FCCM: Museu Municipal recebe exposição “Encantos da Amazônia”

Um ambiente agradável, boa música e belas artes para serem apreciadas. Nesta quinta-feira, 13, foi aberta a exposição “Encantos da Amazônia” no Museu Municipal Francisco Coelho. As obras em exposição são do artista Jonas Barros e Josean Martins e ficarão expostas até o dia 20 de maio, no segundo andar, para quem quiser conhecer mais sobre o trabalho destes artistas locais.

“É uma honra para o museu receber esses artistas de Marabá. Para a gente é muito significativo. O museu se preparou e essa exposição faz parte da comemoração dos 100 anos da cidade. A gente gostaria de enfatizar que eles são autodidatas com um trabalho muito bonito, um trabalho primoroso que vale muito a pena vir curtir”, destaca a diretora do museu, Wania Gomes.

A exposição traz os trabalhos mais recentes de Jonas produzidos a partir de 2020 e com uma pintura produzida na década de 90. Nascido e criado na Marabá Pioneira, Jonas deu um hiato na carreira no início do século, retornando apenas três anos atrás, através do Projeto Arte em Cores.

“Coração está a mil. Estou vibrando porque já é a terceira exposição que participo, só que as duas anteriores foram há muito tempo. Muito feliz de estar aqui com meu trabalho para mostrar à população marabaense. Sinto-me animado, depois que retornei procurei aprimorar mais a técnica e trabalho. Estou muito motivado a continuar devido ao fato de encontrar pessoas que adquirem e apreciam meu trabalho”, destaca o artista Jonas Barros.

A presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) Vanda Américo, prestigiou a exposição e reforçou o apoio aos artistas locais.

“Que possamos incentivar esses artistas que às vezes estão no anonimato mas tem um potencial fantástico. A FCCM busca dentro das suas possibilidades criar essas oportunidade e vamos continuar fazendo. Você reconhece o artista quando adquire uma obra que coloca no seu escritório, na sua casa, quando participa das exposições. Artista come, bebe e precisa sobreviver, ter apoio da comunidade”, destaca.

As obras de Jonas são produzidas em nanquim, uma técnica de pintura nascida em Marabá, com Augusto e Pedro Morbach. “Nada mais bonito, belo e significativo do que trazer a arte do nanquim. Principalmente retratando a Amazônia, falando da nossa ancestralidade, nossa história. Retratada de uma forma belíssima. Somos a capital e o berço do nanquim e ver eles produzindo dessa forma me emociona e me traz um senso de responsabilidade para o poder público, para a cultura, para divulgação”, complementa Vanda Américo.

O artista plástico Antônio Morbach foi representar a família e enalteceu a exposição.

“Eu venho acompanhando os trabalhos do Jonas há muito tempo. São trabalhos muito bacanas, são bem figurativos e tem toda relação com os trabalhos do Morbach, com o nanquim tradicional de Marabá.  Fico feliz de ver esses artistas mais novos mostrando esse trabalho e ele vem evoluindo bastante”, elogia.

O advogado Marcelo Afonso também foi prestigiar a exposição e ficou grato pelo que viu.

“É uma atitude muito boa do poder público promover uma exposição como essa. Pegar um artista local, com um trabalho muito belo. É muito gratificante poder participar disso. Não conhecia o trabalho dele, mas pretendo me aprofundar agora, saber as inspirações e raízes”, complementa.

Nascido e residente na Marabá Pioneira, Jonas Barros cresceu entre os rios Tocantins e Itacaiúnas, que povoam suas imagens e as memórias de filho de pai pescador e mãe lavadeira. Ele compartilha que suas inspirações são os rios, embarcações e trabalhadores da região, como os coletores de castanhas e de cupuaçu.

Além das obras de Jonas Barros, também é possível ver duas artes do artista plástico Josean Martins. Ele participa de sua primeira exposição, mas já tem experiência como artista e professor.

“Recebi o convite do Jonas, conheci ele através de outro projeto. Tudo aqui na exposição é novo para mim. Estou imensamente orgulhoso de estar participando. Satisfação total. Já trabalho há algum tempo com artes visuais, mas levava como hobby, de 2020 para cá comecei realmente a me dedicar”, explica.

O artista atua com a técnica de lápis e grafite sobre papel, com um trabalho minucioso que reproduz uma imagem de forma precisa. Ele já participou da pintura de algumas telas e murais pela cidade.

O Museu Municipal e a exposição ficam abertas ao público de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, e nos fins de semana e feriadas, das 9h às 13h.

Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Sara Lopes