Maio Laranja: “Creas de mão dadas com a escola” encerra programação do semestre na Escola Ida Valmont
Na quarta-feira, 17, foi o encerramento das ações do 1º semestre do Projeto “Creas de mãos dadas com a escola”, que aconteceu na Escola Municipal Ida Valmont, no bairro Belo Horizonte. A programação faz parte da Campanha “Maio Laranja”, de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
A programação consistiu em palestras com pedagoga e psicóloga, além de atividades lúdicas voltadas para os 35 estudantes do 5º ano, que foram orientados sobre como identificar situações de abuso.
Rosilene Lima é pedagoga e faz parte da equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) que criou o projeto.
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“A nossa intenção foi trazer para a escola esses temas como bullying, violência doméstica, sexual, psicológica, física e também sobre evasão escolar. Hoje, temos vídeo, palestra com psicóloga e atividade lúdica com brindes. É uma forma de incentivar as crianças a estarem na escola e participarem de todas as atividades tanto interna como externa”, pontua.
As principais orientações repassadas aos estudantes foram no sentido de identificarem uma situação de abuso e saberem como proceder diante dela, além de compreender qual o grau de conhecimento deles a respeito do assunto.
Uma das atividades realizadas com os estudantes foi o “Semáforo do Toque”, em que são apresentadas partes do corpo que podem ou não ser tocadas e quais precisam de atenção, sinalizadas com as cores verde, amarelo e vermelho, respectivamente.
Após esse momento, dois estudantes pintaram, com canetinhas nas três cores, uma imagem do corpo humano, sinalizando, a partir do que foi discutido, quais partes do corpo poderiam ser tocadas ou não. A psicóloga do Creas, Joiciane Cavalcante, ressalta o principal objetivo dessas atividades.
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“A gente trabalha todos os tipos de violência. A gente dá esse conhecimento para eles identificarem também na família, com os colegas, para que de fato eles saibam o que é a violência, percebam que muitas vezes a violência está mascarada. Então, quando a gente fala sobre esse tema, eles têm essa compreensão e acabam buscando ajuda e informando para a pessoa mais próxima deles. A gente sempre orienta a buscar uma pessoa de confiança e caso essa pessoa de confiança não dê atenção ou diga para esquecer, não dê uma resolutividade para essa criança, a gente orienta sobre o número do Disque 100 e orienta sobre os órgãos de proteção como Conselho Tutelar, Cras e Creas”, comenta.
Helena Lopes, 11 anos, estuda no 5º ano do Ensino Fundamental da Escola Ida Valmont. Ela conta que ampliou seus conhecimentos sobre o assunto e que gostou da forma como foi apresentado.
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“Achei muito bom, muitas brincadeiras. Ensina mais a gente, quando a gente participa, tipo isso, de como foi aqui, a gente aprende melhor. Quando a gente lembra disso, a gente lembra do que a gente aprendeu. Na hora do Semáforo do Toque, eu aprendi que tem várias partes do corpo que não podem ser tocadas e eu não sabia que tinha essas partes. Eu aprendi várias coisas em uma brincadeira só”, explana a estudante.
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João Pedro Ferreira tem 10 anos e também é da turma do 5º ano. O estudante compartilha que as palestras e atividades realizadas com a turma são importantes para ajudar as crianças e adolescentes a falarem o que sentem.
“Eu aprendi muita coisa, aprendi que tem muitas partes do corpo que não podem ser tocadas. Também aprendi que a gente tem que falar com o adulto o que a gente sentir, assim tipo, se tocar na parte que você não gostou, você fala para alguma pessoa. Precisa falar de fato e foi muito legal. Aprendi muitas coisas que eu não sabia”, destaca.
A Josefina Paixão é orientadora educacional da Escola Ida Valmont há 05 anos. Ela destaca que essa parceria garante que as crianças tenham mais possibilidades de ajuda.
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“Você meio que se sente como um instrumento de alerta e aquela pessoa que é o socorro, talvez o único socorro que essas crianças terão, que é aqui na escola. Você se sente feliz por isso. Essa parceria ajuda com que essas crianças tenham mais possibilidades de ajuda e também de reconhecer. Muitas crianças, através de uma palestra dessa, identificam que de fato estão sofrendo esse tipo de abuso”, frisa.
Durante o primeiro semestre, o “Creas de mãos dadas com a escola” atuou com essa programação em dez escolas. Para o segundo semestre, o intuito é alcançar 15 escolas.
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“A gente precisa que a comunidade, as crianças e adolescentes conheçam melhor o trabalho do Creas e saibam que existe um órgão no qual eles podem fazer a denúncia e que a gente vai poder trabalhar essa escuta especializada, fazer esse atendimento da melhor forma. A gente viu que a escola é esse canal, de divulgação do nosso trabalho, de compreensão de como a gente faz isso no dia a dia e, principalmente, o melhor canal de denúncias dessas violações que ocorrem no dia a dia”, relata a coordenadora A Coordenadora do Creas, Vanessa Camelo.
Rede de proteção da criança e adolescente
A Secretária Adjunta de Assistência Social de Marabá, Priscila Veloso, participou da atividade do Creas na Escola Ida Valmont e ressalta que é de fundamental importância essa junção com a Semed.
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“A campanha do Maio Laranja foi muito concentrada esse ano dentro das escolas, para justamente fazer o bate papo com o aluno, com a criança, com o adolescente, para trazer a importância de não aceitar nenhum tipo de abuso, de exploração sexual”, enfatiza.
A Presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Marabá (CMDCA), Kelly Noceti, pontuou que esse tipo de violência que realmente precisa que a sociedade dê as mãos, os professores, as escolas, toda a rede, porque muitas vezes esse tipo de crime é silenciado.
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“A maioria, mais de 80%, desse tipo de crime, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ocorre no lar da criança e, via de regra, são pessoas próximas que cometem esse tipo de violência contra a criança. O importante é punir os culpados, mas principalmente prevenir para que isso não aconteça. Ser criança é brincar, estudar, poder sonhar. Criança tem que ser respeitada”, declara.
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Texto: Ronaldo Palheta
Fotos: Paulo Sérgio Santos