Às vezes, o paciente vem aqui com a gente, conversa muito, contando os problemas familiares. Nessa conversa, às vezes, a gente também aprende muito com eles”, comenta.

Neste Dia da Enfermagem, Terezinha deixa uma mensagem aos profissionais que seguem na profissão atuando para levar os serviços de saúde a quem precisa nos diversos âmbitos.

“A gente tem que ter muito respeito pelo nosso paciente porque naquele momento ele está ali com a gente, precisando dos nossos trabalhos como enfermeiros, dos nossos serviços, mas também da nossa paciência, da nossa caridade porque são pessoas. A gente sempre tem que se colocar no lugar do outro. Então, respeito, caridade pelo nosso paciente, acho que isso é fundamental. A gente nunca deve trazer de casa o problema para jogar em cima daquela pessoa que está ali tão necessitada. Neste 12 de maio, vamos ter força, fé e coragem para levar adiante o nosso trabalho independente de qualquer coisa”, declara.

A aposentadoria já está à vista, mas ela conta que ainda não decidiu sobre qual dos trabalhos pretende deixar. “Está na hora de ficar um pouquinho mais em casa, dormir mais, ver televisão, essas coisas. Mas também não quero me aposentar de vez porque seria horrível ficar em casa o dia todo. Eu vou ficar em um dos lugares. Ainda não decidi”, conclui.

Durante todos esses anos como servidora da saúde, Terezinha colheu o respeito e admiração das colegas de trabalho.

A gerente da UBS Demósthenes Azevedo, Rosângela Martins (Rosinha) conhece Terezinha há 23 anos. Ela conta que a enfermeira é muito querida pelos funcionários da unidade, assim como por toda a rede, além de ser uma referência na profissão.

“A Terezinha é de suma importância para essa unidade, para a população e para o município. É uma profissional diferenciada. Eu costumo dizer que ela é um ser humano ímpar por todo o legado dela. É reta, humilde e profissional. De uma generosidade sem tamanho e com um coração gigantesco que abriga todo mundo que chega, que a busca”, afirma.

Ciramar Rocha é assistente de regulação da UBS Demósthenes de Azevedo e conhece Terezinha há seis anos. Ela compartilha um pouco da sua relação com a enfermeira.

“A enfermeira é uma pessoa maravilhosa, está sempre disponível para atender todo mundo, ajudar as pessoas. Chega uma criança e ela tem toda aquela delicadeza para cuidar. Todas as pessoas que chegam para fazer um tratamento, ela tem um coração do tamanho dessa cidade. É uma pessoa maravilhosa demais. Tenho uma admiração tão grande por ela. É a nossa mãezona aqui de todos. Todos os moradores do bairro falam muito bem dela, buscam ser atendidos por ela”, comenta.

Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio Santos