Março Lilás: Saiba como prevenir-se contra o câncer de colo de útero
O câncer de colo de útero é causado por uma infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV), um vírus comum entre homens e mulheres que é transmitido sexualmente, tem tratamento e a prevenção é muito importante
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavirus Humano (HPV). A infecção genital por esse vírus é muito frequente e na maioria das vezes não causa doença. Em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer. Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolau ou PCCU), e são curáveis na quase totalidade dos casos.
Por isso, é importante a realização periódica do exame preventivo que pode ser realizado em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Em Marabá, a população feminina na idade de 25 a 64 anos que deve fazer o exame chega a 69.575 mulheres, mas em 2022 somente 8.106 procuraram os postos de atendimento para realizar o preventivo. O Centro de Referência Integrado a Saúde da Mulher (Crismu) conta com um laboratório de exame citopatológico do colo do útero habilitado para analisar lâminas de PCCU de toda a cidade e municípios pactuados.
Excetuando-se o câncer de pele não melanoma, o câncer de colo de útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal). Ele representa a terceira causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
A médica ginecologista do Crismu Hilomi Seguchi explica que a doença é silenciosa e na maioria dos casos não apresenta sintomas em sua fase inicial.
“O que nos faz pensar sobre uma lesão no colo do útero é se uma paciente idosa, por exemplo, começa a sangrar fora do normal mesmo depois de ter parado de menstruar há muitos anos. Ou no caso de uma paciente jovem ter sangramento na relação sexual com muita frequência ou durante o exame físico. A gente acabe suspeitando que ela possa ter alguma lesão no colo do útero, mas isso só pode ser confirmado mediante um exame clínico, ginecológico”, ressalta.
Quando as enfermeiras das Unidades de Saúde percebem alguma coisa diferente, elas encaminham a paciente para o Crismu, onde é feita a investigação por meio da biópsia guiada pela colposcopia, que é um exame de diagnóstico onde, através de um aparelho chamado colposcópio, que amplia a imagem, examina-se o trato genital feminino. “Usamos dois tipos de solução no colo do útero e observamos a presença de manchas, feridas e algumas lesões pré-cancerosas e até mesmo câncer”, esclarece.
Em Marabá, no ano de 2022, foram realizados 9.611 exames de PPCU nas zonas urbana e rural, mas somente um deu positivo para a doença. A médica explana ainda que o resultado ‘câncer’ na citologia não é tão frequente. “Pode existir, mas isso depende muito de quem faz, de como é coletado esse exame, de como é processado, analisado. É mais pela queixa da paciente de estar sentindo algo diferente, que precisa ser investigado”.
Quando identificado o câncer, o paciente é encaminhado para Tucuruí ou Belém e o tratamento depende muito do estado em que se encontra o tumor, do tamanho do tumor. Para verificar esse detalhe, são solicitados outros exames como o de ressonância, que avalia o tamanho do tumor e aí se determina o tratamento da paciente, que pode ser uma cirurgia de retirada do útero, radioterapia ou quimioterapia.
A paciente Vanuza Rosa mora na zona rural e não deixa de fazer seus exames. Ela acha importante fazer os exames e prevenir-se.
“É um meio de prevenção para nós mulheres. Previne do câncer, que é uma doença silenciosa, mas que chega a matar várias mulheres em nosso país. É uma necessidade a gente estar se precavendo e fazendo os exames todos os anos. Venho todos os anos, me cuido e tenho essa precaução, de estar me policiando”.
Hilomi faz um apelo para que as mulheres participem da campanha e façam o preventivo. “Essa campanha deveria ser feita eternamente porque o câncer de colo de útero é curável e infelizmente na maioria das vezes quando se é diagnosticado, a gente acaba conseguindo essa cura, mas acaba ficando sequelas, pois o tratamento não é fácil e não queremos que as pessoas passem por isso. Previna-se, cuide-se e ame-se”, encerra.
Texto: Fabiana Alves
Fotos: Sara Lopes e Arquivo Secom