Marabá 109 anos: Zé Preto, 79 anos, marabaense por escolha
José Pereira, 79 anos, morador do Distrito Morada Nova, marabaense por escolha. A cidade hospitaleira acolheu primeiro seus pais na década de 70. Mais tarde, em 80, Zé Preto, como é mais conhecido, chegou com sua esposa Zilda e três filhos, vindos de Minas Gerais. Na terra da Castanha-do-Pará e do garimpo, logo o quarto filho nasceu, atualmente com 40 anos. Hoje a família está maior, com mais 7 netos para dar continuidade à descendência.
“Meu pai mexia com terra e eu vim para mexer com terra também. Tinha uma terrinha de vinte alqueires. Depois comprei um terreno aqui em Morada Nova. Eu tenho um menino de 40 anos, que nasceu quando cheguei a Marabá. Ficamos morando aqui até hoje, nunca quis ir embora”, conta José.
Como marabaense antigo, ele relata lembranças dos tempos de abundância da castanha.
“Ali no cais tinha a Casa Bandeira, o foco da castanha era lá. Meu pai tinha um castanhal nas terras dele e daí vendia para um rapaz. Ele vinha na nossa terra buscar com animal até a beira do rio e descia de barco”, relembra.”
José Pereira
Na juventude, seu Zé, trabalhou em Marabá também como operador de trator de esteira, quando havia muitas serrarias na região. Mas além da pujança da terra, ele disse que se identificou ainda com o clima quente do norte do país.
“Gostei muito daqui porque lá para o sul, o clima é muito frio, aqui é quente, muito bom. Também tinha pouca violência nessa região”, enfatiza.
Seu Zé Preto, é um dos moradores mais antigos de Morada Nova e mantém um barzinho, às margens da PA 150. Ele viu Marabá e o distrito se desenvolverem. Acredita no desenvolvimento do município e que ainda acontecerão grandes transformações importantes para a população.
“Melhorou bastante porque não tinha asfalto, mas agora tem aqui perto da minha rua. Tem escola, creche, tá muito bacana. Do tempo que cheguei, aqui melhorou e quero que melhore mais. Morada Nova tem muito aterro nesse chão, quem lembra sabe que aqui era uma lagoa. Naquela Nova Marabá era só piçarra, a BR era só piçarra. Eu vi aqueles pés de bambu crescerem, a ponte ser construída. Muita coisa boa tenho pra contar de Marabá”, ressalta.
A terra que José Pereira escolheu deu condições para uma vida melhor a ele e toda a família nesses 40 anos, como retribuição ele declara amor a Marabá.
“Considero que encontramos o que viemos buscar aqui. Tenho uma terrinha até hoje no Sororó, meu irmão é quem toma de conta. E estamos aqui vivendo, somos marabaenses. Gosto muito de Marabá. Eu vejo Marabá evoluir bastante. Que Deus abençoe o gestor, que continue trabalhando. Desejo muitas felicidades a nós marabaenses ”, declara José, marabaense por opção.
Galeria:
Texto: Leydiane Silva
Fotos: Aline Nascimento