Mab110: 2° Giro Cultural finaliza com celebração ao jornalismo e homenagem ao jornalista Mascarenhas Carvalho da Luz
O documentário e o livro Mascarenhas, a vida e as histórias do jornalista que mais influenciou os destinos de Marabá, tem por foco os 30 anos de história da região, à frente do Correio do Tocantins
Na manhã deste domingo, 30, aconteceu o encerramento do 2°Giro Cultural no Museu Municipal Francisco Coelho, organizado pela Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM). O evento de encerramento contou com apresentação de documentário e lançamento de livro biográfico sobre o jornalista Mascarenhas Carvalho da Luz.
O foco da homenagem foram os 30 anos em que Mascarenhas Carvalho esteve à frente do jornal Correio do Tocantins, entre 1983 e 2013. A história de Marabá passou pelas páginas do jornal e ajudou a debater com a opinião pública, importantes temas relacionados ao sudeste paraense.
Por sua contribuição para o fortalecimento do jornalismo, a FCCM homenageou o jornalista, que é referência para outros profissionais de comunicação de Marabá e região, com a biografia: Mascarenhas, a vida e as histórias do jornalista que mais influenciou os destinos de Marabá.
A história de Mascarenhas Carvalho é bem parecida com a de muitas pessoas que se mudaram para Marabá. Ele chegou à cidade em 1971, aos 16 anos, vindo do Piauí.
Em 1983, fundou o Correio do Tocantins que, ao longo das décadas, deixou um legado para o jornalismo e também para a história de toda a região. O jornalista compartilha seu sentimento ao receber a homenagem.
“É motivo de muito orgulho, muita satisfação. Uma homenagem prestada em vida. Isso é muito orgulho para mim, me enobrece. Tudo o que eu fiz, escrevi e desenvolvi em Marabá foi de forma despretensiosa. Então, isso aqui está sendo surpresa. O jornal costumava promover os outros e não me promover porque o jornal era feito para a sociedade, para a comunidade. É isso o que eu fiz durante esses 30 anos que editei o jornal. Foi dotar Marabá de uma tribuna que servisse como palco do seu povo, da sua gente oprimida”, ressalta Mascarenhas Carvalho.
Familiares, amigos, colegas de profissão estiveram no Museu para acompanhar a homenagem ao jornalista. No documentário, testemunhos reverberaram a importância do trabalho de Mascarenhas Carvalho.
“Hoje, no momento em que a Fundação reconhece esse trabalho e me homenageia, eu estou muito orgulhoso. Isso me enobrece muito. Grato à Fundação Casa da Cultura, grato à Prefeitura de Marabá, grato à Marabá e sua gente e aos colegas da imprensa de um modo geral”, pontua.
A Presidente da FCCM, Vanda Américo, avalia que o 2° Giro Cultural foi um espaço em que diversas vertentes das expressões culturais da cidade puderam ser valorizadas e resgatadas. Para ela, foi muito importante finalizar a programação com o reconhecimento a quem tanto trabalhou pela cidade.
“Trazemos essa homenagem ao jornalista Mascarenhas pelas três décadas à frente do jornalismo, de levar o jornal, em uma região como a nossa e ele fez tanto pela nossa cidade e pelas regiões sul e sudeste do Pará. Vale muito a pena reconhecer isso em vida, esse trabalho fantástico”, comenta.
Para a Diretora do Museu Municipal, Wânia Gomes, a homenagem a Mascarenhas Carvalho foi um encerramento à altura para o 2° Giro Cultural.
“Estamos todos aqui emocionados com esse Grand Finale, em alto estilo, com o lançamento da biografia do Mascarenhas Carvalho, que é um jornalista que mudou a história do jornalismo de Marabá. A Prefeitura, a Casa da Cultura e o Museu, ser palco desse momento histórico é muita honra. A gente encerra esse 2° Giro Cultural muito feliz por esse momento. Foi um sucesso”, declara.
Quem esteve à frente da equipe de edição do livro biográfico foi o jornalista Ulisses Pompeu, que trabalhou durante 17 anos com Mascarenhas Carvalho no jornal Correio do Tocantins.
Sendo um pupilo dele, Ulisses fala sobre o sentimento de fazer parte da homenagem ao mestre, com quem aprendeu bastante.
“Para mim, foi um privilégio quando Vanda Américo pediu para eu escrever o livro há mais ou menos um ano e meio. Ao mesmo tempo que foi um privilégio, foi desafiador porque você escrever sobre o seu professor não é fácil. Trabalhamos juntos, sabíamos o estilo um do outro e depois ouvi-lo que eu fui o melhor jornalista que ele ensinou a trabalhar, para mim foi um privilégio muito grande. Não é um livro só para as pessoas do passado. É um livro também para novos profissionais, para entender a história do jornalismo em Marabá”, pontua Ulisses Pompeu.
Patrick Roberto Carvalho segue os passos do pai e formou-se em Jornalismo. Ele acompanhou a homenagem e compartilha sua perspectiva sobre o momento especial.
“Primeiro, parabenizar a Fundação Casa da Cultura por todo o evento, o Giro Cultural, por investir nisso, em homenagear personalidades em vida. Dizer que para nós da família é um dia de muita festa e orgulho por vermos a trajetória de vida e profissional contada nesse livro. O trabalho dele nas últimas quatro décadas influenciou toda uma geração de jornalistas aqui em Marabá. Isso está colocado no livro”, comenta.
Pedro Robson Holanda foi sócio de Mascarenhas Carvalho no Correio do Tocantins e é amigo pessoal do jornalista, sendo padrinho de um de seus filhos. Ele veio de São Luís, no Maranhão, para acompanhar a homenagem ao amigo que conhece há 40 anos.
“Eu digo que Mascarenhas tem tudo a ver com Marabá. Marabá conseguiu fazer uma homenagem para o meu compadre Mascarenhas em vida. Eu acho isso de fundamental importância. Eu acho que Marabá ganha com essa homenagem, em vida, ao meu compadre e jornalista Mascarenhas Carvalho da Luz “, comenta.
A jornalista Luciana Marschall mora há 13 anos em Marabá e trabalhou com Mascarenhas Carvalho no Correio do Tocantins. Atualmente, ela trabalha para o jornal O Estado de São Paulo. A jornalista rememora a importância de Mascarenhas Carvalho para o jornalismo e para a região.
“Eu comecei minha vida profissional trabalhando com o Mascarenhas. Quando eu cheguei em Marabá, ele me contratou. Eu fiquei mais de dez anos no jornal Correio e é uma honra poder acompanhar. Eu aprendi muito sobre a região com o Mascarenhas. Ele é a história viva. Ele viveu Marabá, viveu o crescimento da cidade e ele acompanhou os processos históricos da cidade”, relembra.
Para o homenageado, o jornalismo é algo que corre nas veias e é visto como um sacerdócio. “Mas que eu se tivesse que repetir a dose eu repetiria, porque eu sou muito fascinado pelo jornal, pela imprensa e isso vai no meu sangue até o final da vida”, destaca.
O jornalista doou para a FCCM um acervo que contém todas as edições do jornal Correio do Tocantins em que ele esteve à frente durante trinta anos.
“Então, estou passando esse arquivo a custo zero, o meu arquivo pessoal para a Fundação Casa da Cultura, que eu tenho certeza absoluta que vai cuidar desse acervo, desse arquivo, dez mil vezes melhor do que eu cuidaria”, declara.
A programação contou com a participação da orquestra Camerata Joziely Brito, que fez apresentações com violoncelo, violino e teclado, dando um toque de requinte à homenagem.
O evento contou ainda com café da manhã especial servido aos convidados.
Toda a programação do 2° Giro Cultural no Museu Municipal Francisco Coelho foi em celebração ao aniversário de 110 de Marabá, que aconteceu no dia 5 de abril.
Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio