Janeiro Branco/Roxo: Dinâmicas e palestras marcam Dia ‘D’ na UBS Hiroshi Matsuda
Uma decoração especial e bastante conhecimento marcaram o Dia ‘D’ das Campanhas “Janeiro Branco” e “Janeiro Roxo” na Unidade Básica de Saúde (UBS) Hiroshi Matsuda, Folha 11, Nova Marabá. Os servidores e pacientes da área puderam aprimorar os conhecimentos referentes à importância da saúde mental, bem como os cuidados para prevenção às doenças relacionadas à mente. Além disso, a ação contemplou, em alusão ao Janeiro Roxo, palestras que despertam para os cuidados com a hanseníase, uma doença curável e com tratamento disponível gratuitamente na Atenção Básica.
De acordo com a palestrante Mayara Rodrigues, docente do curso de Enfermagem, a promoção e educação em saúde é o mais importante dentro de uma Unidade Básica de Saúde.
“Por isso, a gente sempre trabalha com a população a questão da orientação e de como podemos identificar uma possível hanseníase. Outro ponto importante é sobre o olhar que muitas pessoas têm com a Hanseníase, pois ela traz algumas complicações, deformidades e a gente tenta explicar justamente para eliminar aquele preconceito e também o tabu de que as pessoas têm que ser afastadas, isoladas”, destaca a profissional.
Após o evento, testes de hanseníase e triagem foram ofertados à população, além dos demais serviços do atendimento normal na Unidade.
Tratamento da Hanseníase
A partir das UBS, o paciente pode ser diagnosticado e tratado, com os acompanhamentos médicos e remédios durante o período necessário até estar completamente curado.
A enfermeira Socorro Sousa atua no processo do tratamento e explica que o fluxo pode ser por demanda espontânea ou pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que detectam os sintomas e encaminham o paciente à Unidade.
“Quando o paciente chega com aquela suspeita, como manchas na pele ou as garras, o atendimento já agiliza para que ele venha até a gente e seja feita a Avaliação Neurológica Simplificada (ANS) e os testes rápidos nele. Tendo a suspeita, a gente encaminha aos médicos e eles fazem esse diagnóstico, mandam de volta e aqui esse paciente vai iniciar o tratamento, que de acordo com o tipo, será entre 6 meses a 1 ano. Lembrando que os integrantes que moram na mesma casa que o diagnosticado, também devem vir para fazer as avaliações e testes”, expõe.
Iniciado o tratamento, o paciente deve comparecer uma vez ao mês para receber uma dose supervisionada pelo profissional, com 5 comprimidos, além da cartela com 60 medicações, que devem ser tomadas 2 por dia, durante 30 dias.
Um destes pacientes é o pedreiro Manoel da Conceição, 57 anos, que convivia com uma paciente diagnosticada e por isso foi encaminhado a fazer os exames na Unidade.
“Eu vim junto com minha companheira para tomar os medicamentos e passei 6 meses, mas depois parei. Quando a gente se separou, eu parei de vir no posto, mas logo voltei a me tratar quando surgiu uma mancha no meu peito. E está sendo bom demais para mim, já tive melhoras e venho todo mês”, conta o paciente.
A enfermeira revela que seu Manoel é assíduo no tratamento, algo fundamental para a cura da doença no tempo estimado. “Ele é um exemplo. Começou em maio de 2023 e já está na nona dose. Como é paciente multibacilar, precisa completar os 12 meses de tratamento para o sucesso da cura”, reitera.
Além do tratamento gratuito e rápido, o município dispõe de uma cesta básica de alimentos para os pacientes, durante todo o processo. O benefício foi instituído pela Lei nº 17.915, assinada em julho de 2019 pela Prefeitura. A enfermeira Socorro enfatiza que além de ser um estímulo para que os pacientes não desistam de comparecer à UBS, a cesta auxilia na boa alimentação, por conter alimentos integrais.
“É uma cesta que busca atender as necessidades desses pacientes, para manter a qualidade de vida e melhorar a saúde, a imunidade. Todo mês, junto com a medicação, o paciente recebe”, complementa.
As Campanhas Janeiro Branco e Roxo seguem durante o mês, com palestras e serviços de saúde ao público.
Texto: Sávio Calvo
Fotos: Sara Lopes