Mulheres Inspiradoras: Exemplo de talento, paixão pelo esporte e conquistas, Karen Alencar
Mais do que uma atleta talentosa, Karen Cardoso de Alencar é uma das mulheres que inspiram a nossa série em homenagem a Semana da Mulher, desafiando limites e conquistando vitórias em campos de vôlei e futevôlei por toda região. Desde seus primeiros passos na quadra, aos 7 anos de idade, Karen demonstra uma paixão pelo esporte que a levou a alcançar mais de 80 troféus e inúmeras medalhas ao longo da carreira.
Nascida em uma família de jogadores, Karen tem o esporte como cotidiano desde muito jovem.
“Meus pais eram jogadores. Meu pai jogava vôlei, futebol, futevôlei. Minha mãe também jogava vôlei. Acabei crescendo em uma família esportista”, compartilha Karen sobre suas raízes esportivas. Essa influência familiar plantou as sementes, além das inúmeras viagens. Hoje ela também treina crianças no Clube Arena.
Seu amor pelo vôlei começou entre 6 ou 7 anos, quando ela se encontrava à beira da quadra, observando atentamente enquanto seus pais jogavam. O futevôlei veio um pouco mais tarde, por volta dos 14 ou 15 anos, mas desde então, Karen mergulhou de cabeça em ambos os esportes, buscando aperfeiçoar suas habilidades e competir em níveis cada vez mais altos.
A primeira competição de Karen foi na Praia do Tucunaré, aos 13 anos. Embora não tenha vencido naquela ocasião, isso não a desanimou. No ano seguinte, ela começou a colecionar vitórias, graças à sua dedicação e ao apoio de sua família. “Aqui sempre jogávamos e sempre me apoiaram. Meus irmãos não gostam tanto de jogar. Então brinco que todo o gosto pelo esporte dos meus pais veio para mim”, diz Karen com um sorriso, relembrando os primeiros passos em sua jornada competitiva.
Ao longo de sua carreira, Karen competiu em uma variedade de torneios em todo o Pará, incluindo Marabá, Castanhal, Belém, São Geraldo, Xinguara e Redenção, entre outros. Seu compromisso com o esporte a levou até mesmo a participar do Circuito Banco do Brasil, onde teve a oportunidade de mostrar seu talento em nível nacional.
No futevôlei, Karen também deixou sua marca nas competições em campeonatos brasileiros em cidades como Goiânia, Brasília, Caldas Novas e em Santos, que lhe deu a chance de jogar com alguns dos melhores do país.
“Participar de campeonatos brasileiros foi um desafio. Um dos meus troféus preferidos é quando conquistei um pódio no circuito brasileiro”, diz Karen, refletindo sobre suas experiências no esporte.
Ao longo de sua carreira, Karen acumula uma impressionante coleção de troféus e medalhas, embora ela não saiba precisar quantas. “Eu tinha em torno de quatro, cinco caixas de sapato cheias de medalhas. Troféus são vários como vocês podem ver. Pena que alguns se perdem no caminho “, compartilha ela, destacando o impacto duradouro de suas conquistas.
Ser uma mulher no mundo do esporte apresenta seus próprios desafios, mas Karen vê isso como uma oportunidade de inspirar outras mulheres a seguir seus sonhos. “As mulheres estão arrebentando no esporte”, diz ela com orgulho. “Cada vez mais a gente vê o exemplo da Marta, jogadora de futebol, né?”
Ela teve uma lesão que a deixou em tratamento por 5 anos e conta que quando voltou ficou impressionada com o aumento de atletas marabaenses. “Aumentou muito. Antes era difícil completar o time para competir. Agora temos mais meninas e gosto de passar meu conhecimento para elas.
Além de suas realizações atléticas, Karen busca inspirar outras mulheres através de seu caráter e atitude. “Através do meu caráter, da minha personalidade, da forma como eu trabalho, como eu tenho minha atitude, inspirar essas novas meninas”, diz ela, destacando a importância de ser uma modelo positiva para as gerações futuras.
Karen encontra inspiração em outras jogadoras de vôlei, como Thaisa Daher, da seleção brasileira, cuja garra, determinação e resiliência a motivam a alcançar novos patamares em sua própria carreira. “Gosto muito da jogadora da seleção brasileira, Thais, tem garra, determinação, sofreu lesão e ela achava que não pudesse mais jogar e está aí jogando, voltou à Seleção Brasileira. Jogadora central”, ressalta Karen, reconhecendo a força e a perseverança da atleta.
Outra grande inspiração em sua vida vem, como não poderia deixar de ser, da sua mãe e seu pai. Com o apoio amoroso de sua mãe, Cilene Cardoso Alencar, Karen sorri quando lembra que já passou por algumas vergonhas. “Ela grita, chama atenção. Até o locutor do estádio já citou ela uma vez. Sobre seu pai ela é enfática. “meu ídolo, quem dera eu ter 10% da habilidade do meu pai”.
Sua mãe, Cilene Cardoso, complementa.
“Eu grito mesmo. Cobro ela quando ela não acerta. Estou sempre apoiando. Todo mundo comenta. Mas não deixo de torcer e me divertir”, comenta.
Karen hoje trabalha como analista de sistema, dá aula em escolinhas para crianças e se diverte jogando bola com seus pais. Por causa das lesões, ela conta que já não disputa tantas competições e teve que adaptar sua posição de atacante para levantadora. Sua jornada, assim como de outras atletas, é um lembrete do que é possível ser vencedor fazendo o que gosta e que não há locais que uma mulher não possa ocupar.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Karoline Bezerra e Divulgação